CIA lança ‘isca digital’ para atrair traidores na China
A CIA aposta em vídeos poéticos e redes sociais para recrutar agentes dentro do governo chinês e romper o silêncio que cerca os bastidores de Pequim A Agência Central de Inteligência (CIA) divulgou na quinta-feira (1º) dois vídeos com o objetivo de recrutar funcionários chineses que possam estar desiludidos com suas perspectivas no governo, na […] O post CIA lança ‘isca digital’ para atrair traidores na China apareceu primeiro em O Cafezinho.

A CIA aposta em vídeos poéticos e redes sociais para recrutar agentes dentro do governo chinês e romper o silêncio que cerca os bastidores de Pequim
A Agência Central de Inteligência (CIA) divulgou na quinta-feira (1º) dois vídeos com o objetivo de recrutar funcionários chineses que possam estar desiludidos com suas perspectivas no governo, na tentativa de obtê-los como fontes de informações sigilosas sobre a China para os Estados Unidos.
O esforço faz parte de uma estratégia mais ampla do diretor da CIA, John Ratcliffe, para intensificar a coleta de inteligência sobre a China, considerada pelo governo norte-americano a principal competidora e adversária em áreas como inteligência artificial e computação quântica. Os EUA também buscam impedir uma possível agressão militar chinesa contra Taiwan.
Os vídeos mostram como futuros recrutas podem entrar em contato com a agência de forma segura. O primeiro mostra um alto funcionário chinês que, apesar de seus esforços para ascender na hierarquia, percebe que sua família ainda vive em constante medo devido às mudanças políticas no país. Isso o leva a procurar a CIA. Nos últimos anos, o governo chinês intensificou uma campanha anticorrupção que resultou na demissão de diversos altos cargos.
“O céu ajuda aqueles que se ajudam”, diz uma das mensagens nos vídeos. “Seu destino está sob seu controle.”
O segundo vídeo retrata um funcionário de nível mais baixo que decide contatar a CIA após se decepcionar com o sistema chinês, onde seu trabalho árduo apenas beneficia a ascensão de seus superiores, sem perspectiva de crescimento pessoal.
Os EUA enfrentam dificuldades para obter informações sobre o funcionamento interno do governo chinês, e a CIA e outras agências de inteligência têm sido questionadas sobre sua eficácia na coleta de dados no país. Em 2017, o New York Times revelou que Pequim desmontou operações de espionagem da CIA na China ao longo de vários anos.
“Nenhum adversário na história de nossa nação apresentou um desafio tão formidável ou um concorrente estratégico tão capaz quanto o Partido Comunista da China”, afirmou Ratcliffe em um comunicado por e-mail. “Nossa agência deve continuar respondendo a essa ameaça com urgência, criatividade e determinação, e esses vídeos são uma das formas pelas quais estamos fazendo isso.”
Um oficial da CIA, que falou sob condição de anonimato, explicou que a intenção é incentivar funcionários chineses a compartilhar informações sobre a estrutura de inteligência do país, além de segredos tecnológicos, militares, programas cibernéticos e dados econômicos e diplomáticos confidenciais.
O objetivo, segundo o oficial, é oferecer aos funcionários chineses um caminho alternativo.
No ano passado, a CIA publicou vídeos exclusivamente em texto, nas línguas mandarim, farsi e coreano, com instruções sobre como entrar em contato com a agência. Esses materiais alcançaram mais de 2,9 milhões de pessoas e foram visualizados cerca de 900 mil vezes, segundo a mesma fonte, que destacou que o sucesso dessa iniciativa levou à produção dos novos vídeos.
A CIA postou os últimos vídeos em suas redes sociais, incluindo plataformas como X (antigo Twitter) e Telegram. Embora a maioria das redes sociais dos EUA seja bloqueada na China, muitos cidadãos encontram meios de contornar o firewall para acessar conteúdo externo.
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