McCartney registrou a Beatlemania com sua Pentax; agora está vendendo as fotos

Ter uma câmera para fazer fotos conceituais aos 20 anos de idade é quase um rito de passagem para a vida adulta, um hobby compartilhado por jovens do mundo todo.

Ter uma câmera para fazer fotos conceituais aos vinte e acidentalmente registrar a ascensão dos Beatles é algo que só Paul McCartney alcançou com sua Pentax.

Os registros feitos entre novembro de 1963 e fevereiro de 1964 — que capturam o nascimento da Beatlemania desde Liverpool passando por Paris, Nova York e Miami — ficaram escondidos por quase 60 anos.

Agora, McCartney e o galerista Larry Gagosian estão colocando esse pedaço da história da música à venda.

São 36 obras, algumas delas inéditas, expostas e disponíveis para compra até dia 21 de junho na Gagosian de Beverly Hills.

Os preços começam em US$ 12 mil e se aproximam dos seis dígitos nas peças mais caras. Parte do dinheiro será doado para esforços de reconstrução da Califórnia após os incêndios de janeiro.

Entre os cliques de McCartney é possível ver selfies do próprio no espelho, George Harrison recebendo um drinque dentro de uma piscina em Miami, e fãs perseguindo o carro da banda em Nova York.

Na época, com dois álbuns lançados e o single I Want to Hold Your Hand (1963) liderando as paradas de sucessos no Reino Unido, os Beatles se preparavam para sua primeira viagem aos Estados Unidos.

Do outro lado do Atlântico, a banda se apresentou no programa de TV The Ed Sullivan Show e foi assistida ao vivo por 73 milhões de pessoas, se solidificando como um sucesso global.

A mostra da Gagosian coincide temporalmente e em matéria-prima com a exposição Paul McCartney Photographs 1963–64: Eyes of the Storm, em cartaz no Museu de Young de São Francisco até 6 de julho.

Nesse caso, são mais de 250 fotos do mesmo período, em curadoria realizada pela National Portrait Gallery de Londres — onde os trabalhos foram exibidos em 2023.

“Olhando para essas fotos agora, percebo que há uma espécie de inocência nelas. Tudo era novo para nós naquele momento. Mas gosto de pensar que não as tiraria de forma diferente hoje,” diz o músico no catálogo da mostra.

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