Lula manda Planalto dizer que Castelo Branco deu golpe

A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Palácio do Planalto passou a declarar na galeria de fotos de ex-presidentes que Humberto de Alencar Castelo Branco (1897-1967) foi um dos principais articuladores da ditadura militar de 1964.

“Foi um dos principais articuladores do golpe militar de 1964, que depôs o presidente João Goulart. Através de eleição indireta passou a exercer o cargo de presidente da República em 15 de abril de 1964”, diz a página da história biográfica e presidencial de Castelo Branco.

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A alteração foi feita depois que Lula reclamou que a galeria de fotos não explicava como cada um foi eleito. Em 9 de janeiro, na inauguração das imagens que ficam no térreo da sede do Executivo, o petista disse que teria que ser dito como cada um foi eleito. Sugeriu que os generais não foram eleitos pelo voto direto.

“As pessoas querem saber em que período que ele governou, quando ele governou. Você tem que dizer aqui como é que foram eleitas as pessoas, para a história registrar, cara. Senão, a história não registra”, disse.

Assista ao momento em que Lula visitou a galeria em janeiro (3min5s):

Os presidentes dos anos seguintes do período da ditadura militar (1964-1985) também são descritos como participantes do golpe.

Leia a lista e a descrição dos ex-presidentes de 1964 a 1985:

• Humberto de Alencar Castelo Branco (1897-1967) – “Foi um dos principais articuladores do golpe militar de 1964, que depôs o presidente João Goulart. Através de eleição indireta passou a exercer o cargo de presidente da República em 15 de abril de 1964”;
• Artur da Costa e Silva (1889-1969) – “Foi um dos principais articuladores do golpe militar de 1964, que depôs o presidente João Goulart, e integrou o Comando Supremo da Revolução, ao lado do brigadeiro Correia de Melo e do almirante Augusto Rademake”;
• Aurélio de Lira Tavares (1905-1998) – “Participou do golpe militar de 1964. Durante o governo Castelo Branco foi comandante do IV Exército (1964-1965)”;
• Augusto Hamann Rademaker Grünewald (1905-1985) – “Em 30 de agosto de 1969, Artur da Costa e Silva foi afastado da presidência da República, em virtude de uma trombose cerebral. Como o Alto Comando das Forças Armadas temesse a reabertura do Congresso e a suspensão dos atos institucionais em vigor, foi editado em 31 de agosto o ato institucional nº 12 (AI-12), que impedia a posse do vice-presidente Pedro Aleixo, sucessor natural de Costa e Silva, e dava posse à junta composta pelos ministros Augusto Hamann Rademaker Grünewald, da Marinha, Aurélio de Lira Tavares, do Exército, e Márcio de Sousa e Melo, da Aeronáutica”;
• Márcio de Sousa Melo (1906-1991) – “Em 30 de agosto de 1969, Artur da Costa e Silva foi afastado da presidência da República, em virtude de uma trombose cerebral. Como o Alto Comando das Forças Armadas temesse a reabertura do Congresso e a suspensão dos atos institucionais em vigor, foi editado em 31 de agosto o ato institucional nº 12 (AI-12), que impedia a posse do vice-presidente Pedro Aleixo, sucessor natural de Costa e Silva, e dava posse à junta composta pelos ministros Augusto Hamann Rademaker Grünewald, da Marinha, Aurélio de Lira Tavares, do Exército, e Márcio de Sousa e Melo, da Aeronáutica”;
• Emílio Garrastazu Médici (1905-1985) – “Comandante da Academia Militar das Agulhas Negras, apoiou o golpe de 1964”;
• Ernesto Geisel (1908-1996) – “Participou do movimento político-militar que originou o golpe de 1964, tendo sido nomeado chefe do Gabinete Militar do presidente Castelo Branco (1964-1967)”;
• João Batista de Oliveira Figueiredo (1918-1999) – “Durante o governo Jânio Quadros integrou a Secretaria Geral do Conselho de Segurança Nacional. Participou do movimento político-militar que originou o golpe de 1964, tendo sido nomeado chefe da agência do Serviço Nacional de Informações (SNI) no Rio de Janeiro (1964-1966)”.