Lula III encontra Xi pela terceira vez
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega neste sábado (10) a Pequim para mais uma reunião com o presidente da China, Xi Jinping, entre os dias 12 e 13 de maio. O objetivo da visita é fortalecer a relação bilateral com o maior parceiro comercial do Brasil. Esta será a terceira vez que Lula […] O post Lula III encontra Xi pela terceira vez apareceu primeiro em O Cafezinho.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega neste sábado (10) a Pequim para mais uma reunião com o presidente da China, Xi Jinping, entre os dias 12 e 13 de maio. O objetivo da visita é fortalecer a relação bilateral com o maior parceiro comercial do Brasil. Esta será a terceira vez que Lula e Xi se encontram oficialmente desde o início do atual mandato do presidente brasileiro.
A expectativa do Itamaraty é de que pelo menos 16 acordos bilaterais sejam assinados durante o encontro, podendo esse número ser ampliado, já que outras 32 negociações seguem em andamento. O encontro acontece paralelamente à cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a China. Xi Jinping também é esperado na Cúpula dos Brics no Rio de Janeiro, em julho, quando uma nova rodada de acordos poderá ser formalizada.
A relação comercial entre Brasil e China é destacada pelo secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, embaixador Eduardo Paes Saboia, como superior à soma das exportações brasileiras para Estados Unidos e União Europeia. A China foi um dos primeiros destinos internacionais de Lula após reassumir a presidência. Em abril de 2023, ele visitou Xangai e Pequim como parte de um esforço para reaproximação internacional, após o isolamento diplomático durante o governo Bolsonaro.
Na visita de 2023, os dois países reforçaram a parceria estratégica com a assinatura de 15 acordos em áreas como comércio, pesquisa, comunicações, cooperação espacial e combate à fome. Além disso, foi firmado um memorando para estimular projetos conjuntos em infraestrutura, parcerias público-privadas e captação de investimentos. Empresas públicas e privadas dos dois países assinaram outros 20 acordos comerciais. Na ocasião, Brasil e China divulgaram uma declaração conjunta defendendo a reforma do sistema internacional e o diálogo como única saída viável para o conflito na Ucrânia.
Ainda em 2023, Lula e Xi participaram juntos da Cúpula dos Brics, realizada na África do Sul. O encontro marcou a ampliação do bloco, que passou a incluir Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. A Argentina foi convidada, mas o presidente Javier Milei optou por não aderir ao grupo.
No ano seguinte, Xi Jinping visitou o Brasil. Em novembro de 2024, participou da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro e, depois, encontrou-se com Lula no Palácio da Alvorada, em Brasília. Após a reunião, Xi classificou a relação bilateral como estando em seu melhor momento em 50 anos, destacando a sinergia entre os projetos estratégicos dos dois países. Na ocasião, foram assinados mais 37 acordos, com destaque para áreas como infraestrutura sustentável, transição energética, inteligência artificial, economia digital, saúde e aeroespacial.
Apesar da ampliação da cooperação, o governo brasileiro optou por não aderir formalmente à Nova Rota da Seda, iniciativa global chinesa para o financiamento de infraestrutura em outros países. Ainda assim, ambos os líderes reforçaram o compromisso com a reforma da governança global, defendendo uma maior participação dos países em desenvolvimento na tomada de decisões internacionais.
Xi Jinping declarou que China e Brasil devem assumir juntos a responsabilidade histórica de promover uma ordem internacional mais justa e equilibrada, enquanto Lula reforçou a defesa de um sistema global mais democrático, sustentável e orientado à paz, diplomacia e diálogo, especialmente em um cenário mundial de tensões e conflitos armados.
Pouco antes da visita de Xi ao Brasil, os dois países apresentaram uma proposta conjunta para a paz na Ucrânia. O plano, negociado pelo assessor presidencial Celso Amorim e pelo ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, previa cessar-fogo e ajuda humanitária, mas não incluía a retirada das tropas russas.
Na véspera da visita atual à China, Lula e Xi estiveram na Rússia, a convite do presidente Vladimir Putin, para participar da celebração dos 80 anos da vitória soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Lula já visitou a China em três ocasiões durante seus mandatos anteriores, ainda sob a presidência de Hu Jintao. Em 2004, o Brasil reconheceu a China como economia de mercado. Em 2008, Lula esteve em Pequim para a abertura dos Jogos Olímpicos e para promover a candidatura do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016. Em 2009, a China se tornou oficialmente o maior parceiro comercial do Brasil, superando os Estados Unidos.
A terceira reunião oficial entre Lula e Xi em 2025 reforça uma trajetória de aprofundamento da relação estratégica e comercial entre os dois países, com potencial para novas parcerias e projetos conjuntos em áreas prioritárias para o desenvolvimento brasileiro e para a ampliação da influência global da China. As negociações desta semana em Pequim podem consolidar ainda mais essa aliança, considerada uma das mais importantes do cenário internacional atual.
Com informações da CNN Brasil.
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