Luiza Trajano: “a loja física não vai acabar”

Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, disse acreditar em um futuro com lojas físicas durante o South Summit Brazil 2025, evento de empreendedorismo e inovação que reuniu 23 mil pessoas em Porto Alegre na última sema...

Abr 14, 2025 - 21:44
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Luiza Trajano: “a loja física não vai acabar”

Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, disse acreditar em um futuro com lojas físicas durante o South Summit Brazil 2025, evento de empreendedorismo e inovação que reuniu 23 mil pessoas em Porto Alegre na última semana.

“Eu acho que a maior preocupação de todo varejista é saber qual o destino da loja física. O Magazine Luiza começou físico e nós temos concorrentes imensos, como a Amazon, que começou digital e também montou muitas lojas físicas. A gente sempre acreditou na loja física”, destacou Trajano.

A empresária contou que vai anualmente a Nova Iorque participar da NRF Retail's Big Show, considerada a maior feira mundial do setor varejista, que normalmente acontece em janeiro.

“É a única feira que fala de varejo em geral e, no ano passado, eu senti as lojas físicas muito, muito para baixo. Neste ano, eu vi uma transformação total. O que eu vi muito lá foram lojas que estavam com cordata e agora estão cheias de gente, só que elas mudaram o mix, mudaram a experiência”, contou Trajano. 

A executiva acredita que “ a loja física vai continuar, só que ela vai ser experiência. A experiência mistura a tecnologia, só que vende junto, experiência precisa vender. Então a loja física não vai acabar”.

O fato da Magalu acreditar no potencial das lojas físicas (hoje são 1.250 lojas em 20 estados brasileiros) não significa que a varejista deixou o digital de lado. Pelo contrário: a companhia vem apostando em uma estratégia de digitalização há mais de uma década. 

Neste período, a rede fez 21 aquisições, indo desde varejistas de e-commerce, como Netshoes e KaBuM!, até startups de tecnologia, como a Stoq, e empresas de logística, que hoje formam a Magalog.

Hoje, o app da companhia é acessado por mais de 50 milhões de usuários ativos mensais. 

O valor de mercado da Magalu, no entanto, caiu de R$ 177,5 bilhões na bolsa em 2020, o pico de entusiasmo dos investidores com a estratégia digital, para algo como R$ 6 bilhões hoje.

Em uma reportagem recente do site Investnews, analistas disseram que pesou na conta o custo logístico alto de uma operação digital, o aumento da competição e a dificuldade em integrar as empresas que foram compradas.

Ao mesmo tempo, concorrentes nativas digitais como Mercado Livre e Amazon não têm o peso das lojas físicas e aumentaram muito os investimentos no Brasil, com ações focadas em marketing e logística.

Vanessa Rossini, diretora de relação com investidores do Magalu, disse à reportagem que o momento é de organizar todas as unidades de negócio depois das aquisições em série. 

No South Summit Brazil, a empresa deu destaque para a Lu, sua influenciadora virtual, e para as frentes de marketplace (que hoje conta com 360 mil sellers) e Magalu Cloud, serviço de nuvem lançado pela companhia em abril do ano passado.

O South Summit foi criado em Madrid, em 2012, e escolheu o Brasil como a sua casa fora da Espanha. A primeira edição aconteceu em Porto Alegre em maio de 2022. Com o sucesso, vieram as sequências em 2023, 2024 e 2025. 

Na edição 2025, a conferência registrou números bem parecidos com os do ano passado: um público de 23 mil pessoas de 62 países, 3 mil startups, 800 speakers, 140 fundos de investimento e cerca de 900 investidores, com valor total de fundos sob gestão de US$ 215 bilhões.