Lego: De Billund à Lourinhã. A história da marca que superou 3 incêndios e uma (quase) falência
A marca prepara-se para inaugurar um espaço dedicado às suas peças na Lourinha. A presença da marca na vila portuguesa poderá tornar-se um novo ponto de referência nacional para o entretenimento criativo.


A Lego, que começou como uma modesta carpintaria na Dinamarca e se tornou na maior empresa de brinquedos do mundo, continua a expandir-se globalmente. Agora, a marca prepara-se para reforçar a sua presença em Portugal com a inauguração de um espaço na Lourinhã. Este novo projeto promete transformar a vila num importante ponto de referência para o entretenimento criativo, oferecendo aos portugueses uma experiência única no universo Lego.
Uma aventura que começa com Ole Kirk Kristiansen, um carpinteiro dinamarquês de origens humildes, quando criou a empresa no início do século XX. Fundou a primeira oficina em Billund, na Dinamarca, em 1916. Apesar de enfrentar vários desafios, como dois incêndios devastadores e os efeitos da Grande Depressão, Kristiansen nunca desistiu e reinventou o negócio, passando da carpintaria tradicional à criação de brinquedos de madeira.
Foi em 1934 que o nome Lego nasceu, uma junção das palavras dinamarquesas “Leg Godt” (“brincar bem”) — e, por coincidência, também significa “juntar” em latim. A empresa atravessou gerações, com o filho de Ole, Godtfred, a contribuir significativamente para o crescimento da marca, sobretudo com a aposta na inovação e no design funcional dos brinquedos.
Após a Segunda Guerra Mundial, a escassez de madeira levou à aquisição de uma máquina de injeção de plástico, marcando uma viragem definitiva para os brinquedos modernos. A introdução dos famosos blocos e a invenção da roda ampliaram as possibilidades criativas das crianças por todo o mundo. A marca cresceu exponencialmente, tornando-se um fenómeno internacional com presença em dezenas de países e mais de 2.500 funcionários ainda nos anos 70.
Contudo, nos anos 90 e início dos anos 2000, a empresa enfrentou uma grave crise. Com investimentos falhados em parques temáticos, videojogos e outros produtos fora do seu núcleo, a empresa acumulou prejuízos elevados. À beira da falência, foi uma reestruturação rigorosa liderada por Jørgen Vig Knudstorp que salvou a marca. A aposta em linhas temáticas (como Star Wars, Harry Potter ou Senhor dos Anéis), o foco nos adultos nostálgicos e parcerias estratégicas com marcas como Adidas e IKEA marcaram a sua recuperação e reposicionamento como líder global.
Agora, a Lego prepara-se para uma nova e entusiasmante etapa: a chegada à Lourinhã. Esta vila portuguesa, já conhecida pela sua ligação aos dinossauros, vai receber um espaço dedicado à Lego, prometendo atrair milhares de visitantes e fãs da marca. A iniciativa reforça a ligação da empresa às famílias e ao turismo educativo e cultural, aproveitando o crescente interesse pelo universo Lego em todas as idades. A presença da marca na Lourinhã poderá tornar-se um novo ponto de referência nacional para o entretenimento criativo.