Legislativas 2025: audiências dos debates em queda e menor envolvimento dos portugueses nas eleições
Com a segunda eleição no espaço de praticamente um ano, os eleitores mostraram estar menos interessados nos debates, pois os líderes dos partidos são exatamente os mesmos de 2024.


A Universal McCann, agência de meios do grupo Mediabrands, analisou as audiências dos debates televisivos a contar para as próximas eleições legislativas do dia 18 de maio.
Analisando de forma global e com os 30 debates já realizados, é possível observar uma diminuição do interesse dos portugueses nos debates face aos debates de 2024. Com a segunda eleição no espaço de praticamente um ano, os portugueses mostraram estar menos interessados nos debates, pois os líderes dos partidos são exatamente os mesmos de 2024.
Nas últimas eleições legislativas, em 2024, tivemos 4 debates com uma audiência média superior a 1 milhão de telespetadores, sendo que em 2025 tivemos apenas 2 debates acima dessa fasquia.
O debate entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, transmitido em simultâneo nos três canais (RTP1, SIC e TVI) e o confronto entre André Ventura e Luís Montenegro foram os únicos que conseguiram ultrapassar esse valor de telespetadores.
Tal como aconteceu em 2024, os debates transmitidos em canal aberto, contaram sempre com a presença do PS ou AD contra outro partido com assento parlamentar despertaram menos interesse face a 2024 (audiência média de 883 mil telespetadores vs. 948 mil telespetadores em 2024).
O mesmo se verificou junto dos canais de informação (RTP3, SIC Notícias e CNN Portugal) com os debates a registarem uma menor audiência média face a 2024 (114 mil telespetadores vs. 134 mil telespetadores em 2024).
O debate mais visto de toda a série de debates, como seria de esperar, foi o frente a frente entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos. O confronto, transmitido em direto nos três canais generalistas (RTP1, SIC e TVI) e nos canais de informação (RTP3, SIC Notícias e CNN Portugal) registou uma audiência média de 2 milhões e 565 mil telespetadores, a que correspondeu um share de 54.1%.
Com a moderação de Hugo Gilberto (RTP1), Clara de Sousa (SIC) e Sara Pinto (TVI), o frente registou uma maior audiência na SIC, sendo a estação que conseguiu colar mais telespetadores à televisão durante aquele período, verificando uma audiência média de 797 mil telespetadores. A RTP1 verificou uma audiência média de 767 mil, enquanto a TVI ficou-se pelos 726 mil telespetadores.
Analisando individualmente cada um dos debates realizados nos canais generalistas e de informação e se excluímos o debate entre PS e AD, que teve transmissão em simultâneo no vários canais, vemos que a SIC transmitiu os dois debates mais vistos.
Em primeiro lugar ficou o confronto que opôs André Ventura e Luís Montenegro, tendo atingido uma audiência média 1 milhão e 140 mil telespetadores e um share de 25.3%. Seguindo-se o frente a frente entre Pedro Nuno Santos e Mariana Mortágua que registou uma audiência média de 890 mil telespetadores e um share de 19.5%.
O debate entre André Ventura e Pedro Nuno Santos completa o pódio dos debates mais visto (excluindo o debate entre o PS e AD) com uma audiência média de 884 mil telespetadores e um share de 18.0%.
Nota para o último debate, entre todos os partidos sem assento parlamentar, transmitido em direto a partir das instalações da Nova SBE. Apesar de ter sido o debate menos visto em canal aberto, verificou uma maior audiência média do que em 2024 (396 mil telespetadores vs. 366 mil telespetadores em 2024). Nos canais de informação, o debate entre André Ventura e Mariana Mortágua foi o mais visto e com larga vantagem sobre o 2º lugar. O debate entre ambos, registou uma audiência média de 286 mil telespetadores e um share de 6.2%.
No balanço deste mês de debates (entre 07 de abril e 06 de maio) e observando as audiências no total dia, a SIC foi o único canal generalista que registou um crescimento do share atingindo os 15.0% (+0.3p.p. vs. mês de março). Entre os canais de informação apenas a SIC Notícias verifica um crescimento face ao mês de março, no entanto muito ligeiro (+0.1p.p.)