Hyper real, POV e criação híbrida

A relação entre conteúdo e audiência nunca passou por tantas mudanças “em todo lugar ao mesmo tempo”. O que antes era uma história contada de um emissor para um receptor, encontrando alguma verdade para se conectar, agora é um combo de vídeos com mídia em teste A/B para, com sorte, prender a atenção de alguém por dez segundos. No cruzamento entre hyper real, POV (point of view) e criação híbrida, encontro algum desenho explicativo de como essa cultura-mutante-complexa tem ressignificado o processo para que... O post Hyper real, POV e criação híbrida apareceu primeiro em Meio e Mensagem - Marketing, Mídia e Comunicação.

Abr 17, 2025 - 14:34
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Hyper real, POV e criação híbrida

A relação entre conteúdo e audiência nunca passou por tantas mudanças “em todo lugar ao mesmo tempo”. O que antes era uma história contada de um emissor para um receptor, encontrando alguma verdade para se conectar, agora é um combo de vídeos com mídia em teste A/B para, com sorte, prender a atenção de alguém por dez segundos. No cruzamento entre hyper real, POV (point of view) e criação híbrida, encontro algum desenho explicativo de como essa cultura-mutante-complexa tem ressignificado o processo para que marcas, agências, produtoras e creators contem suas histórias e mantenham-se em diálogo com a cultura.

O conceito de hyper real (inicialmente, por Baudrillard em 1970-1980) tenta dar algum contorno à expansão da percepção tradicional da realidade, transformando experiências por meio de novas perspectivas. Aplicando ao nosso mercado, é a cola que une e dá algum sentido comum a: inteligência artificial (IA), narrativas múltiplas, influenciadores virtuais, metaverso, filtros, algoritmos e conteúdos custom-made. Ao que soa, enquanto vivemos à espera de um futuro apocalíptico-upado-na-nuvem, nós, como perfis digitais, buscamos ver o que os olhos humanos não veem sozinhos.

No audiovisual, o POV se tornou um catalisador dessa imersão, levando o espectador para dentro da cena com uma intensidade sem precedentes. Um exemplo é o conteúdo produzido em tempo real na última luta do Anderson Silva no Brasil, na Spaten Fight Night.  Uma GoPro foi implantada na cabeça do juiz, apostando em uma perspectiva inédita no esporte. O resultado foi um vídeo que colocou o público dentro do ringue, tornando cada golpe, movimento e expressão parte da experiência do espectador.

Para além do que somos capazes de fazer com os equipamentos mais atuais, a IA também deu um novo tom para as histórias que as marcas e as pessoas contam no digital. Enquanto ainda estávamos assimilando a questão da cocriação com as comunidades e do conteúdo vivo, a IA chegou rasgando e, no susto, tivemos que aprender a cocriar com ela. Hoje, quem dá o melhor prompt ganha a melhor narrativa.

Recebemos um briefing em uma reunião totalmente transcrita e enviada como ata por e-mail por uma ferramenta de IA. Os planejamentos descem decks com dados compilados por outra. Os criativos fazem imagens, textos e sons com outra. O cliente aprova o orçamento assinado digitalmente e, por fim, torcemos para o algoritmo entregar a peça. Criação híbrida  esse é o futuro que chegou agora na mesa da criação.

O cenário que se desenha não é apenas sobre novos assuntos, estéticas, ferramentas e agentes. É sobretudo, sobre uma nova forma de narrar e consumir histórias. Se todo conteúdo é hiper-real, devemos superar a verdade? A autenticidade ainda tem espaço? Quem define o que é genuíno? Imaginários do mundo, uni-vos.

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