História, Arte e gastronomia de Portugal e do Mundo? No Palácio Chiado

Por ali, já passaram conceitos vários de restauração, sendo que agora, tudo o que se elabora e vai chegando à mesa – aliás, várias mesas em diferentes espaços criados nos dois pisos – tem assinatura do chef executivo Manuel Bóia.

Abr 10, 2025 - 17:48
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História, Arte e gastronomia de Portugal e do Mundo? No Palácio Chiado

M.ª João Vieira Pinto

O espaço já acolheu famílias e alunos. Foi palácio de aristocratas e escola. Erguido em 1781 bem a meio da Rua do Alecrim, em Lisboa, a uns poucos passos do trendy e movimentado Chiado, o Palácio que leva o mesmo nome reabriu em 2014, mas em jeito de conceito multidisciplinar onde a gastronomia teve desde sempre lugar de destaque, numa fusão com a arquitetura clássica, a decoração contemporânea e o design. Por ali, já passaram conceitos vários de restauração, sendo que agora, tudo o que se elabora e vai chegando à mesa – aliás, várias mesas em diferentes espaços criados nos dois pisos – tem assinatura do chef executivo Manuel Bóia.

É provável que o Palácio Chiado, enquanto destino para almoço ou jantar, até possa não estar no seu radar. Mas o que lhe dizemos é que, pela nossa experiência, vale a pena reconsiderar e ir até lá. O espaço em si, já o dissemos, é de facto bonito, com atenção aos detalhes e à decoração nos diferentes ambientes. Por isso, está-se bem!

E os diferentes pratos que escolhemos para um mais que tranquilo almoço de fim-de-semana foram prova que Manuel Bóia está à vontade no território onde eventualmente mais gosta de estar, a reinvenção da cozinha tradicional portuguesa, acrescentando-lhe uma dimensão mais contemporânea e internacional. Natural de Trás-os-Montes, o chef imprime sabores da sua geografia natal, mas não se perde e muito menos atrapalha quando se atira para outras coordenadas. Ou não fosse a zona do Chiado turística por excelência, pelo que às receitas tão portuguesas decidiu-se acrescentar propostas internacionais, do Mundo.

Segundo a equipa, a carta de Inverno – que experimentámos e ainda em vigor – “reflecte a jornada do Palácio Chiado, moldada por anos de paixão pela gastronomia. É também inspirada nas sugestões e preferências dos clientes, numa tentativa de harmonizar tradição e inovação, respeitando sempre a sazonalidade dos melhores ingredientes locais.”

Porque não devemos negar o que nos sugerem à partida, foi então nesse caminho que seguimos. Começámos a viagem com umas belíssimas e frescas ostras de Setúbal, a que acrescentámos um perfeito carpaccio de peixe branco, sendo que uma verdadeira delícia estavam os tacos de lavagante que se seguiram.

De outros destinos nas Entradas, aterrámos em Portugal com o clássico bacalhau. Aqui, ao classicismo do dito, o chef juntou a inovação e chegou-nos servido em duas texturas, dois modelos e inspirado em duas regiões: Lisboa e Braga. Um belo bacalhau à Brás que concorreu com uma reinvenção do Zé do Pipo, que nos aqueceu a alma e estômago.

Só para não deixar nada para trás, um pouco ainda de Entrecôte com as belas das batatas fritas.

Claro que houve um cantinho para a sobremesa, convencidos que fomos de que o crème brûlée de pistácio é pedido e repetido pelos clientes que lá vão.

Segundo a mesma equipa do Palácio, esta carta de Inverno mantém alguns dos anteriores bestsellers, como os tais taquitos de lagosta, o digno bacalhau Lisboa à Braga ou o lombo de novilho à Barão. E, sim, há opções vegetarianas!

Para quem gostar, pode sempre descer até ao bar Salla no piso térreo e descobrir a carta de cocktails – aqui há ainda petiscos contemporâneos e à sexta e sábado, a partir das 22h, a oferta de DJs residentes e convidados.

 

 

HORÁRIO

Domingo a quarta | 12H30 – 00H

Quinta a sábado | 12H30 – 02H

MORADA

Rua do Alecrim, 70, Lisboa