Hermann perdeu US$ 8,5 mil no mercado financeiro até treinar mais de 50 mil traders
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Poucos nomes no mercado financeiro brasileiro, especialmente no day trade, têm uma trajetória tão fora da curva quanto a de Hermann Greb.
Com mais de duas décadas de experiência, Hermann traz um histórico pouco comum para os padrões de trading no Brasil. Engenheiro civil de formação, trader profissional e especializado em mercado de câmbio, ele vai direto ao ponto: “Ou você é bom em uma coisa, ou não é bom em nada”. Para ele, a especialização é o que diferencia os profissionais dos amadores.
Café no centro
Foi em 1996, aos 16 anos de idade, tomando um café com a mãe próximo a Bolsa, que Hermann se deparou pela primeira vez com as pessoas do mercado financeiro. “Vi aquela galera toda bonitona com telefone grande. Falei: mãe, o que é isso daí?”, relembra. A resposta levou à curiosidade, e a curiosidade virou carreira.
O interesse pelo mercado financeiro nasceu ali. Algum tempo depois, sua mãe o levou para visitar a Bolsa. Ao se deparar com a gritaria no pregão e o clima de tensão no ar, ficou fascinado. Com a internet recém-instalada em casa, começou a pesquisar tudo o que podia sobre bolsa de valores e mercado financeiro.
Mas logo veio a frustração. A percepção de que o “mercado é coisa para quem tinha dinheiro” o afastou por um tempo. “Eu era de uma classe média baixa, da periferia de São Paulo. Pensei: isso não é pra mim, não tenho acesso, não tenho network”, conta.
Hora da virada
Aos 22 anos, durante um intercâmbio de estágio como trainee de engenharia, conheceu um operador de câmbio. Pouco depois, topou um MBA na Alemanha sobre mercado interbancário. De volta ao Brasil, com confiança, e achando que sabia tudo, levou um baque: “Na prática, tomei uma paulada. Em duas semanas, perdi quase US$ 8.500”.
Foi o estopim para buscar mais preparo. Vendeu seu Palio Weekend e usou o dinheiro restante do estágio para ir para os Estados Unidos. Lá, estudou intensivamente em um programa ligado à NFA (National Futures Association), órgão regulador do mercado de derivativos americano. Segundo ele, foi ali que consolidou seu entendimento técnico e a gestão de risco. “Voltei pro Brasil bem devagarzinho. Em 6 meses eu recuperei boa parte do dinheiro que eu tinha perdido”, recorda.
Virada profissional
Sua carreira deu um salto ao ser procurado por um investidor venezuelano que chegou até ele por indicação de um contato ligado à NFA. Com uma procuração em mãos e US$ 4 milhões sob gestão, Hermann começou a trabalhar com investimentos. “Cheguei a ter 500 clientes, no mínimo US$ 1 milhão cada. Tive clientes como sócios do grupo Pirelli, Vila Galé e até o príncipe de Dubai”, afirma.
O sucesso trouxe problemas com a CVM (Comissão de Valore Mobiliários). Um único cliente brasileiro captado de forma irregular resultou em bloqueios e anos de processo administrativo. “Eu não sabia nem o que era CVM”, admite. O caso se arrastou até 2011 e só em 2013 tudo foi regularizado.
Saiba mais:
Day trade
A virada definitiva veio anos depois, quase por acaso. Em dezembro de 2018, um amigo sugeriu que ele baixasse uma plataforma de análise gráfica para operar minidólar. Depois de ficar de dezembro de 2018 até julho de 2019 testando estratégias em conta demo, partiu para a conta real e começou a operar ativamente day trade.
Logo foi bombardeado por propagandas de corretoras e influenciadores. Curioso, passou a analisar o conteúdo que encontrava, porém desconfiado do marketing exagerado e falta de transparência. Decidiu então reagir diferente. “Eu posso fazer melhor. Eu vou mostrar resultado todo dia, toda semana. Consistência. Isso vai ser meu diferencial”, conta.
Em dezembro de 2019, com o apoio da esposa, criou seu curso educacional. Em fevereiro de 2020, lançou a primeira formação de traders. Desde então, mais de 50 mil alunos já passaram por seus treinamentos.
Método e especialização
Diferente da maioria dos educadores do mercado, Hermann se especializou exclusivamente em dólar futuro (DOLFUT) e desenvolveu uma abordagem própria. Seu operacional ignora completamente gráficos temporais de candles ou tape reading tradicional.
Sua metodologia é simples, mas cirúrgica. Ele utiliza gráfico atemporal de pontos e Times & Trades sem nenhum filtro. “Tempo não move preço, quem move preço é o evento e as agressões dos players. Uso gráfico de pontos, que muda conforme as agressões de compra e venda. Por isso não uso gráficos de 2, 5 ou 10 minutos”, explica.
Seu operacional é direto: utiliza poucos indicadores, como VWAP diária, ajuste, máximas, mínimas e fechamento do dia anterior — todos aplicados em um gráfico atemporal de pontos. Também traça manualmente regiões relevantes de suporte e resistência.
Na prática, ele analisa a interação entre agressões e níveis de preço. “Se o mercado está comprador e o preço está barato, olho as agressões. Se tem várias vendas sendo absorvidas, sei que é hora de comprar”, explica.
Dica para os iniciantes
Para quem está começando ou ainda não atingiu consistência, Hermann não faz rodeios: “Esquece esse papo de resultado em 1 mês, 6 meses, 1 ano. Isso não existe. Não tem mérito para isso. É uma profissão de alta performance”.
E deixa o recado para quem quer seguir no day trade de forma séria: “Busque conhecimento. Entenda que ser um trader profissional é como qualquer profissão de alta performance. Você precisa de conhecimento, de acompanhamento, de um passo a passo, de um método de ensino. São fases que você precisa passar para se tornar um profissional”.
Hermann Greb integra agora a equipe de influenciadores da XP.
Confira mais conteúdos sobre análise técnica no IM Trader. Diariamente, o infomoney publica o que esperar dos minicontratos de dólar e índice.
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