Futuros de NY recuam e mantém investidores sem boas projeções para esta segunda-feira

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Abr 7, 2025 - 08:25
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Futuros de NY recuam e mantém investidores sem boas projeções para esta segunda-feira
Trader/operador em Wall Street

Investidores aguardavam com nervosismo a abertura dos negócios nos mercados financeiros dos Estados Unidos após a queda no valor dos ativos em Wall Street na semana passada, disparada pelas tarifas de importação anunciadas pelo governo de Donald Trump.

No sábado, o presidente defendeu as tarifas em sua rede social, Truth, e aconselhou investidores a “segurar firme” porque isso seria “uma revolução econômica”. No domingo, segundo a Reuters, Trump afirmou que a menos que o déficit de negociações que alega existir com a China fosse resolvido, não haveria nenhum tipo de de acordo. Sobre a situação do mercado, o presidente disse que “às vezes, é necessário tomar o remédio”.

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Com a abertura de negociações dos futuro dos índices de NY na noite desde domingo, ficou claro o que já era esperado por analistas e investidores: o caos ainda está longe de acabar e o remédio segue amargo.

Os futuros dos índices despencavam logo nos primeiros momentos da negociação, indicando mais uma sessão difícil para as bolsas de NY. Na abertura, os futuros do Dow Jones perdiam 3,3%, do S&P 500 recuavam 3,8% e do Nasdaq recuavam 4,8%.

Confira as cotações de futuros às 23h15 (horário de Brasília):

  • Dow Jones: -2,11%
  • S&P 500: -2,48%
  • Nasdaq: -3,13%

Nos dois dias que se seguiram ao anúncio das tarifas na quarta-feira (2), o índice de referência S&P 500 caiu 10,5% e perdeu cerca de US$ 5 trilhões em valor de mercado. Foi a maior perda em dois dias desde março de 2020. A queda acentuada de quinta (3) e sexta-feira (4) fez com que o S&P 500 acumulasse baixa de mais de 17% em relação ao recorde histórico de fechamento em 19 de fevereiro.

Além do efeito nos mercados, manifestações foram realizadas contra medidas tomadas por Trump, não somente nas tarifas e seu impacto em relações com outros países, mas também com mudanças na estrutura do governo. Elon Musk também era alvo dos protestos. Mais de 1.200 manifestações “Hands Off” foram planejadas para sábado em todos os 50 estados, informou a Associated Press. Os organizadores incluíram grupos de direitos civis, sindicatos, defensores LGBTQ e grupos de veteranos.

Busca pela sustentabilidade

“O mercado em alta está morto”, disse Mark Malek, diretor de investimentos da Siebert Financial. “Talvez vejamos alguns ganhos nos próximos dias, mas por enquanto eles não serão sustentáveis.” O momento da notícia sobre as tarifas, que coincidiu com o início da temporada de resultados de empresas relativos ao primeiro trimestre, está contribuindo para a perspectiva sombria, disse Malek.

Em programas de entrevistas da manhã deste domingo, os principais assessores econômicos de Trump procuraram retratar as tarifas como um reposicionamento inteligente dos EUA. O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse no programa “Meet the Press” da NBC News que não havia “nenhuma razão” para prever uma recessão no país.

Alguns investidores acreditam que o mercado de ações dos EUA tentará, pelo menos, realizar uma espécie de retorno. “Em algum momento desta semana, é provavelmente inevitável que tenhamos um dia de alta”, disse Steve Sosnick, estrategista-chefe de investimentos da Interactive Brokers. A questão continua sendo a sustentabilidade de qualquer recuperação.

“É possível que haja um dia nesta semana em que as telas estejam verdes, mas qualquer recuperação duradoura pode não ocorrer por três ou quatro semanas”, disse Alex Morris, diretor de investimentos da F/m Investments. “Nesse ponto, as pessoas começarão a dizer que já tiramos bastante ar do balão.”

Tarifas e Europa

Os países da União Europeia tentarão apresentar uma frente unida nos próximos dias contra as tarifas de importação dos Estados Unidos criadas por Donald Trump, provavelmente aprovando um primeiro conjunto de contramedidas direcionadas a até US$28 bilhões em importações de produtos norte-americanos, de fio dental a diamantes.

Tal medida significará que a UE se juntará à China e ao Canadá na criação de sobretaxas retaliatórias contra os EUA, em uma escalada do que alguns temem que se torne uma guerra comercial global aberta, tornando os produtos mais caros para bilhões de pessoas e levando as economias de todo o mundo à recessão.

O bilionário norte-americano Elon Musk disse neste sábado que espera ver no futuro uma total liberdade de comércio entre Estados Unidos e Europa, falando dias depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas sobre parceiros comerciais. “No final do dia, espero que se concorde que tanto a Europa quanto os EUA devem se mover idealmente, na minha opinião, para uma situação de tarifa zero, criando efetivamente uma zona de livre comércio entre a Europa e a América do Norte”, disse Musk.

Essa não parece ser, no entanto, a visão de líderes europeus. A dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel afirmou que o ‘Liberation Day’ do governo Trump, como foi batizado o anúncio do novo pacote de tarifas do presidente americano pode marcar o fim do livre comércio mundial.

“Vivemos um Liberation Day, que não foi libertador, mas na verdade parece marcar o fim do livre comércio global”, disse Schnabel durante o 36º Workshop sobre Economia e Finanças da European House Ambrosetti, na Itália. As declarações foram divulgadas pela conta oficial do evento no X.

A França pode ter uma redução de 0,5 ponto percentual no crescimento do produto interno bruto como resultado das políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse o primeiro-ministro, François Bayrou, neste sábado (5). “As políticas de Trump podem nos custar mais de 0,5 ponto do nosso PIB”, disse Bayrou, de acordo com trechos publicados em uma entrevista ao jornal Le Parisien.

A fabricante britânica de carros Jaguar Land Rover está suspendendo as exportações para os Estados Unidos, informou a companhia em comunicado neste sábado. De acordo com a empresa, uma das maiores montadoras da Grã-Bretanha, a pausa deve ocorrer ainda neste mês. A companhia informou que está trabalhando para mitigar o impacto do imposto de 25% sobre veículos importados que será adotado pelo governo de Donald Trump.

(com Reuters)

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