4 tendências de arquitetura e decoração para ficar de olho em 2025/2026
Sustentabilidade e tecnologia junto da valorização do artesanal e histórico norteiam a decoração nos próximos anos.

As bússolas das tendências nos setores de arquitetura, decoração e mobiliário cada vez mais apontam para combinações de novos hábitos digitais, sustentabilidade e valorização das culturas e raízes locais. Isso porque o cenário global, marcado por crises climáticas, tensões geopolíticas e transformações tecnológicas, é cada vez mais influente na maneira como os ambientes são projetados e habitados, gerando nos consumidores um anseio maior por conexão social, conforto e aproveitamento de recursos.
As impressões são fruto de um novo estudo da consultoria Tendere Pesquisa e Soluções Criativas, encomendado pela Eucatex, que avalia os principais drivers para a indústria moveleira, arquitetura e decoração no biênio 2025-2026. Com base em pesquisas de campo no Brasil e monitoramento dos demais contextos socioeconômicos do Hemisfério Sul, o estudo identifica que os consumidores buscam cada vez mais por produtos e ambientes que ofereçam bem-estar com menor impacto ambiental, à medida que também valorizam marcas locais e com práticas éticas e transparentes.
Sustentabilidade

Nesse cenário, a sustentabilidade, mais do que uma tendência, consolida-se como um valor inegociável em diversos setores. Princípios da bioarquitetura emergem como tendências centrais, promovendo a integração de espaços verdes e a convivência harmônica com a natureza, enquanto a economia circular redefine o design de móveis e objetos decorativos, valorizando.
A utilização de bioprodutos (obtidos de fontes renováveis e socialmente responsáveis) e a reciclagem de materiais passam a ocupar um papel prioritário, alinhando inovação a práticas sustentáveis que respondem às demandas de um consumidor cada vez mais consciente.
“Adaptar-se às novas exigências do mercado é essencial para o sucesso em setores que estão diretamente relacionados com o estilo de vida da população e, por consequência, refletem cada vez mais os novos contextos culturais, sociais e tecnológicos de um mundo em constante transformação e sob influência crescente dos millennials (geração Y) e da geração Z”, comenta Andrea Krause, consultora de Marketing e Inovação do segmento Indústria Moveleira e Revenda Madeireira da Eucatex.
Harmonia entre tecnologia e natureza

Paralelamente, a tecnologia continua a provocar grandes mudanças nas relações sociais e das pessoas com os ambientes. Assim, o estudo aponta que as casas inteligentes serão cada vez mais popularizadas, com sistemas automatizados para controle de iluminação, temperatura e segurança tornando-se cada vez mais comuns e acessíveis. “Observamos que muitas das mudanças e tendências de comportamento e consumo estão diretamente ligadas à busca por bem-estar, o que faz o consumidor valorizar muito ambientes mais cômodos e práticos para o dia a dia”, avalia Krause.
Minimalismo e multifuncionalidade

Contudo, a vida urbana acelerada traz desafios que exigem soluções ainda mais inovadoras, principalmente no caso das micro-habitações, que despontam como uma resposta à necessidade de otimizar espaços, principalmente nas grandes cidades. Nesses ambientes, móveis multifuncionais tornam-se imprescindíveis, bem como o estilo minimalista, que combina funcionalidade com uma estética mais limpa. Cores e padrões neutros dominam nesses espaços, com a missão de promover uma sensação de conforto, harmonia e praticidade.
No setor moveleiro, essas tendências são assimiladas de forma marcante. Inspirado pelo minimalismo japonês e pela estética escandinava, o design de móveis ressurge com linhas puras, materiais premium e uma proposta de “detox” visual. Nesse sentido, as madeiras claras, médias e aquecidas são as principais aliadas, e os padrões mais limpos e acinzentados acabam conquistando os designers e os consumidores graças à sua versatilidade e sensação de acolhimento.

“Ao longo do tempo, observamos uma mudança radical na preferência dos brasileiros por padrões e tons de madeira. Antes, materiais em tonalidades mais escuras, avermelhadas e marcantes, como os inspirados no mogno e no jacarandá, eram sinônimo de sofisticação”, observa Andrea Krause.
“Com o avanço da globalização e o acesso facilitado a diferentes culturas e estilos de vida, passamos a ser mais influenciados por cores mais quentes e móveis com visual mais equilibrado, que se adequam melhor aos nossos ambientes, cada vez mais otimizados e multifuncionais”, conclui.
Busca por origens e valorização cultural

Por outro lado, expressões criativas não perderam seu lugar e acabam, na verdade, ainda mais valorizadas, tanto em ambientes residenciais quanto comerciais. Ainda segundo o estudo, outro ponto relevante do comportamento dos consumidores para o próximo ano é a crescente valorização da cultura e da estética local, impulsionada pelo fortalecimento do movimento decolonial e pelo ressurgimento das preferências estéticas do modernismo brasileiro.
Elementos culturais de povos originários começam a influenciar significativamente o design, com materiais como o Imbuia Caiapó ganhando destaque por seu apelo estético e histórico. Essa tendência também reflete um maior uso de materiais reciclados e madeiras certificadas, como os padrões Freijó Brasil e Cumaru Nativo do portfólio da Eucatex, que além de reforçar a mensagem de sustentabilidade, enriquecem os projetos com qualidade e sofisticação.
Elementos de artesanato local e referências ao multiculturalismo brasileiro deixam de ser meramente decorativos e passam a assumir um papel central na criação de espaços que traduzem manifestações autênticas de identidade e resistência cultural. Esse movimento promove a valorização de marcas locais e um fortalecimento da produção sustentável, conectando criatividade e responsabilidade ambiental.
“Empresas que incorporam a economia circular, desenvolvem móveis multifuncionais e investem em tecnologia para personalização de experiências estão mais bem posicionadas para atender às demandas dos consumidores em 2025 e também no próximo ano”, avalia a especialista da Eucatex.