4 tendências de arquitetura e decoração para ficar de olho em 2025/2026

Sustentabilidade e tecnologia junto da valorização do artesanal e histórico norteiam a decoração nos próximos anos.

Abr 17, 2025 - 03:50
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4 tendências de arquitetura e decoração para ficar de olho em 2025/2026

As bússolas das tendências nos setores de arquitetura, decoração e mobiliário cada vez mais apontam para combinações de novos hábitos digitais, sustentabilidade e valorização das culturas e raízes locais. Isso porque o cenário global, marcado por crises climáticas, tensões geopolíticas e transformações tecnológicas, é cada vez mais influente na maneira como os ambientes são projetados e habitados, gerando nos consumidores um anseio maior por conexão social, conforto e aproveitamento de recursos.

Japandi: apê de 110 m² tem décor delicado em tons de branco, rosa e cinza. Projeto de Up3 Arquitetura. Na foto, sala de jantar com mesa e cadeiras brancas, luminária branca.
Projeto de Up3 Arquitetura.Juliano Colodeti, MCA Estúdio/Casa.com.br

As impressões são fruto de um novo estudo da consultoria Tendere Pesquisa e Soluções Criativas, encomendado pela Eucatex, que avalia os principais drivers para a indústria moveleira, arquitetura e decoração no biênio 2025-2026. Com base em pesquisas de campo no Brasil e monitoramento dos demais contextos socioeconômicos do Hemisfério Sul, o estudo identifica que os consumidores buscam cada vez mais por produtos e ambientes que ofereçam bem-estar com menor impacto ambiental, à medida que também valorizam marcas locais e com práticas éticas e transparentes.

Sustentabilidade

Foto mostra, de baixo para cima, alguns pavimentos de prédio com floreiras cheias de plantas, com céu azul ao fundo.
Eduardo Macarios/Divulgação

Nesse cenário, a sustentabilidade, mais do que uma tendência, consolida-se como um valor inegociável em diversos setores. Princípios da bioarquitetura emergem como tendências centrais, promovendo a integração de espaços verdes e a convivência harmônica com a natureza, enquanto a economia circular redefine o design de móveis e objetos decorativos, valorizando.

Tapetes são feitos 100% com plástico de garrafas PET recicladas
Tapetes feitos 100% com plástico de garrafas PET recicladas da Tapetah.Divulgação Tapetah/Casa.com.br
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A utilização de bioprodutos (obtidos de fontes renováveis e socialmente responsáveis) e a reciclagem de materiais passam a ocupar um papel prioritário, alinhando inovação a práticas sustentáveis que respondem às demandas de um consumidor cada vez mais consciente.

“Adaptar-se às novas exigências do mercado é essencial para o sucesso em setores que estão diretamente relacionados com o estilo de vida da população e, por consequência, refletem cada vez mais os novos contextos culturais, sociais e tecnológicos de um mundo em constante transformação e sob influência crescente dos millennials (geração Y) e da geração Z”, comenta Andrea Krause, consultora de Marketing e Inovação do segmento Indústria Moveleira e Revenda Madeireira da Eucatex.

Harmonia entre tecnologia e natureza

Casa de praia tem pub temático no subsolo, jardim interno e telhado verde. Projeto executado pela arquiteta Gabriela Venier e pelo engenheiro civil Germano Fenner/Fachada e interior assinados pelo arquiteto Eliseu Ferreira.
Projeto executado pela arquiteta Gabriela Venier e pelo engenheiro civil Germano Fenner/Fachada e interior assinados pelo arquiteto Eliseu Ferreira.Fábio Jr. Severo/Divulgação

Paralelamente, a tecnologia continua a provocar grandes mudanças nas relações sociais e das pessoas com os ambientes. Assim, o estudo aponta que as casas inteligentes serão cada vez mais popularizadas, com sistemas automatizados para controle de iluminação, temperatura e segurança tornando-se cada vez mais comuns e acessíveis. “Observamos que muitas das mudanças e tendências de comportamento e consumo estão diretamente ligadas à busca por bem-estar, o que faz o consumidor valorizar muito ambientes mais cômodos e práticos para o dia a dia”, avalia Krause.

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Minimalismo e multifuncionalidade

Sala de jantar integrada; quarto e sala de tv com painéis deslizantes de madeira.
Arthur Duarte/Casa.com.br

Contudo, a vida urbana acelerada traz desafios que exigem soluções ainda mais inovadoras, principalmente no caso das micro-habitações, que despontam como uma resposta à necessidade de otimizar espaços, principalmente nas grandes cidades. Nesses ambientes, móveis multifuncionais tornam-se imprescindíveis, bem como o estilo minimalista, que combina funcionalidade com uma estética mais limpa. Cores e padrões neutros dominam nesses espaços, com a missão de promover uma sensação de conforto, harmonia e praticidade.

Quarto com móveis multifuncionais; cama retrátil que vira sofá.
Arthur Duarte/Casa.com.br

No setor moveleiro, essas tendências são assimiladas de forma marcante. Inspirado pelo minimalismo japonês e pela estética escandinava, o design de móveis ressurge com linhas puras, materiais premium e uma proposta de “detox” visual. Nesse sentido, as madeiras claras, médias e aquecidas são as principais aliadas, e os padrões mais limpos e acinzentados acabam conquistando os designers e os consumidores graças à sua versatilidade e sensação de acolhimento.

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Japandi: apê de 110 m² tem décor delicado em tons de branco, rosa e cinza. Projeto de Up3 Arquitetura. Na foto, sala minimalista com sofá branco, parede revestida de madeira clara, poltrona baixa cinza.
Projeto de Up3 Arquitetura.Juliano Colodeti, MCA Estúdio/Casa.com.br

“Ao longo do tempo, observamos uma mudança radical na preferência dos brasileiros por padrões e tons de madeira. Antes, materiais em tonalidades mais escuras, avermelhadas e marcantes, como os inspirados no mogno e no jacarandá, eram sinônimo de sofisticação”, observa Andrea Krause.

“Com o avanço da globalização e o acesso facilitado a diferentes culturas e estilos de vida, passamos a ser mais influenciados por cores mais quentes e móveis com visual mais equilibrado, que se adequam melhor aos nossos ambientes, cada vez mais otimizados e multifuncionais”, conclui.

Busca por origens e valorização cultural

Armário com grafismos indígenas.
MOTIRÕ – ambiente de Ester Carro para a CASACOR São Paulo.André Mortatti/CASACOR
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Por outro lado, expressões criativas não perderam seu lugar e acabam, na verdade, ainda mais valorizadas, tanto em ambientes residenciais quanto comerciais. Ainda segundo o estudo, outro ponto relevante do comportamento dos consumidores para o próximo ano é a crescente valorização da cultura e da estética local, impulsionada pelo fortalecimento do movimento decolonial e pelo ressurgimento das preferências estéticas do modernismo brasileiro.

Obras de Dona Irineia
Obras de Dona Irineia expostas na Brazilian Artisinal Soul em Miami.Carlos Guerreiro/Casa.com.br

Elementos culturais de povos originários começam a influenciar significativamente o design, com materiais como o Imbuia Caiapó ganhando destaque por seu apelo estético e histórico. Essa tendência também reflete um maior uso de materiais reciclados e madeiras certificadas, como os padrões Freijó Brasil e Cumaru Nativo do portfólio da Eucatex, que além de reforçar a mensagem de sustentabilidade, enriquecem os projetos com qualidade e sofisticação.

Casa traz paleta em tons terrosos, materiais e plantas inspiradas no cerrado mineiro. Projeto de Natália Lemos para a CASACOR Rio 2024. Na foto, estante de cozinha com nichos e objetos artesanais.
Projeto de Natália Lemos para a CASACOR Rio 2024.Produção visual: Andrea Brito Velho/Fotos: MCA Estúdio/Divulgação
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Elementos de artesanato local e referências ao multiculturalismo brasileiro deixam de ser meramente decorativos e passam a assumir um papel central na criação de espaços que traduzem manifestações autênticas de identidade e resistência cultural. Esse movimento promove a valorização de marcas locais e um fortalecimento da produção sustentável, conectando criatividade e responsabilidade ambiental.

“Empresas que incorporam a economia circular, desenvolvem móveis multifuncionais e investem em tecnologia para personalização de experiências estão mais bem posicionadas para atender às demandas dos consumidores em 2025 e também no próximo ano”, avalia a especialista da Eucatex.

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