Fumaça preta encerra 1º dia do conclave no Vaticano
Cardeais reunidos na Capela Sistina não chegaram a um consenso sobre a indicação do novo pontífice. Processo de escolha será retomado na quinta-feira. O primeiro dia do conclave que irá eleger o próximo líder da Igreja Católica terminou nesta quarta-feira (07/05) com fumaça preta saindo da chaminé da Capela Sistina, onde cardeais de todo o […] O post Fumaça preta encerra 1º dia do conclave no Vaticano apareceu primeiro em O Cafezinho.

Cardeais reunidos na Capela Sistina não chegaram a um consenso sobre a indicação do novo pontífice. Processo de escolha será retomado na quinta-feira.
O primeiro dia do conclave que irá eleger o próximo líder da Igreja Católica terminou nesta quarta-feira (07/05) com fumaça preta saindo da chaminé da Capela Sistina, onde cardeais de todo o mundo estão reunidos para escolher o próximo papa.
A fumaça preta indica que os cardeais não chegaram a um consenso sobre a indicação do novo pontífice. De fato, é raro que um papa seja eleito já no primeiro dia de deliberação, sendo que a primeira rodada de votos é considerada uma “votação de sondagem”.
Os conclaves geralmente são mais extensos, com múltiplas votações antes que um candidato obtenha a maioria necessária de dois terços dos votos. Nesta edição, serão precisos 89 votos em um único candidato para que o conclave se encerre.
Cardeais de todo o mundo deram início ao conclave nesta quarta-feira pela manhã. Eles participaram de uma missa na Basílica de São Pedro às 10h no horário local (5h de Brasília). O conclave, que ocorre a portas fechadas na Capela Sistina, teve início durante a tarde. Eles estarão isolados do mundo exterior até que se alcance uma maioria em favor do sucessor do papa Francisco.
Conclave mais diverso da história
De quinta-feira em diante as votações acontecem todos os dias, duas vezes pela manhã e duas à tarde. Se após três dias – ou sete escrutínios – não houver acordo, é possível que as votações sejam suspensas por um dia para oração e diálogo entre os cardeais. O mesmo pode ocorrer a cada sete eleições.
O papa Francisco teve como prioridade nomear cardeais de países que nunca haviam tido representantes antes, como Haiti, Sudão do Sul e Mianmar. Com o novo arranjo, neste ano 133 cardeais de 71 países com menos de 80 anos estão aptos a votar.
Ao menos 80% deles foram nomeados pelo papa Francisco, o que faz deste conclave o maior e mais geograficamente diverso em 2 mil anos da Igreja Católica. Na última eleição papal, em 2013, por exemplo, os religiosos vieram de 48 países.
Estima-se que em torno de 45 mil fiéis estejam reunidos na região da Praça São Pedro, próxima ao Vaticano, aguardando a conclusão do conclave.
Quem pode ser o novo papa
A disputa para suceder a Francisco é considerada aberta. Embora alguns nomes tenham sido citados como possíveis favoritos, vários dos cardeais aptos a votar disseram não imaginar quem será o 267º pontífice.
Contudo, há uma expectativa de que a maior pluralidade de participantes leve a um conclave mais longo, mesmo com a existência de uma “pré-conclave” que permite aos clérigos se conhecerem melhor previamente. Em 2013, ano em que Francisco se tornou papa, os cardeais se reuniram por 27 horas. Em 2005, foram 26 horas. Já o conclave mais longo do século 20 durou um total de cinco dias — em 1903.
“Em geral, é mais difícil prever o resultado da eleição de hoje, já que o Colégio de Cardeais é nacional e culturalmente mais heterogêneo”, disse o historiador da Igreja Jörg Ernesti à DW. Para ele, o resultado é incerto. porque há muitos candidatos elegíveis para o cargo.
Como acontece a votação
Assim como visto no thriller papal Conclave, adaptado para o cinema em 2024, os cardeais ficam isolados na Capela Sistina. Três deles são sorteados para fazer a contagem dos votos, três para coletar as cédulas dos enfermos, e três revisores. Cada eleitor recebe uma cédula retangular, onde escreve o nome do escolhido.
Na sequência, cada um deles vai até o altar, com a cédula em riste, e declara: “Invoco como testemunha Cristo Senhor, que me há de julgar, que o meu voto é dado àquele que, segundo Deus, julgo dever ser eleito”.
O papel dobrado é colocado em um prato, que é usado para despejar o voto em uma urna de prata. Os cardeais se curvam e retornam aos seus assentos. Após a votação, os escrutinadores iniciam a contagem, lendo os nomes em voz alta, perfurando as cédulas com uma agulha e amarrando-as.
Depois de conferidas, as cédulas são queimadas em conjunto a cada duas votações, uma vez pela manhã, e uma pela tarde.
Um segundo fogão é usado para liberar a fumaça branca, se houver consenso, ou preta, se não houver. Este procedimento está previsto para acontecer duas vezes por dia. Uma entre 12h e 13h (7h e 8h em Brasília) e outra entre 17h e 18h (12h e 13h em Brasília).
Se um papa for eleito em qualquer uma das votações, a fumaça branca será emitida imediatamente após a contagem dos votos, independentemente do horário previsto.
A tradicional fala solene “Habemus Papam” é proferida cerca de 1 hora depois da divulgação do resultado pela chaminé. O cardeal francês Dominique Mamberti, atual prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, foi o escolhido para proclamar a frase.
Publicado originalmente pelo DW em 07/05/2025
O post Fumaça preta encerra 1º dia do conclave no Vaticano apareceu primeiro em O Cafezinho.