Franceses ‘amarram’ produção de barcos de luxo no Alto Minho com 200 trabalhadores
Chegou a Portugal com a promessa de criar 700 empregos no Alto Minho, no polo industrial que criou no país através da fusão da antiga fábrica Rodman, em Valença, e Starfisher, em Vila Nova de Cerveira, ambas compradas pelo Grupo Beneteau, no final de 2021, em pleno período pós-pandemia. Após um “crescimento muito rápido” nos […]


Chegou a Portugal com a promessa de criar 700 empregos no Alto Minho, no polo industrial que criou no país através da fusão da antiga fábrica Rodman, em Valença, e Starfisher, em Vila Nova de Cerveira, ambas compradas pelo Grupo Beneteau, no final de 2021, em pleno período pós-pandemia.
Após um “crescimento muito rápido” nos dois primeiros anos, período no qual a multinacional francesa chegou a empregar as sete centenas de pessoas prometidas, o grupo estabilizou a atividade – e os postos de trabalho – com cerca de 200 trabalhadores. E voltar a contratar não está nos planos, apesar de garantir que Portugal é uma aposta do grupo e merece um “investimento forte” na inovação e melhoria das instalações.
Após “um crescimento muito grande”, no período pós-pandemia de Covid-19, em que “o setor náutico teve uma explosão dos pedidos e das encomendas” e originou “um crescimento muito rápido nos dois primeiros anos” da empresa no país, o Grupo Beneteau Portugal regressou a níveis de produção considerados normais – fabrica atualmente 80 barcos por ano – e emprega agora cerca de 200 trabalhadores, refere ao ECO o diretor-geral, Filipe Gaspar.
“Com o novo padrão e a produção mais calma, e também com níveis de eficiência e de produtividade muito melhores – o que também é necessário –, [a empresa] estabilizou por volta de 200 colaboradores”, justifica, relatando que o grupo chegou a ter os 700 funcionários prometidos aquando do anúncio do investimento no Alto Minho. Os planos atuais pressupõem uma manutenção da equipa.
“Ao dia de hoje e para este ano, contratar não está nos planos. [A intenção] é realmente manter” o número de colaboradores, aponta o gestor, destacando que a empresa continua a apostar no know-how e formação das equipas.
Aquando das aquisições no Norte do País, o grupo francês adiantou que estes investimentos permitiriam “consolidar a presença em Portugal para servir o mercado muito dinâmico dos pequenos barcos a motor (menos de 40 pés) para a vela local, ou dayboating“, falando no mercado nacional como um complemento às fábricas polacas e americanas dedicadas a estes mercados, as quais careciam de capacidade de produção, segundo explicou à data Jérôme de Metz, CEO do Groupe Beneteau.
Apesar de ter um número mais reduzido de colaboradores, o responsável pelo grupo em Portugal garante que a empresa está a fazer um forte investimento no “desenvolvimento de novos modelos e em restyling de modelos que já são um bocadinho mais velhos”. Destaca, por outro lado, o trabalho na área da pesquisa e da inovação em Portugal, já que, além de um centro de produção, tem também um centro de desenvolvimento no país.
Em três anos, [a operação em Portugal] demonstrou que era capaz de alcançar níveis de segurança, de qualidade e de produtividade do mesmo nível que as outras fábricas no grupo. Por isso, definitivamente, é uma aposta para o futuro.
Em declarações ao ECO, Filipe Gaspar sublinha que o grupo está a fazer “muito investimento na área do desenvolvimento, mas também nas instalações”. “Nós procuramos sempre crescer, melhorar as instalações”, acrescenta.
Sem querer avançar com números, o responsável garante que o mercado nacional é “definitivamente” uma aposta para a empresa. “Em pouco tempo, em três anos, [a operação em em Portugal] demonstrou que era capaz de alcançar níveis de segurança, de qualidade e de produtividade do mesmo nível que as outras fábricas no grupo. Por isso, definitivamente, Portugal é uma aposta para o futuro”, remata.