Fernanda Torres vê “Ainda Estou Aqui” como continuidade do legado de Fernanda Montenegro

Atriz falou sobre a importância do filme e destacou relação com a trajetória da mãe durante entrevista ao "Jornal Nacional"

Mar 4, 2025 - 01:30
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Fernanda Torres vê “Ainda Estou Aqui” como continuidade do legado de Fernanda Montenegro

Comemoração e emoção

Fernanda Torres afirmou que seu trabalho em “Ainda Estou Aqui” representa, de certa forma, a continuidade do legado de sua mãe, Fernanda Montenegro. A declaração foi feita nesta segunda-feira (3/3), durante entrevista ao vivo ao “Jornal Nacional”, um dia após o filme vencer o Oscar de Melhor Filme Internacional.

A atriz apareceu de óculos escuros e explicou o motivo. “Estou de óculos escuros porque estou com vergonha do meu olho. Estou igual maratonista no fim da Olimpíada, chegando feliz da vida… mas, eu vou dormir”, disse, referindo-se à celebração da vitória.

Reflexão sobre o impacto do filme

Durante a entrevista, Fernanda destacou a importância de “Ainda Estou Aqui” como um filme que transmite experiências e preserva memórias históricas.

“Temos que pensar que esse é um filme sobre transmissão de uma experiência. A minha mãe é da mesma geração de Eunice Paiva. São duas mulheres que viveram um período muito terrível no Brasil, no mundo, que é a Guerra Fria, e elas criaram filhos que depois foram capazes de escrever livros e de atuar”, afirmou.

Legado e resistência

A atriz também mencionou o impacto do longa na memória coletiva e sua relação pessoal com a obra. “Eu gosto de pensar que esse filme foi feito por duas crianças, que eram Marcelo Rubens Paiva e Walter [Salles], que estavam naquela casa e que sofreram por tabela uma violência de Estado e que, décadas depois, criaram algo para que nunca aquela história fosse esquecida”.

Ela ressaltou a importância do filme na resistência contra retrocessos sociais. “Então, eu me sinto assim também com relação à mamãe. De certa forma, eu levo o legado da minha mãe adiante. E fico pensando nas crianças que estão vivas hoje, que filmes eles farão daqui a 50 anos sobre a nossa resistência hoje ao autoritarismo, aos movimentos antidemocráticos, à anti-cultura. É um filme sobre transmissão e sobre resistência ao longo do tempo”.