Faltam 10 dias para o Rali de Portugal: quando Joaquim Moutinho nos recordou a vitória de 1986
Joaquim Moutinho recordou-nos, um dia, a sua vitória no Rali de Portugal de 1986, prova que foi uma das mais importantes da sua carreira. Embora não tenha sido a que lhe deu mais prazer em termos de combatividade, pelos motivos que se conhecem, decorrentes do acidente de 5 de março de 1986 em Sintra, na […] The post Faltam 10 dias para o Rali de Portugal: quando Joaquim Moutinho nos recordou a vitória de 1986 first appeared on AutoSport.

Joaquim Moutinho recordou-nos, um dia, a sua vitória no Rali de Portugal de 1986, prova que foi uma das mais importantes da sua carreira. Embora não tenha sido a que lhe deu mais prazer em termos de combatividade, pelos motivos que se conhecem, decorrentes do acidente de 5 de março de 1986 em Sintra, na Lagoa Azul, foi claramente o triunfo que teve maior impacto, tanto a nível nacional quanto internacional, especialmente para si e para a Renault Portuguesa, sendo ainda hoje o único triunfo de um piloto português numa prova do Mundial de Ralis à geral.
Segundo Moutinho, ele e o seu navegador, Edgar Fortes, estavam extremamente motivados para o evento. O Renault 5 Turbo estava em excelente forma, e a qualidade da lista de inscritos, combinada com a magia da prova, dava-lhes uma motivação adicional. No entanto, havia uma regra de ouro que não podiam ignorar: não danificar o carro. Afinal, o Campeonato Nacional era longo, e seria necessário preservá-lo para as restantes provas, pelo que o andamento teria de levar sempre esse facto em conta, só que ao invés de estarem a lutar para ser os melhores portugueses, lutavam pelo triunfo na prova, com a responsabilidade que isso acarretava.
Logicamente, a prova ficou marcada pelo trágico acidente na Lagoa Azul, que marcou aquele rali. Após o incidente, foi convocada uma reunião no Estoril-Sol, onde estiveram presentes os pilotos das principais equipas de fábrica. Joaquim Moutinho e Edgar Fortes foram a única equipa portuguesa convidada a participar. Segundo Moutinho, a reunião foi bastante tensa, com discussões acaloradas entre os pilotos sobre a possibilidade de continuar ou não na prova, destacando depois um momento curioso ocorrido durante a reunião. Um funcionário do hotel trouxe uma mesa coberta com uma toalha, onde estavam colocadas bebidas como águas e laranjadas. Alguns presentes decidiram inspecionar a mesa e descobriram um gravador escondido, colocado por jornalistas para obterem uma gravação das conversas. A descoberta, que Moutinho atribuiu a Jean Todt, patrão da Peugeot, demonstrava que alguns diretores já estavam habituados a situações deste género.
Apesar de Moutinho e Fortes argumentarem a favor da continuidade da prova, explicaram que não podiam tomar uma posição solidária com os pilotos de fábrica. Justificaram-se dizendo que aquele era o público que os acompanhava ao longo de todo o ano e que as estradas eram o palco habitual das suas competições. Se naquela altura decidissem não continuar, isso significaria o fim das suas participações em ralis de estrada. Os argumentos foram compreendidos, mas a decisão das equipas de fábrica de abandonar a prova manteve-se inalterada.
Com o caminho aberto, Moutinho decidiu concentrar-se exclusivamente na vitória, poupando a mecânica do carro, mas mantendo um ritmo suficientemente elevado. Essa estratégia revelou-se acertada e resultou na conquista da histórica vitória que acabou por ser a mais importante da sua carreira desportiva, tanto pelo contexto como pelas repercussões que teve para a Renault Portuguesa: “consegui vencer e o triunfo no Rali de Portugal foi a mais importante da minha carreira desportiva”, disse.The post Faltam 10 dias para o Rali de Portugal: quando Joaquim Moutinho nos recordou a vitória de 1986 first appeared on AutoSport.