EUA impõem tarifas de até 3.403% sobre painéis solares produzidos por empresas chinesas

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira, 21, a aplicação de tarifas antidumping e compensatórias sobre células e painéis solares importados de países do Sudeste Asiático, onde empresas chinesas mantêm fábricas para abastecer o mercado norte-americano. A medida atinge produtos provenientes de Camboja, Tailândia, Vietnã e Malásia, com alíquotas que chegam a […] O post EUA impõem tarifas de até 3.403% sobre painéis solares produzidos por empresas chinesas apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 22, 2025 - 16:39
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EUA impõem tarifas de até 3.403% sobre painéis solares produzidos por empresas chinesas

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira, 21, a aplicação de tarifas antidumping e compensatórias sobre células e painéis solares importados de países do Sudeste Asiático, onde empresas chinesas mantêm fábricas para abastecer o mercado norte-americano.

A medida atinge produtos provenientes de Camboja, Tailândia, Vietnã e Malásia, com alíquotas que chegam a 3.403,96%, segundo informações divulgadas pela agência Reuters.

A decisão foi tomada após investigações conduzidas pelo governo norte-americano, iniciadas em 2023, a partir de denúncias apresentadas por um grupo de fabricantes locais.

O processo teve como foco apurar a prática de dumping e a concessão de subsídios considerados ilegais a produtores estrangeiros, o que, segundo as autoridades, gera prejuízo para a indústria nacional.

As tarifas estabelecidas variam conforme o país de origem. No caso do Camboja, as taxas podem chegar a 3.403,96%. Para a Tailândia, o percentual máximo foi fixado em 799,55%. Os produtos oriundos do Vietnã enfrentarão tarifas de até 542,64%, enquanto as importações da Malásia terão alíquotas de até 168,80%.

Empresas específicas também foram incluídas na decisão com tarifas diferenciadas. Entre elas estão Hounen Solar, Trina Solar Science & Technology e Jinko Solar Technology, que foram alvo de medidas personalizadas.

A decisão foi fundamentada em duas investigações preliminares realizadas pelo Departamento de Comércio, que apontaram a existência de práticas de dumping e subsídios nas operações dessas companhias.

O Comitê de Comércio da Aliança Americana para a Fabricação de Energia Solar avaliou positivamente a medida. Para Tim Brightbill, advogado da entidade, a decisão confirma denúncias feitas pelo setor produtivo norte-americano.

“Eles confirmam o que sabemos há muito tempo: empresas com sede na China têm burlado as regras comerciais”, afirmou.

Segundo Brightbill, há “evidências substanciais e detalhadas de que esses quatro países estão envolvidos em dumping ilegal e subsídios a células e módulos solares, o que está prejudicando empresas e trabalhadores americanos”.

A decisão final da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (ITC) está prevista para o dia 2 de junho.

As tarifas fazem parte de uma série de ações do governo norte-americano para restringir a entrada de produtos de energia solar produzidos por empresas chinesas, mesmo quando essas companhias operam fora do território chinês.

A atual gestão do presidente Donald Trump, no segundo mandato iniciado em 2025, intensificou a política de proteção à indústria local, ampliando o alcance das sanções comerciais.

No início deste ano, a administração Trump elevou para 50% as tarifas sobre a importação de painéis solares e polissilício oriundos da China.

Em abril, novas tarifas de até 49% foram anunciadas para produtos vindos do Sudeste Asiático, em uma ofensiva direcionada a conter a presença chinesa no mercado global de energia solar. A aplicação dessas tarifas havia sido temporariamente suspensa para negociações, mas a nova decisão confirma o avanço da política tarifária.

A China mantém posição de liderança global no setor de energia solar, respondendo por cerca de 90% da produção mundial, incluindo o fornecimento de polissilício, células e módulos solares.

A dependência internacional da cadeia produtiva chinesa contribui para o aumento das tensões comerciais entre Pequim e Washington, especialmente em setores estratégicos como o de energias renováveis.

O governo norte-americano argumenta que a política tarifária visa combater práticas comerciais desleais, com a imposição de preços considerados abaixo do custo de produção, sustentados por subsídios governamentais. A medida pretende garantir condições de concorrência para os fabricantes locais e proteger empregos no setor de energia solar.

A ofensiva norte-americana contra os produtos chineses inclui a adoção de critérios que consideram não apenas a localização das fábricas, mas também a origem do capital e o controle das operações industriais.

Segundo o Departamento de Comércio, a decisão reflete a preocupação de que empresas chinesas estejam utilizando fábricas em outros países como forma de contornar as restrições anteriormente impostas às exportações diretas da China para os Estados Unidos.

Com a nova rodada de tarifas, Washington amplia a política de restrição a produtos chineses no setor de energia, reforçando a disputa geopolítica por mercados considerados estratégicos.

O Departamento de Comércio sustenta que as medidas adotadas são justificadas pela necessidade de neutralizar práticas de dumping e a concessão de subsídios classificados como ilegais, o que, segundo o governo, distorce o comércio internacional e prejudica a indústria norte-americana.

A decisão marca mais um capítulo no conflito comercial entre Estados Unidos e China, que desde 2018 se enfrentam em diferentes frentes, com sucessivas imposições de tarifas e sanções comerciais.

A expectativa é de que a medida tenha impacto significativo na cadeia global de fornecimento de energia solar, ao afetar tanto os preços quanto a disponibilidade de equipamentos no mercado internacional.

A avaliação final sobre a aplicação definitiva das tarifas será divulgada pela Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos no início de junho. Até lá, empresas e governos seguem acompanhando os desdobramentos da política tarifária norte-americana e seus efeitos no comércio global de energia solar.

Com informações da Sputnik

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