EUA Criam Menos Vagas de Trabalho do Que o Esperado em Fevereiro

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O crescimento do emprego foi mais fraco do que o esperado em fevereiro, à medida que o governo de Donald Trump começou a reduzir a força de trabalho federal.

A criação de vagas fora do setor agrícola aumentou em 151 mil no mês, informou o Bureau of Labor Statistics (BLS) do Departamento do Trabalho nesta sexta-feira (7). O resultado ficou abaixo das estimativas de criação de 170 mil vagas, mas acima do resultado de janeiro.

No primeiro mês do ano foram criadas 125 mil vagas, resultado revisado para baixo. A estimativa preliminar era de que houvessem sido criados 143 mil postos de trabalho.

A taxa de desemprego subiu ligeiramente para 4,1% ante os 4,0% de janeiro. A estimativa era de manutenção da taxa em 4,0%. Mesmo assim, os números de fevereiro indicam que o mercado de trabalho está estável. O número de empregos criados em dezembro foi revisado para cima, chegando a 323 mil, um aumento de 16 mil em relação à estimativa anterior, enquanto o novo dado de janeiro representa uma redução de 18 mil em comparação com a estimativa anterior.

Houve aspectos negativos. A taxa de participação na força de trabalho caiu para 62,4%, o menor nível desde janeiro de 2023, à medida que a força de trabalho encolheu em 385 mil pessoas. Uma medida mais ampla de desemprego, que inclui trabalhadores desalentados e aqueles que ocupam vagas de meio período por razões econômicas, subiu meio ponto percentual, chegando a 8%, o nível mais alto desde outubro de 2021.

O setor de saúde liderou a criação de empregos, adicionando 52 mil postos de trabalho, um número próximo à sua média dos últimos 12 meses. Outros setores que registraram ganhos incluem atividades financeiras (21 mil), transporte e armazenamento (18 mil) e assistência social (11 mil).

Em relação aos salários, o ganho médio por hora trabalhada aumentou 0,3%, como esperado, embora o crescimento anual de 4% tenha ficado um pouco abaixo da projeção de 4,2%.

Elon Musk

O relatório foi o primeiro a ser divulgado incluindo os esforços do Departamento de Eficiência Governamental (Doge), criado por Trump e comandado por Elon Musk, com o objetivo de reduzir o tamanho do governo federal. As primeiras iniciativas do Doge incluíram incentivos para demissões voluntárias e cortes em massa que afetaram vários departamentos.

Embora os impactos dessas reduções provavelmente só sejam totalmente sentidos nos próximos meses, os efeitos já começam a aparecer. O emprego no governo federal caiu 10 mil em fevereiro, embora a folha de pagamento do setor público como um todo tenha aumentado em 11 mil, segundo o BLS.

Os esforços de Musk têm sido refletidos em pesquisas que mostram altos níveis de apreensão entre os trabalhadores. Os números de fevereiro, no entanto, indicam que o mercado de trabalho está estável. O número de empregos criados em dezembro foi revisado para cima, chegando a 323 mil, um aumento de 16 mil em relação à estimativa anterior, enquanto o novo dado de janeiro representa uma redução de 18 mil em comparação com a estimativa anterior.

Ações sobem

Os contratos futuros do mercado de ações subiram após a divulgação do relatório, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro caíram. As ações têm apresentado oscilações diárias desde que Trump assumiu o cargo, com movimentos dependendo principalmente de notícias sobre tarifas, que têm mudado rapidamente.

A perspectiva dos investidores é que uma redução no nível de emprego indique uma desaceleração da economia americana, o que permitirá que o Federal Reserve (FED), o banco central dos Estados Unidos, seja mais assertivo em uma redução dos juros. Porém, isso está difícil.

Segundo Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos, “embora o resultado tenha ficado aquém do esperado, avaliamos que o desemprego nos EUA permanece extremamente baixo”. Sousa avalia que a redução é “insuficiente para alterar nossa perspectiva para a trajetória cautelosa do FED. Entendemos que a autoridade monetária manterá a taxa básica inalterada nas próximas reuniões.”

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