Escolas cívico-militares: governo de SP aprova adesão de seis colégios na região de Campinas; veja quais

Lista final levou em consideração os índices de vulnerabilidade social e desenvolvimento educacional dos municípios. Novo modelo será adotado a partir do segundo semestre. O secretário de Educação de São Paulo, Renato Feder, e o governador Tarcísio de Freitas Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo A Secretaria Estadual de Educação aprovou a adesão de seis colégios na região de Campinas (SP) ao Programa das Escolas Cívico-Militares. A expectativa da pasta é que o novo modelo seja adotado a partir do segundo semestre deste ano. A lista final com as 100 escolas estaduais que vão adotar o modelo cívico-militar será publicada no Diário Oficial desta terça-feira (29). Veja, no gráfico a seguir, as cidades da região que terão unidades incluídas: Como as escolas foram selecionadas? Primeiro, as 302 escolas que manifestaram interesse no modelo cívico-militar no ano passado passaram por três rodadas de consulta pública. Puderam votar pais, mães ou responsáveis por alunos menores de 16 anos, estudantes a partir dessa idade (ou seus familiares, caso o aluno não votasse) e também professores e demais profissionais da escola. A adesão ao modelo era validada quando a escola atingia o quórum mínimo — ou seja, a participação de 50% + 1 dos eleitores — e quando mais da metade dos votos válidos eram favoráveis. Cada participante podia votar apenas uma vez, e nas rodadas seguintes, apenas quem ainda não tinha votado podia participar. No total, mais de 106 mil votos da comunidade escolar foram contabilizados, com 87% deles favoráveis à implantação do programa, segundo o estado. Três escolas aprovaram a proposta com 100% dos votos válidos. Ainda de acordo com o governo estadual, na primeira votação, feita em março, 70 escolas decidiram pela adesão. Na segunda rodada, em abril, mais 35 unidades se juntaram à lista. Na terceira e última rodada, outras 27 escolas votaram a favor. Do total de interessados, 132 comunidades escolares aprovaram a implantação, quatro rejeitaram e 166 não atingiram o quórum mínimo nas três rodadas de consulta. Lista final com 100 unidades Considerando que o número de escolas que aprovaram a adesão ao programa foi superior à meta de 100 unidades estabelecida pelo governo estadual, a elaboração da lista final de selecionadas foi feita com base nos seguintes critérios: a existência de pelo menos uma escola por município; o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS); e o resultado no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP). “O programa será implantado em unidades de 89 municípios paulistas, incluindo a capital, região metropolitana, litoral e interior. Desses 89, 80 são cidades com IDH abaixo da média estadual e 37 estão abaixo da média nacional”, explicou o estado, em nota. Uso do celular causa impacto na educação de crianças e adolescentes nas escolas Como vai funcionar? O modelo de escola proposto pelo governo mescla a presença de militares - que cuidarão da disciplina dos alunos - e de profissionais da educação, que serão responsáveis pelo conteúdo passado nas salas de aula. A implantação do programa chegou a ser suspensa pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP) em agosto de 2024, após ação do sindicato dos professores da rede estadual de São Paulo (Apeoesp), mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes derrubou a liminar três meses depois. De acordo com o projeto de lei que criou o programa, as atividades extracurriculares desses colégios serão de responsabilidade dos militares e devem ser formuladas por colaboração da Secretaria da Educação com a Secretaria da Segurança Pública. Segundo o texto, essas atividades devem seguir “valores cidadãos, como civismo, dedicação, excelência, honestidade e respeito” e “habilidades que preparem o aluno para o exercício consciente da cidadania”. Responsabilidades do governo: apoiar financeiramente a execução e a implementação do Programa; selecionar as escolas participantes (levando em consideração a vontade da comunidade escolar); conscientizar a população sobre “a importância da implementação das Escolas Cívico-Militares”; prestar apoio técnico e financeiro aos colégios participantes; ofertar conhecimento adicional para os profissionais das instituições; monitorar e avaliar as escolas participantes do programa; realizar o processo seletivo dos policiais militares que irão atuar como monitores (para isso, devem consultar a SSP); definir as diretrizes pedagógicas e a orientação das escolas do programa; decidir quanto às demissões dos profissionais que atuarão nos colégios; compra de uniformes para os funcionários. Responsabilidades das escolas: implementar o Programa Escola Cívico-Militar de acordo com as normas propostas pela Seduc e garantir as condições para isso; garantir a qualidade do processo educacional; prestar informações à Diretoria de Ensino e Secretaria de Educação sobre a execução do programa; se certificar de que os princípios éticos, respeito aos direitos humanos, a proteção à dignidade

Abr 28, 2025 - 21:10
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Escolas cívico-militares: governo de SP aprova adesão de seis colégios na região de Campinas; veja quais

Lista final levou em consideração os índices de vulnerabilidade social e desenvolvimento educacional dos municípios. Novo modelo será adotado a partir do segundo semestre. O secretário de Educação de São Paulo, Renato Feder, e o governador Tarcísio de Freitas Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo A Secretaria Estadual de Educação aprovou a adesão de seis colégios na região de Campinas (SP) ao Programa das Escolas Cívico-Militares. A expectativa da pasta é que o novo modelo seja adotado a partir do segundo semestre deste ano. A lista final com as 100 escolas estaduais que vão adotar o modelo cívico-militar será publicada no Diário Oficial desta terça-feira (29). Veja, no gráfico a seguir, as cidades da região que terão unidades incluídas: Como as escolas foram selecionadas? Primeiro, as 302 escolas que manifestaram interesse no modelo cívico-militar no ano passado passaram por três rodadas de consulta pública. Puderam votar pais, mães ou responsáveis por alunos menores de 16 anos, estudantes a partir dessa idade (ou seus familiares, caso o aluno não votasse) e também professores e demais profissionais da escola. A adesão ao modelo era validada quando a escola atingia o quórum mínimo — ou seja, a participação de 50% + 1 dos eleitores — e quando mais da metade dos votos válidos eram favoráveis. Cada participante podia votar apenas uma vez, e nas rodadas seguintes, apenas quem ainda não tinha votado podia participar. No total, mais de 106 mil votos da comunidade escolar foram contabilizados, com 87% deles favoráveis à implantação do programa, segundo o estado. Três escolas aprovaram a proposta com 100% dos votos válidos. Ainda de acordo com o governo estadual, na primeira votação, feita em março, 70 escolas decidiram pela adesão. Na segunda rodada, em abril, mais 35 unidades se juntaram à lista. Na terceira e última rodada, outras 27 escolas votaram a favor. Do total de interessados, 132 comunidades escolares aprovaram a implantação, quatro rejeitaram e 166 não atingiram o quórum mínimo nas três rodadas de consulta. Lista final com 100 unidades Considerando que o número de escolas que aprovaram a adesão ao programa foi superior à meta de 100 unidades estabelecida pelo governo estadual, a elaboração da lista final de selecionadas foi feita com base nos seguintes critérios: a existência de pelo menos uma escola por município; o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS); e o resultado no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP). “O programa será implantado em unidades de 89 municípios paulistas, incluindo a capital, região metropolitana, litoral e interior. Desses 89, 80 são cidades com IDH abaixo da média estadual e 37 estão abaixo da média nacional”, explicou o estado, em nota. Uso do celular causa impacto na educação de crianças e adolescentes nas escolas Como vai funcionar? O modelo de escola proposto pelo governo mescla a presença de militares - que cuidarão da disciplina dos alunos - e de profissionais da educação, que serão responsáveis pelo conteúdo passado nas salas de aula. A implantação do programa chegou a ser suspensa pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP) em agosto de 2024, após ação do sindicato dos professores da rede estadual de São Paulo (Apeoesp), mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes derrubou a liminar três meses depois. De acordo com o projeto de lei que criou o programa, as atividades extracurriculares desses colégios serão de responsabilidade dos militares e devem ser formuladas por colaboração da Secretaria da Educação com a Secretaria da Segurança Pública. Segundo o texto, essas atividades devem seguir “valores cidadãos, como civismo, dedicação, excelência, honestidade e respeito” e “habilidades que preparem o aluno para o exercício consciente da cidadania”. Responsabilidades do governo: apoiar financeiramente a execução e a implementação do Programa; selecionar as escolas participantes (levando em consideração a vontade da comunidade escolar); conscientizar a população sobre “a importância da implementação das Escolas Cívico-Militares”; prestar apoio técnico e financeiro aos colégios participantes; ofertar conhecimento adicional para os profissionais das instituições; monitorar e avaliar as escolas participantes do programa; realizar o processo seletivo dos policiais militares que irão atuar como monitores (para isso, devem consultar a SSP); definir as diretrizes pedagógicas e a orientação das escolas do programa; decidir quanto às demissões dos profissionais que atuarão nos colégios; compra de uniformes para os funcionários. Responsabilidades das escolas: implementar o Programa Escola Cívico-Militar de acordo com as normas propostas pela Seduc e garantir as condições para isso; garantir a qualidade do processo educacional; prestar informações à Diretoria de Ensino e Secretaria de Educação sobre a execução do programa; se certificar de que os princípios éticos, respeito aos direitos humanos, a proteção à dignidade humana, o zelo pelos direitos fundamentais de toda a comunidade escolar e o respeito à diversidade não estão sendo feridos. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias sobre a região no g1 Campinas