Entrevista com Lidyanne, da newsletter Estrangeirismos

Nesta entrevista, Lidyanne, da newsletter Estrangeirismos, conta seu processo criativo, como surgiu sua newsletter e outros detalhes dos seus escritos.

Fev 22, 2025 - 11:53
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Entrevista com Lidyanne, da newsletter Estrangeirismos

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Estrangeirismos

Fale um pouco de você, Lidyanne.

Nasci em Campo Grande (MS), estado que me acolheu em diferentes localizações durante meus primeiros 18 anos de vida. Fiz o caminho inevitável de mudança para São Paulo por conta dos estudos, onde me graduei como jornalista e trabalhei com assessoria de imprensa na área cultural por sete anos. Inventei uma transição de carreira no meio do caminho, que me levou a um vilarejo no interior da França, onde fiz um mestrado e morei por dois anos. Hoje, tento não ser atropelada por bicicletas na Holanda, que chamo de casa desde 2020.

O salário vem do trabalho como gerente de produto de um site de e-commerce. Fora do horário comercial é fácil me encontrar no cinema, debruçada num caderno ou escondida atrás de um livro (ou do leitor digital; aqui tem espaço para todos). Também incluo a corrida de rua na rotina, para estapear a ansiedade que nem sempre me dá trégua.

Como surgiu a ideia de lançar uma newsletter?

Tudo começou no falecido Tinyletter, onde mantive uma newsletter que tinha mais cara de blog entre 2015 e 2017. Em 2021, fiz o curso “Técnicas criativas para transformar ideias em textos”, da Aline Valek (escritora e autora de uma das minhas newsletters favoritas). O projeto final era a criação de uma newsletter, e assim nasceu Estrangeirismos.

A princípio, fiz um combo de quatro textos, publiquei e nunca mais dei sinal de vida. Voltei alguns meses mais tarde, porque senti que precisava falar mais sobre minhas vivências de imigrante.

Desde outubro de 2022 envio uma nova edição a cada duas semanas. Ou melhor, tento. Os tropeços da vida às vezes atrasam o envio, mas no geral consigo cumprir o cronograma.

Qual é o seu processo criativo para escrever uma nova edição?

Toda minha admiração por quem tem um processo criativo estruturado. O meu é meio desordenado. Abandonei o jornalismo, porém mantive o costume de ter sempre um caderno na bolsa. Às vezes anoto ideias soltas, mas também pode sair um texto inteiro, que edito quando passo para o computador. Se bate vontade de escrever e estou com o computador por perto, confio no bom e velho Word, ou abro novo arquivo no Google Docs.

Mantenho um calendário de postagens no Notion, onde anoto referências e temas sobre os quais gostaria de escrever. Brinco que é um arquivo vivo, porque altero conforme necessidade ao longo dos meses. É bastante útil, recorro ao calendário quando me vejo meio sem norte, ou o tema do que comecei a rascunhar não rende tanto quanto gostaria.

Uma vez finalizado, espero uns dias antes de editar o texto. É importante deixar o texto “respirar” um pouco antes de virá-lo do avesso. O processo de edição pode ser relativamente breve, mas já aconteceu de fazê-lo em etapas ao longo de dois, três dias.

Entre a escrita do texto e a edição, costumo separar imagens no Pinterest ou no meu arquivo pessoal de fotos que possam servir de inspiração. Uso alguns para ilustrar a publicação final.

Sua newsletter tem uma assinatura paga ou gera dinheiro de alguma outra forma?

Sim.

Fale um pouco da newsletter enquanto negócio.

Estrangeirismos tem uma assinatura paga modesta. Acrescentei esta opção em janeiro de 2024. Fiz por exercício, queria me desafiar a preparar uma edição extra por mês, mas cogito não dar continuidade em 2025 porque é pouco rentável.

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