Eneva (ENEV3) entrega resultados poluídos no 4T24, mas com grande redução do endividamento; vale a pena investir?

O resultado da Eneva (ENEV3) foi impactado por vários efeitos negativos durante o 4º trimestre de 2024. Confira. O post Eneva (ENEV3) entrega resultados poluídos no 4T24, mas com grande redução do endividamento; vale a pena investir? apareceu primeiro em Empiricus.

Mar 21, 2025 - 18:53
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Eneva (ENEV3) entrega resultados poluídos no 4T24, mas com grande redução do endividamento; vale a pena investir?

A Eneva (ENEV3) divulgou resultados muito poluídos e abaixo das expectativas no 4T24. No geral, os números foram ajudados por melhores despachos e reajuste das receitas fixas no Complexo Parnaíba e Roraima, além da contribuição positiva das térmicas recém adquiridas (Linhares, Tevisa, Povoação e da Gera Maranhão). 

Por outro lado, o trimestre foi impactado por vários efeitos negativos, como a continuidade nas restrições à geração solar, impairment relevante nas operações de carvão, além de impactos não-caixa e não recorrentes relevantes no resultado financeiro, que levaram o resultado final para um prejuízo. 

Receita da Eneva cresce quase 80% no 4T24

A Receita Líquida da Eneva cresceu 79% no período, para R$ 4,9 bilhões. Esse acréscimo é explicado pelo maior despacho médio nas usinas a gás, reflexo do aumento da demanda de carga do sistema e maior presença de fontes renováveis. Além disso, tivemos o reajuste anual das receitas fixas, e a entrada no portfólio das térmicas Linhares, Tevisa, Povoação e da Gera Maranhão. 

Por outro lado, as recentes aquisições trouxeram um grande incremento nos custos e despesas, que também foram afetados por outros efeitos como maiores custos variáveis com geração e falha no sistema que abastece o Hub Sergipe, que demandou soluções alternativas de suprimento de gás. Além disso, o segmento solar seguiu enfrentando restrições de funcionamento, enquanto as margens das usinas a carvão recuaram por conta do descasamento entre o custo de estoque e a receita, que é indexada à commodity. 

Por fim, a companhia ainda anunciou um impairment relevante de -R$ 634 milhões nos ativos de carvão, reflexo de menores perspectivas de renovação de contrato das usinas por conta do ambiente regulatório.

Com esses efeitos, o Ebitda da Eneva caiu 41% no 4T24, para R$ 608 milhões no 4T24 – excluindo o impairment, o Ebitda teria crescido 20%, para R$ 1,24 bilhão, mas um pouco abaixo das estimativas por conta dos outros efeitos. 

Por sua vez, o resultado financeiro saiu de uma perda de R$ 1 bilhão no 4T23 para R$ 1,36 bilhão no 4T24, explicado principalmente por efeitos não-caixa de variação cambial e swaps, além de um efeito não-recorrente de liquidação antecipada de debêntures. Sem esses efeitos, o resultado financeiro teria sido de R$ 541 milhões. 

No fim, a companhia marcou um prejuízo de -R$ 962 milhões, ante prejuízo de -R$ 290 milhões no 4T23.

 ENEV3 tem bom endereçamento de problema de endividamento

Como destaque positivo, o aumento de capital combinado com o resultado das novas usinas provocou uma retração drástica na alavancagem, que caiu de 4x para 2,2x dívida líquida/Ebitda (ex-impairment), com vencimentos relevantes apenas em 2029. 

Apesar da queda dos números operacionais no trimestre, vale notar que o problema de endividamento – um dos grandes receios dos investidores nos últimos anos – está cada vez mais endereçado. Além disso, no início de 2025 tivemos a entrada em operação de Parnaíba VI (fechamento de ciclo de Parnaíba III), enquanto a entrada do projeto Azulão 950 está marcada para o 2026 – dois ativos importantes para a geração de caixa futura. 

Por cerca de 8x valor da firma/Ebitda e com tendência de melhora de resultados pela frente, as ações da Eneva seguem em diversas carteiras da Empiricus.  

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