Diário de viagem: Capítulo 7

Aswan Em Aswan, de manhã bem cedinho, antes mesmo de os Martinetes praticarem a sua famosa "imobilidade" de aves de presa, deixámos o navio para a nossa primeira visita do dia, a “pedreira” do obelisco. O Obelisco Inacabado, trabalhado em granito rosa, é o maior exemplar esculpido que existe, e que apesar de nunca ter sido concluído, traz alguma luz sobre as técnicas de construção e estatuária no Antigo Egipto, um conjunto bem montado de cunhas, declives, canais e barcaças. Foi encomendado no reinado da faraó Hatshepsut e teria cerca de 45 metros de altura se tivesse sido terminado. Da pedreira seguimos para a Barragem Alta e o Lago Nasser, um dos maiores lagos artificiais do mundo, que se estende por cerca de 500km. Rico em biodiversidade, alberga também cerca de 65000 crocodilos do Nilo, espécie que já esteve em vias de extinção e é essencial ao bom equilíbrio do ecossistema. A Grande Barragem de Aswan, uma das maiores do mundo, desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do país. Inaugurada em 1970, a barragem, além de controlar as inundações do Nilo, gerar energia hidroelétrica e fornecer água para irrigações agrícolas, teve também impactos socio-ambientais significativos, incluindo a relocação de comunidades e mudanças nos ecossistemas locais. De volta à cidade, dirigimo-nos ao embarcadouro dos pequenos barcos a motor, que transportam passageiros, principalmente turistas, de Aswan até à Ilha Angilika, local para onde foi transladado o templo originalmente erigido na ilha de Philae e que ficou submerso após a construção da Grande Barragem. O Templo de Philae é uma preciosidade. É hoje Património Mundial da UNESCO e foi dedicado à Deusa Ísis. É famoso pela sua fantástica arquitectura e por ter sido um importante centro de culto durante os períodos helenístico e romano, rodeado pelo misticismo dos rituais lá praticados. Voltámos a Aswan e aos 40⁰ C à sombra daquele Março que antecipava um Verão escaldante para uma incursão ao reino das essências perfumistas que estão na base de todos os perfumes de todas as marcas até hoje fabricadas. De regresso ao navio e com algumas horas livres para almoçar e tentar amenizar todas as emoções numa "fresquinha", preguiçámos na sombra quente do convés superior.  A manhã foi muito bem aproveitada e os passeios nos barquinhos anteciparam a vontade para a próxima saída pelo rio, desta vez em felucca, marcada para essa tarde. Até já.

Abr 17, 2025 - 09:10
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Diário de viagem: Capítulo 7

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Em Aswan, de manhã bem cedinho, antes mesmo de os Martinetes praticarem a sua famosa "imobilidade" de aves de presa, deixámos o navio para a nossa primeira visita do dia, a “pedreira” do obelisco. O Obelisco Inacabado, trabalhado em granito rosa, é o maior exemplar esculpido que existe, e que apesar de nunca ter sido concluído, traz alguma luz sobre as técnicas de construção e estatuária no Antigo Egipto, um conjunto bem montado de cunhas, declives, canais e barcaças. Foi encomendado no reinado da faraó Hatshepsut e teria cerca de 45 metros de altura se tivesse sido terminado.

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Da pedreira seguimos para a Barragem Alta e o Lago Nasser, um dos maiores lagos artificiais do mundo, que se estende por cerca de 500km. Rico em biodiversidade, alberga também cerca de 65000 crocodilos do Nilo, espécie que já esteve em vias de extinção e é essencial ao bom equilíbrio do ecossistema.

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A Grande Barragem de Aswan, uma das maiores do mundo, desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do país. Inaugurada em 1970, a barragem, além de controlar as inundações do Nilo, gerar energia hidroelétrica e fornecer água para irrigações agrícolas, teve também impactos socio-ambientais significativos, incluindo a relocação de comunidades e mudanças nos ecossistemas locais.

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De volta à cidade, dirigimo-nos ao embarcadouro dos pequenos barcos a motor, que transportam passageiros, principalmente turistas, de Aswan até à Ilha Angilika, local para onde foi transladado o templo originalmente erigido na ilha de Philae e que ficou submerso após a construção da Grande Barragem.

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O Templo de Philae é uma preciosidade. É hoje Património Mundial da UNESCO e foi dedicado à Deusa Ísis. É famoso pela sua fantástica arquitectura e por ter sido um importante centro de culto durante os períodos helenístico e romano, rodeado pelo misticismo dos rituais lá praticados.

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Voltámos a Aswan e aos 40⁰ C à sombra daquele Março que antecipava um Verão escaldante para uma incursão ao reino das essências perfumistas que estão na base de todos os perfumes de todas as marcas até hoje fabricadas. De regresso ao navio e com algumas horas livres para almoçar e tentar amenizar todas as emoções numa "fresquinha", preguiçámos na sombra quente do convés superior. 

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A manhã foi muito bem aproveitada e os passeios nos barquinhos anteciparam a vontade para a próxima saída pelo rio, desta vez em felucca, marcada para essa tarde.

Até já.