Dado de inflação ao consumidor nos EUA movimenta mercado nesta quarta-feira (12); veja os destaques do dia

Nesta quarta-feira (12), o principal foco do mercado recai sobre os dados de consumo dos Estados Unidos. Confira. O post Dado de inflação ao consumidor nos EUA movimenta mercado nesta quarta-feira (12); veja os destaques do dia apareceu primeiro em Empiricus.

Fev 18, 2025 - 15:16
 0
Dado de inflação ao consumidor nos EUA movimenta mercado nesta quarta-feira (12); veja os destaques do dia

Hoje (12), o grande destaque da agenda internacional é a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de janeiro nos EUA, um dos dados econômicos mais relevantes da semana. O Federal Reserve acompanhará atentamente os números de hoje (12), assim como o índice de preços ao produtor (PPI) que será divulgado amanhã (13), para avaliar a trajetória mais adequada da política monetária nos próximos meses. Entre os componentes do CPI, os preços dos alimentos merecem especial atenção, tanto nos EUA quanto no Brasil, pois representam uma das categorias de maior impacto para o consumidor final.

No atual contexto de discussões sobre tarifas comerciais, as novas tarifas anunciadas por Trump devem levar alguns meses para começar a surtir efeito sobre a inflação, até porque algumas delas só entram em vigor a partir de março, o que empurraria qualquer impacto significativo para o segundo semestre.

Além disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, fará hoje (12) mais uma apresentação ao Congresso, desta vez na Câmara. Apesar de não serem esperadas grandes surpresas em seu discurso, suas declarações sempre merecem atenção, especialmente no contexto atual de incertezas sobre juros e inflação. No mercado global, o apetite por risco se mantém positivo.

Na Ásia, os índices encerraram o pregão em alta, mesmo diante do recente pacote de tarifas anunciado por Trump. O otimismo foi impulsionado pela notícia de que o governo chinês considera um resgate de aproximadamente US$ 6,8 bilhões para a incorporadora China Vanke, uma das maiores do país. Já na Europa, as bolsas operam em território positivo. Entre as commodities, há ansiedade para o novo relatório mensal da Opep, que poderá trazer sinais sobre a política de produção e os impactos da demanda global para os próximos meses.

· 00:53 — Problemas para Lula

Na terça-feira (11), o Ibovespa avançou e o dólar recuou para R$ 5,77, refletindo o otimismo gerado pela divulgação do IPCA de janeiro, que registrou alta de 0,16% e levou o acumulado em 12 meses para 4,56%. O alívio na curva de juros impulsionou ações ligadas à economia doméstica. No entanto, é preciso cautela na interpretação do dado, pois o resultado foi influenciado pelo bônus de Itaipu, que reduziu artificialmente a inflação. Qualitativamente, o cenário não é favorável: os preços dos alimentos subiram 1% no mês e pressões adicionais devem surgir com os reajustes em educação e transporte, tornando provável que a inflação em 2025 supere a de 2024. Isso tem impacto na popularidade de Lula, que já enfrenta queda nos índices de aprovação.

No entanto, o governo tem outras preocupações, como a guerra comercial iniciada por Donald Trump. Apesar do temor inicial, há a percepção de que as negociações podem minimizar as perdas para o Brasil, como ocorreu em 2018. Mesmo sem tarifas recíprocas — o Brasil impõe mais restrições aos produtos americanos do que o contrário —, o déficit na balança comercial com os EUA dá espaço para negociação. Além disso, acompanhamos a batalha do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela aprovação da lista de 25 projetos prioritários do governo (quem tem 25 prioridades, não tem nenhuma). A viabilidade dessas pautas dependerá, em grande parte, de uma reforma ministerial, como indicou o líder do governo no Senado, Jaques Wagner. A necessidade de cortes de gastos se impõe e o governo não pode se contentar com o aumento da economia de R$ 15 bilhões para R$ 20 bilhões no orçamento de 2025. O ajuste fiscal precisará ser mais profundo, o que coloca Lula em uma encruzilhada: aceitar medidas impopulares ou arriscar uma deterioração adicional de credibilidade.

Esse contexto se insere em um cenário político mais amplo, onde a popularidade de Lula segue em declínio, conforme apontado pela pesquisa Atlas Intel. O levantamento também destacou a competitividade de Tarcísio de Freitas para a eleição presidencial de 2026, um indicativo de que o debate eleitoral já está antecipado. Se a direita se unir em torno de um candidato viável, a derrota do lulopetismo se torna uma possibilidade concreta. Tarcísio emerge como um nome forte por sua capacidade de agregar tanto a direita moderada quanto a bolsonarista. Como apontado recentemente pela Gavekal, o êxito de Javier Milei na Argentina pode ter redesenhado o panorama político da América Latina, aumentando as chances de um movimento mais à direita nas eleições de países como Equador (fevereiro de 2025), Chile (novembro de 2025), Peru (abril de 2026), Colômbia (maio de 2026) e Brasil (outubro de 2026). A tendência de mudança está em curso, e o tabuleiro político segue se ajustando a essa nova realidade.

· 01:44 — Ainda forte

Nos Estados Unidos, os mercados começaram o dia de ontem em tom mais cauteloso, mas reduziram as perdas ao longo do pregão. O S&P 500 encerrou praticamente estável, o Dow Jones subiu 0,3% e o Nasdaq Composite recuou 0,4%, refletindo a rotação setorial que vem se desenhando entre teses de crescimento e investimentos mais tradicionais, movimento que já mencionei anteriormente.

Esse processo foi intensificado pela pressão na curva de juros, impulsionada pelo discurso de Jerome Powell no Comitê Bancário do Senado. O presidente do Federal Reserve reafirmou a mensagem transmitida na coletiva pós-reunião de janeiro: o banco central não tem pressa em reduzir os juros enquanto a inflação permanecer acima da meta e o mercado de trabalho seguir robusto. Powell volta a falar hoje, e qualquer nuance em seu discurso pode reacender a volatilidade.

Além disso, o grande destaque da agenda econômica internacional é a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI), possivelmente o dado mais relevante da semana. A expectativa é de uma alta mensal de 0,3%, levando o acumulado dos últimos 12 meses para 2,9%. Caso o número venha abaixo do previsto, isso pode favorecer os ativos de risco, aliviando as preocupações sobre o ritmo da política monetária nos próximos meses.

· 02:32 — Dólar forte

No cenário atual, não vejo o dólar perdendo sua posição dominante como principal reserva de valor global. Diversos fatores sustentam essa primazia, incluindo a solidez da economia dos Estados Unidos, a profundidade e liquidez do mercado de capitais americano, além da forte conexão comercial e financeira do país com o restante do mundo e a previsibilidade garantida pelo Estado de Direito.

Ao mesmo tempo, os EUA não têm como impedir que outras nações busquem alternativas ao dólar, como demonstram os esforços do BRICS para reduzir sua dependência da moeda americana no comércio internacional. No entanto, para que o dólar mantenha sua atratividade global, basta que os Estados Unidos sigam garantindo a eficiência e confiabilidade de seus mercados e instituições.

Mesmo que a proposta de uma moeda do BRICS avance, ainda que eu veja essa possibilidade como remota, os próprios agentes econômicos continuarão convertendo seus ativos para dólares ao final das transações. No fim das contas, seria apenas uma mudança de forma, sem alterar a essência da hegemonia da moeda americana.

  • VEJA MAIS: Analista da Empiricus Research aponta 10 ações internacionais para investir em fevereiro de olho nas novas medidas de Trump e avanços de IA; confira em relatório gratuito aqui

· 03:27 — Perdemos a janela

O Acordo de Paris, firmado em 2015 por 196 países, estabeleceu o compromisso de limitar o aumento da temperatura média global “bem abaixo” de 2°C, com a meta ideal de restringi-lo a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. No entanto, análises recentes indicam que essa segunda meta já foi superada. Em 2024, as temperaturas globais mantiveram-se 1,5°C acima da média histórica ao longo de todo o ano, marcando a primeira vez em que esse limiar foi ultrapassado de forma contínua. Isso significa que a oportunidade de conter o aquecimento global dentro desse limite já foi perdida.

Paradoxalmente, enquanto o mundo enfrenta essa nova realidade, algumas das maiores economias estão flexibilizando ou abandonando esforços para conter as emissões e, em alguns casos, incentivando o aumento do consumo de combustíveis fósseis, uma decisão que ocorre logo após o janeiro mais quente já registrado. As consequências desse cenário são inevitáveis: eventos climáticos extremos, como inundações, nevascas intensas, furacões e incêndios florestais, tendem a se tornar cada vez mais frequentes e devastadores, pressionando governos e sociedades a lidarem com impactos econômicos, sociais e ambientais cada vez mais severos

· 04:19 — O mercado está relativamente mais forte

A sessão asiática foi marcada por mais um dia de forte desempenho no mercado de ações da China, consolidando a recuperação dos ativos chineses como um dos grandes destaques do ano. O principal gatilho para o rali de hoje (12) foi a notícia de que o governo chinês pode intervir para auxiliar uma das maiores incorporadoras imobiliárias do país, sinalizando um possível suporte ao setor. No entanto, essa melhora nos ativos chineses já vinha ganhando tração desde o impacto do DeepSeek, um evento que vem redefinindo as percepções sobre a competitividade tecnológica da China.

O rali impulsionado pela inteligência artificial no país tem atraído crescente apoio de estrategistas de grandes instituições de Wall Street, como Morgan Stanley, JPMorgan e UBS, que acreditam que a valorização das ações chinesas continuará. O sucesso inesperado do DeepSeek desafiou as suposições de que a China estaria ficando para trás nas tecnologias mais avançadas, fortalecendo o otimismo em relação ao setor.

Somando-se ao entusiasmo do mercado, as ações do Alibaba registraram sua maior alta desde setembro, após um relatório indicar que a Apple está colaborando com a gigante do e-commerce para lançar recursos de inteligência artificial na China. Paralelamente, a Baidu também anunciou planos para lançar a próxima geração de seu modelo de IA ainda este ano. Embora os Estados Unidos continuem liderando globalmente no desenvolvimento da inteligência artificial, os últimos desdobramentos indicam que a China está avançando com força, tornando o cenário mais competitivo e desafiando o domínio absoluto das gigantes americanas. 

· 05:06 — Eficiência operacional

Desde que recomendei as ações da Meta (Nasdaq: META) neste espaço em janeiro deste ano, os papéis já acumularam uma valorização superior a 17% em dólares. Entre os últimos desdobramentos, a companhia deu início a uma nova rodada de demissões em massa, notificando funcionários sobre os cortes previamente anunciados pelo CEO Mark Zuckerberg. A empresa planeja reduzir seu quadro de funcionários em aproximadamente 5%, o que representa até 3.600 demissões.

O post Dado de inflação ao consumidor nos EUA movimenta mercado nesta quarta-feira (12); veja os destaques do dia apareceu primeiro em Empiricus.