Da pior a melhor: Ranqueamos as séries de Star Wars
O momento ideal para olharmos para trás e relembrarmos algumas produções televisivas da galáxia muito O post Da pior a melhor: Ranqueamos as séries de Star Wars apareceu primeiro em Observatório do Cinema.


Considerada por muitos fãs como a melhor série do universo Star Wars, Andor chega à sua segunda e última temporada. Diego Luna retorna para sua despedida no papel de Cassian Andor, no spin-off de Rogue One: Uma História Star Wars, que estreia hoje, 22 de abril, no Disney+. Mas enquanto nos preparamos para o adeus desse personagem marcante, é o momento ideal para olharmos para trás e relembrarmos algumas produções televisivas da galáxia muito, muito distante criada por George Lucas.
Durante anos, sob a direção de Lucas e nos primeiros passos da era Disney, o foco esteve voltado principalmente para animações. No entanto, desde 2019, com a integração mais profunda da Lucasfilm à família Disney, testemunhamos o surgimento de diversas séries em live-action que, em muitos casos, alcançaram um nível de qualidade cinematográfica comparável ao dos longas-metragens.
Se essas produções são ou não contribuições dignas ao cânone cada vez mais expansivo de Star Wars ainda é tema de debate entre fãs e críticos. O fato é que o universo da saga foi amplamente explorado, com tramas que atravessam diferentes pontos da linha do tempo da franquia, encantando tanto veteranos quanto novos espectadores.
Enquanto a Lucasfilm lentamente direciona seus esforços novamente para as telonas — com The Mandalorian & Grogu programado para 2026 e outros filmes a caminho —, a presença da franquia na televisão continua forte. As segundas temporadas de Andor e Ahsoka estão no horizonte, prometendo manter viva a força no Disney+.
Star Wars Resistance
Nem mesmo o impressionante estilo de animação com sombreamento em cel shading foi capaz de salvar Star Wars Resistance de se tornar uma nota de rodapé quase esquecida no vasto universo da franquia. Pode-se argumentar que esta série, produzida por Dave Filoni, foi concebida com um público muito mais jovem em mente do que The Clone Wars ou Rebels — e, de fato, é bem menos ambiciosa. No entanto, isso não a transforma automaticamente em uma aventura infantil envolvente.
Com apenas 40 episódios divididos em duas temporadas, Star Wars Resistance teve pouco espaço para construção de mundo e também careceu da liberdade criativa necessária para desenvolver uma narrativa verdadeiramente original. Em vez disso, a série se contentou em complementar de forma tímida os eventos da trilogia sequencial, apresentando um elenco vibrante, mas que nunca conseguiu se destacar ou conquistar seu próprio lugar no imaginário dos fãs.
Obi-Wan Kenobi
Você provavelmente esperava ver o tão aguardado retorno em live-action de Obi-Wan e Anakin ocupando uma posição mais alta nesta lista. E nós também. A empolgação inicial era enorme — afinal, Ewan McGregor e Hayden Christensen estavam de volta em seus papéis icônicos. Mas o entusiasmo logo deu lugar à decepção com uma série limitada que, na melhor das hipóteses, serviu como um acompanhamento morno de A Vingança dos Sith — e, na pior, como uma produção surpreendentemente desleixada e barata da Lucasfilm em seus momentos mais frágeis.
No quesito roteiro, Obi-Wan Kenobi não comete grandes pecados, mas também não ousa o suficiente. Foi apenas nos dois episódios finais que a série enfim aproveitou a chance de ouro de reunir esses dois titãs da saga em um confronto emocional e visualmente impactante. Infelizmente, foi tarde demais. A verdade é que Star Wars já entregou dramas densos e entretenimento com peso emocional muito mais convincente do que isso.
Star Wars – Aventuras dos Jovens Jedi
Star Wars – Aventuras dos Jovens Jedi é uma série animada desenvolvida para o Disney+ e também para o canal Disney Junior, claramente voltada ao público infantil — os futuros fãs de Star Wars. Nesse aspecto, trata-se de um sucesso inegável para a Disney e a Lucasfilm, atingindo com eficiência sua audiência-alvo.
No entanto, como primeira incursão audiovisual na era da Alta República, a série decepciona por seu escopo limitado — e isso vai além de questões de tom ou faixa etária. Também fica a pergunta: por que não optar por uma abordagem visual mais próxima ao estilo de The Clone Wars, Rebels ou The Bad Batch? Sabemos, há anos, que esses estilos funcionam bem com o público infantil, e os inúmeros curtas do YouTube já exploram com competência o mesmo universo dos primeiros anos Jedi. A escolha criativa aqui parece subestimar tanto o potencial da era quanto a capacidade de engajamento dos pequenos fãs.
O Livro de Boba Fett
A segunda série live-action de Star Wars já nasceu à sombra de The Mandalorian — e isso foi intencional. Após sua introdução explosiva na segunda temporada da aclamada produção de Jon Favreau e Dave Filoni, O Livro de Boba Fett retornou com uma jornada inesperadamente introspectiva, tentando se reinventar como um “homem do povo” e reconstruir Tatooine. Foi uma mudança de tom bem-vinda para um personagem tradicionalmente raso, mas a execução acabou sendo, no mínimo, confusa.
Os quatro primeiros episódios, embora marcados por um ritmo irregular, apresentam ecos interessantes de filmes do Conan e histórias de máfia, e até cumprem a promessa de humanizar Boba. No entanto, a partir daí, a série muda de direção de forma abrupta, transformando-se em um (delicioso) aquecimento para a terceira temporada de The Mandalorian — uma escolha que, embora divertida, tirou o foco da narrativa principal.
O episódio final entrega boas cenas de ação e momentos empolgantes, mas inevitavelmente deixa a sensação de algo inacabado. Há bastante conteúdo que os fãs de Star Wars podem aproveitar aqui, sem dúvida, mas o conjunto todo mais parece um primeiro rascunho do que um projeto realmente lapidado.
Skeleton Crew
As aventuras relativamente simples da era da Nova República apresentadas em Skeleton Crew podem não ter alcançado os momentos mais memoráveis da televisão Star Wars, mas sua premissa descomplicada — um grupo de crianças de um planeta isolado que se perde e acaba encontrando piratas, tesouros e muito mais — foi inegavelmente charmosa e bem executada ao longo de seus oito episódios.
Enquanto muitos defendem que Star Wars precisa romper de vez com a nostalgia para sobreviver e evoluir, Skeleton Crew nos lembra que há espaço para abordagens mais sutis e inteligentes dessa saudade. A camada ‘meta’ de nostalgia introduzida por Jon Watts e Christopher Ford funcionou como um comentário sensível sobre o universo da franquia — e sobre como ele pode ser percebido por novos fãs e crianças que herdam essa galáxia de gerações anteriores que ainda sonham com as glórias do passado.
E, claro, ainda tínhamos Jude Law mastigando cada cena em que aparecia. O que, convenhamos, nunca é algo ruim.
Star Wars: Visions
Emprestar o universo de Star Wars para estúdios de animação japoneses sempre pareceu uma vitória garantida — e essa aposta valeu muito a pena com a chegada de Visions em 2021. Cada estúdio envolvido trouxe seu melhor para o projeto, aproveitando ao máximo a liberdade criativa inédita que a Lucasfilm ofereceu. O Volume 2, lançado em 2023, expandiu ainda mais esse conceito, reunindo talentos de diversos cantos do mundo e transformando a série em uma exploração global de possibilidades dentro da galáxia muito, muito distante.
É verdade que alguns episódios mal se parecem com Star Wars, enquanto outros se apoiam demais na repetição de clichês sobre Jedis e sua mitologia. Ainda assim, os visuais impressionantes e o estilo artístico singular de cada curta tornam essa antologia uma experiência essencial — especialmente para quem busca ver o universo criado por George Lucas sob novas lentes, ousadas e criativas.
Star Wars Rebels
Rebels tinha um peso considerável sobre os ombros após o cancelamento (temporário) de The Clone Wars, que veio logo após a aquisição do império de George Lucas pela Disney. Embora Dave Filoni tenha permanecido à frente do projeto, o orçamento inicial era visivelmente mais modesto, e a série começou parecendo uma aventura menor e, à primeira vista, um tanto irrelevante. No entanto, com o tempo, Rebels se transformou em uma das narrativas mais cativantes e genuinamente “clássicas” de Star Wars na televisão.
A primeira temporada pode ser um pouco difícil de engolir, e até mesmo as segundas e terceiras — bem mais ambiciosas — sofrem com episódios de enchimento, fruto das exigentes encomendas de 22 episódios da Disney XD. Mas Rebels conquista seu espaço e, mais importante, seu lugar no coração dos fãs. Com o tempo, se revela uma excelente prequela da trilogia original (e de Rogue One), além de uma exploração profundamente espiritual do lado mais místico e esotérico da galáxia.
A quarta e última temporada, apesar de algumas decisões controversas, encerra a jornada com emoção, coragem — e aquele toque estranho que só Star Wars sabe dar.
The Mandalorian
A primeira série live-action de Star Wars superou todas as expectativas. Os roteiros de Jon Favreau surpreenderam fãs e críticos ao condensarem, com habilidade, tudo o que é essencial no universo criado por George Lucas, sob uma roupagem ao mesmo tempo nova e nostálgica. Além disso, a tecnologia StageCraft da ILM levou a escala cinematográfica para a televisão de forma impressionante.
Há algo incrivelmente cativante em um programa que mergulha na mitologia de Star Wars e, ainda assim, se mantém acessível e convidativo para quem não está familiarizado com toda a complexa cronologia da saga. Sim, as conexões com outras histórias do universo têm se tornado mais frequentes, mas até agora The Mandalorian tem conseguido equilibrar todos esses elementos com competência — mesmo durante sua terceira temporada, que teve altos e baixos.
E claro, há também o fator Grogu. O “Baby Yoda” rapidamente se tornou um ícone cultural e ajudou a tornar a série um fenômeno global. Um lembrete de que, no coração de Star Wars, sempre houve espaço para o mistério, a fofura e a força que move todas as coisas.
Andor
Desde o início, alguns de nós estavam empolgados com Andor, a prequela de Rogue One liderada por Diego Luna, por causa da promissora ideia de um thriller de espionagem ambientado no universo de Star Wars. No entanto, muitos fãs questionaram se o personagem de Cassian tinha profundidade ou carisma suficientes para justificar um programa inteiro de várias temporadas. Avançamos para o início de 2023, e agora todos estão delirando com a série, aclamando-a como a peça mais importante de Star Wars em anos.
O toque do showrunner Tony Gilroy é evidente em cada episódio, começando com o ponto de vista profundamente realista que mostra como a Rebelião, como a conhecemos, foi construída do zero. A série explora as diferentes visões sobre como combater o Império Galáctico e as tensões internas que surgem ao longo do caminho.
Mas Andor vai além de Cassian Andor, desenvolvendo uma galeria de personagens complexos que estão sendo oprimidos pelas forças imperiais ou tentando ascender dentro da máquina imperial. Esse foco no drama humano fez da primeira temporada uma das mais envolventes da televisão de 2022, e o design de produção refinado, a cinematografia impecável e a direção de alta qualidade elevaram ainda mais roteiros já excepcionais.
Estamos ansiosos pela segunda (e última) temporada, que levará diretamente a Rogue One e contará com mais personagens legados, prometendo concluir essa jornada épica de forma memorável.
Star Wars: The Clone Wars
O que começou como mais uma produção animada aparentemente inocente para a TV se transformou em uma parte fundamental do passado e do futuro da franquia. Star Wars: The Clone Wars fez de tudo, conectando e homenageando o mito de Star Wars enquanto respondia a perguntas persistentes que atormentavam os fãs há décadas.
Embora você possa encontrar listas úteis online que guiam pelas principais batidas da história do show, acreditamos que vale a pena fazer toda a jornada. Alguns episódios de preenchimento podem ser mais fracos, mas Star Wars: The Clone Wars nunca se torna entediante. Ao contrário, ele oferece mudanças significativas, nutrindo personagens pré-existentes e criando novos ícones que continuaremos a ver nos próximos anos.
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