10 Fatos sobre Devil May Cry 2
O jogo ignorado pelos fãs.... e pela Capcom O post 10 Fatos sobre Devil May Cry 2 apareceu primeiro em O Vício.
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Lançado em 2003, Devil May Cry 2 é, sem dúvida, o título mais controverso da franquia. Enquanto o primeiro jogo tenha conquistado fãs ao redor do mundo com sua ação estilosa e protagonista carismático, a continuação seguiu um caminho completamente diferente — e nem sempre pelos melhores motivos.
Ainda assim, por mais que tenha deixado um gosto amargo na boca de muitos jogadores, Devil May Cry 2 carrega uma história cheia de curiosidades, e no vídeo de hoje falamos sobre isso em 10 fatos.
Kamiya foi deixado de fora
Apesar do sucesso do Devil May Cry original, a sequência não foi criada por Hideki Kamiya. A primeira vez que a equipe de Kamiya soube de uma continuação foi durante a localização do jogo original para a América do Norte e Europa, quando um membro da equipe de Devil May Cry 2 pediu a Kamiya o documento de design e o roteiro do primeiro jogo. A decisão de já iniciar um segundo jogo pegou Kamiya totalmente de surpresa. Desde então, ele expressa decepção por não ter sido chamado pela Capcom para dirigir a sequência.
Um Dante "mais sério"
Em vez disso, o projeto foi passado para outro estúdio da Capcom, o Studio 1, que até então era focado apenas em jogos de arcade. A continuação foi aprovada no verão de 2001 para aproveitar a popularidade crescente do primeiro título. Segundo o produtor Tsuyoshi Tanaka, o foco era fazer Devil May Cry 2 maior que o anterior — Tanaka estimava que os cenários eram cerca de nove vezes maiores.
Dante também foi retrabalhado para ser mais "maduro e sério", já que um dos produtores não gostava das piadinhas do personagem. A ênfase em puzzles foi reduzida e o sistema de câmera foi reformulado. Mudanças em relação ao primeiro jogo foram baseadas em pesquisas feitas com jogadores, permitindo à equipe corrigir pontos considerados fracos.
Entra Itsuno - tarde demais
Como o novo estúdio não tinha a menor ideia do que estava fazendo, o projeto logo virou uma bagunça. Assim, Hideaki Itsuno, vindo direto do desenvolvimento de Capcom vs. SNK 2, foi chamado para reorganizar o projeto, assumindo na prática a direção faltando apenas 6 meses para o lançamento.
Em entrevista, Itsuno contou que "nada estava sendo feito e algo precisava mudar". O roteiro não estava escrito, as cutscenes não tinham sido gravadas, e nem sabiam o que fariam com o Devil Trigger de Dante. No fim, todos os funcionários foram mobilizados, e até membros de outros times, como Hiroyuki Nara, foram chamados para concluir o jogo.
A compensação de Itsuno
Itsuno fez tudo o que pôde para lançar um jogo finalizado nas condições que tinha - e só o fato dele ter sido lançado de forma jogável já é considerado um milagre. No entanto, embora Itsuno tenha feito o que os chefes ordenaram, eles não ficou satisfeito com o resultado. Ele não queria que Devil May Cry 2 fosse o seu legado na franquia, então, antes mesmo do projeto acabar, pediu para dirigir Devil May Cry 3 desde o início.
Assim, ele reuniu os membros da Team Devil que estavam dispostos a continuar, muitos dos quais queriam usar o que aprenderam em DMC2 para entregar algo melhor. O segundo jogo acabou afastando boa parte da base de fãs e rapidamente se tornou uma piada. O objetivo da equipe passou a ser recuperar essa confiança - algo que Itsuno conseguiria com DmC3, mas essa é uma outra história.
A inclusão de Lucia como personagem jogável

Uma das adições mais significativas em Devil May Cry 2 foi a inclusão de Lucia, uma nova personagem jogável. Essa adição foi, em parte, uma resposta às críticas de que Trish não era jogável no primeiro título. Lucia trouxe consigo uma série de habilidades e ataques únicos, o que deu ao game uma nova camada de jogabilidade e diversidade.
Apesar das boas intenções por trás de sua inclusão, muitos jogadores sentiram que Lucia não estava à altura de Dante em termos de profundidade e desenvolvimento. Sua presença no jogo não foi suficiente para transformar Devil May Cry 2 em uma experiência mais rica, já que a história e a jogabilidade não aproveitaram ao máximo o potencial de seu personagem.
A trama de Devil May Cry 2
Em Devil May Cry 2, Dante se une à misteriosa guerreira Lucia para enfrentar Arius, um empresário que usa poderes demoníacos para tentar libertar a entidade Argosax e conquistar o mundo. A aventura os leva até a ilha de Vie de Marli, onde verdades sombrias sobre o passado de Lucia e o legado de Sparda vêm à tona.
O jogo apresenta duas campanhas paralelas com Dante e Lucia, mas que compartilham os mesmos cenários com pequenas variações. Ao final, Dante parte sozinho para o inferno para impedir o despertar de Argosax, enquanto Lucia enfrenta os resquícios da ameaça no mundo humano. Tudo termina com um desfecho ambíguo.
O jogo se passaria em Nova York
Originalmente, Devil May Cry 2 seria ambientado em Nova York, mas, após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, os desenvolvedores decidiram mudar a localização para evitar qualquer tipo de insensibilidade com os acontecimentos.
A escolha de Nova York era estratégica, já que a cidade é conhecida por sua grandiosidade e os criadores acreditavam que poderiam criar uma atmosfera sombria, o que poderia combinar bem com o tom do jogo. No entanto, os ataques fizeram com que a Capcom repensasse essa decisão, e a ideia foi completamente descartada.
Dificuldade controversa
Uma das críticas mais recorrentes a Devil May Cry 2 foi sua dificuldade considerada baixa em comparação ao jogo original. Muitos jogadores sentiram que o desafio havia sido atenuado, comprometendo a adrenalina característica da série. Essa percepção contribuiu diretamente para a recepção morna do título, especialmente entre os fãs que haviam se apaixonado pela intensidade e complexidade do primeiro game.
Curiosamente, o jogo sequer possui um modo Easy convencional. Existem momentos, aliás, em que é possível sequer ser atingido pelos inimigos, mesmo que você esteja andando a esmo e apertando botões sem qualquer ordem. Jogadores já fizeram alguns testes até mesmo jogando de olhos fechados.
Uma das maiores decepções da sua geração
Por motivos óvios, Devil May Cry 2 não conseguiu corresponder às expectativas dos fãs nem da crítica. A recepção negativa foi tão significativa que o site GameSpot nomeou o título como o "Jogo Mais Decepcionante de 2003", selando de vez a imagem do game como um tropeço dentro da franquia.
O site UGO Networks também não poupou críticas, colocando o jogo na 19ª posição da lista de "Maiores Decepções dos Videogames". Em seu comentário, a publicação destacou o quão impactante foi a queda de qualidade em relação ao original: "Devil May Cry foi tão bom […] Não havia como Devil May Cry 2 superar o hype, mas também não precisava falhar tão miseravelmente."
Seu lugar na cronologia
No final de Devil May Cry 2, Dante adentra o submundo em sua moto, deixando seu destino incerto. Por muito tempo, a Capcom evitou abordar diretamente os eventos posteriores a esse jogo, optando por lançar títulos que exploravam o passado de Dante, como Devil May Cry 3, ou dizendo que Devil May Cry 4 se passava antes dos dois, que supostamente seria o encerramento de Dante.
Essa situação mudou em 2019 com o lançamento de Devil May Cry 5. Hideaki Itsuno estava cansado de fingir que precisava considerar esse jogo, e queria construir sua nova história depois de todos os outros jogos, pra ter liberdade. Assim, foi estipulada que a ordem cronológica realmente é: 3, 1, 2, 4 e 5. No entanto, a Capcom quase nunca referencia os eventos do 2, e por isso alguns fãs preferem fingir que ele nem existe.
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