'Contrata-se': Serviço Secreto pede candidaturas em comercial do Super Bowl em meio a investida de Trump contra agências dos EUA

Propaganda foi compartilhada pelo perfil oficial da Casa Branca nas redes sociais. Governo Trump tem adotado medidas para reformular agências governamentais para se alinhar às políticas do republicano. Trump acompanha o Super Bowl, em Nova Orleans, nos EUA, neste domingo (9). Kevin Lamarque/Reuters Em meio a uma "cruzada" de Trump contra agências do governo dos EUA, o Serviço Secreto pediu novas candidaturas em comercial no intervalo do Super Bowl, a final da liga profissional de futebol americano, que ocorreu no domingo (9). A propaganda teve 60 segundos, custou US$ 2 milhões (cerca de R$ 11,6 milhões) para ser produzida e foi dirigida por Michael Bay, diretor de Hollywood famoso por filmes como a saga Transformers, segundo a mídia dos EUA. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Tradicionais na cultura dos EUA, os comerciais do Super Bowl são um dos momentos que recebem maior atenção no ano na televisão do país. A final da liga de futebol americano é o evento de esporte mais importante do calendário americano, e uma janela de 30 segundos pode custar até US$ 8 milhões (cerca de R$ 46,3 mi). O tempo de TV do comercial do Serviço Secreto foi doado ao governo dos EUA, segundo a mídia americana. Em tom enaltecedor, a Casa Branca replicou o comercial em seu perfil oficial na rede social X, que chamou "de dar arrepios", e compartilhou o link para aplicar a vagas na agência. O comercial ocorre em meio a uma reformulação de Trump nas agências governamentais, como a CIA, agência máxima de investigação dos EUA, a USAID, de ajuda humanitária, e o próprio Serviço Secreto, que cuida da segurança interna e de autoridades. O Serviço Secreto foi duramente criticado por Trump e seus seguidores em 2024, principalmente durante a campanha do republicano à presidência. A agência era a responsável pela segurança do comício em que Trump sofreu um atentado, na Pensilvânia, em julho. O caso desencadeou uma crise no Serviço Secreto e motivou a renúncia da diretora. A reformulação do governo Trump nas agências ocorre sob o pretexto de que elas estariam "contaminadas com ideologias de esquerda", como as políticas de diversidade e inclusão, motivando os programas de demissão voluntária oferecidos a funcionários de carreira. A ideia é alinhar as agências do governo às políticas do republicano, o que pode potencializar o alcance dos poderes do presidente. 'Ultimato' de Trump para demissões em agências do governo Trump durante coletiva com Netanyahu na Casa Branca Reuters/Elizabeth Frantz A Justiça dos EUA paralisou na última quinta-feira (6) o "ultimato" dado por Donald Trump a mais de dois milhões de funcionários do governo para se demitirem de forma voluntária. A proposta, feita de acordo com o plano do bilionário Elon Musk para reduzir o tamanho da máquina pública do país, prometia uma indenização equivalente a oito meses de salário para aqueles que aderissem à medida. A ação para suspender a proposta foi apresentada na última terça-feira (4) pelo principal sindicato da categoria, a Federação Americana de Funcionários do Governo (AFGE, na sigla em inglês), e outras organizações. O objetivo era fazer com que o plano fosse suspenso e obrigar o governo a aplicar "medidas que cumpram a lei em vez de um ultimato arbitrário, ilegal e demasiado breve". Chamada de "demissão adiada", a proposta foi apresentada pela Casa Branca na semana passada, e deu nove dias para os funcionários decidirem se aceitariam ou não. A promessa era a de que os funcionários manteriam "os salários e todos os benefícios até 30 de setembro". O plano de demissão voluntária, no entanto, obrigaria os funcionários do governo, entre outras coisas, a renunciar a qualquer ação judicial posterior caso o aceitassem. A proposta, que expirava o prazo à meia-noite de quinta para sexta no horário local, foi suspensa por um juiz federal de Massachusetts. Segundo o jornal americano "The Washington Post", o magistrado marcou uma nova audiência para a segunda-feira (10). Na semana passada, a CIA se tornou a primeira agência de governo a comunicar de maneira formal o programa de demissão voluntária para seus funcionários. Um porta-voz da CIA afirmou que o programa faz parte da estratégia da nova administração da agência de inteligência para se aproximar das políticas do governo Trump.

Fev 10, 2025 - 15:23
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'Contrata-se': Serviço Secreto pede candidaturas em comercial do Super Bowl em meio a investida de Trump contra agências dos EUA

Propaganda foi compartilhada pelo perfil oficial da Casa Branca nas redes sociais. Governo Trump tem adotado medidas para reformular agências governamentais para se alinhar às políticas do republicano. Trump acompanha o Super Bowl, em Nova Orleans, nos EUA, neste domingo (9). Kevin Lamarque/Reuters Em meio a uma "cruzada" de Trump contra agências do governo dos EUA, o Serviço Secreto pediu novas candidaturas em comercial no intervalo do Super Bowl, a final da liga profissional de futebol americano, que ocorreu no domingo (9). A propaganda teve 60 segundos, custou US$ 2 milhões (cerca de R$ 11,6 milhões) para ser produzida e foi dirigida por Michael Bay, diretor de Hollywood famoso por filmes como a saga Transformers, segundo a mídia dos EUA. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Tradicionais na cultura dos EUA, os comerciais do Super Bowl são um dos momentos que recebem maior atenção no ano na televisão do país. A final da liga de futebol americano é o evento de esporte mais importante do calendário americano, e uma janela de 30 segundos pode custar até US$ 8 milhões (cerca de R$ 46,3 mi). O tempo de TV do comercial do Serviço Secreto foi doado ao governo dos EUA, segundo a mídia americana. Em tom enaltecedor, a Casa Branca replicou o comercial em seu perfil oficial na rede social X, que chamou "de dar arrepios", e compartilhou o link para aplicar a vagas na agência. O comercial ocorre em meio a uma reformulação de Trump nas agências governamentais, como a CIA, agência máxima de investigação dos EUA, a USAID, de ajuda humanitária, e o próprio Serviço Secreto, que cuida da segurança interna e de autoridades. O Serviço Secreto foi duramente criticado por Trump e seus seguidores em 2024, principalmente durante a campanha do republicano à presidência. A agência era a responsável pela segurança do comício em que Trump sofreu um atentado, na Pensilvânia, em julho. O caso desencadeou uma crise no Serviço Secreto e motivou a renúncia da diretora. A reformulação do governo Trump nas agências ocorre sob o pretexto de que elas estariam "contaminadas com ideologias de esquerda", como as políticas de diversidade e inclusão, motivando os programas de demissão voluntária oferecidos a funcionários de carreira. A ideia é alinhar as agências do governo às políticas do republicano, o que pode potencializar o alcance dos poderes do presidente. 'Ultimato' de Trump para demissões em agências do governo Trump durante coletiva com Netanyahu na Casa Branca Reuters/Elizabeth Frantz A Justiça dos EUA paralisou na última quinta-feira (6) o "ultimato" dado por Donald Trump a mais de dois milhões de funcionários do governo para se demitirem de forma voluntária. A proposta, feita de acordo com o plano do bilionário Elon Musk para reduzir o tamanho da máquina pública do país, prometia uma indenização equivalente a oito meses de salário para aqueles que aderissem à medida. A ação para suspender a proposta foi apresentada na última terça-feira (4) pelo principal sindicato da categoria, a Federação Americana de Funcionários do Governo (AFGE, na sigla em inglês), e outras organizações. O objetivo era fazer com que o plano fosse suspenso e obrigar o governo a aplicar "medidas que cumpram a lei em vez de um ultimato arbitrário, ilegal e demasiado breve". Chamada de "demissão adiada", a proposta foi apresentada pela Casa Branca na semana passada, e deu nove dias para os funcionários decidirem se aceitariam ou não. A promessa era a de que os funcionários manteriam "os salários e todos os benefícios até 30 de setembro". O plano de demissão voluntária, no entanto, obrigaria os funcionários do governo, entre outras coisas, a renunciar a qualquer ação judicial posterior caso o aceitassem. A proposta, que expirava o prazo à meia-noite de quinta para sexta no horário local, foi suspensa por um juiz federal de Massachusetts. Segundo o jornal americano "The Washington Post", o magistrado marcou uma nova audiência para a segunda-feira (10). Na semana passada, a CIA se tornou a primeira agência de governo a comunicar de maneira formal o programa de demissão voluntária para seus funcionários. Um porta-voz da CIA afirmou que o programa faz parte da estratégia da nova administração da agência de inteligência para se aproximar das políticas do governo Trump.