Como é feita uma cirurgia bariátrica?

Entenda como é feita a cirurgia bariátrica, seus tipos, benefícios, riscos e como ela transforma vidas de quem enfrenta a obesidade. O post Como é feita uma cirurgia bariátrica? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Mai 12, 2025 - 05:01
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Como é feita uma cirurgia bariátrica?

A cirurgia bariátrica é uma das principais alternativas para o tratamento da obesidade severa, especialmente quando dietas, exercícios físicos e outras abordagens clínicas não apresentam os resultados esperados.

Mais do que um procedimento estético, essa intervenção cirúrgica é considerada uma estratégia de saúde pública e um divisor de águas na vida de milhares de pessoas que sofrem com os impactos físicos e emocionais do excesso de peso.

Indicada principalmente para pacientes com obesidade mórbida, a cirurgia bariátrica tem como objetivo reduzir o tamanho do estômago ou modificar o processo digestivo, levando a uma perda de peso significativa e duradoura.

Mas como, de fato, essa cirurgia é feita? Quais são as etapas envolvidas, os tipos de técnicas utilizadas e os cuidados necessários antes e depois da operação?

Aqui, você entenderá o passo a passo completo da cirurgia bariátrica, os critérios para sua realização, os riscos envolvidos e os impactos reais na qualidade de vida de quem opta por essa transformação radical.

O que é a cirurgia bariátrica?

A cirurgia bariátrica é um procedimento médico voltado para o tratamento da obesidade grave.

Médico marcando na barriga de um paciente o local de uma cirurgia (Imagem: @Freepik/Freepik)

Seu objetivo é promover a perda de peso por meio da redução do estômago ou da alteração do caminho que os alimentos percorrem no sistema digestivo.

Ao limitar a ingestão ou absorção de calorias, o paciente consegue emagrecer de forma mais rápida e consistente, o que reduz os riscos associados à obesidade, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e apneia do sono.

Esse tipo de cirurgia não deve ser vista como uma solução estética ou de curto prazo, mas sim como uma intervenção médica séria que exige preparo, comprometimento e acompanhamento contínuo.

Quem pode fazer uma cirurgia bariátrica?

A cirurgia é indicada principalmente para pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 kg/m², ou para aquelas com IMC entre 35 e 39,9 kg/m² desde que apresentem doenças associadas à obesidade, como hipertensão, diabetes tipo 2 ou problemas respiratórios.

Prato com alimentos saudáveis
Prato com alimentos saudáveis (Reprodução: Brooke Lark/Unsplash)

Além disso, é necessário comprovar que o paciente não obteve resultado significativo após outros métodos clínicos, como dietas supervisionadas, atividades físicas regulares e medicamentos.

Outro ponto fundamental é a avaliação multidisciplinar. O paciente precisa passar por consultas com endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos e cirurgiões especializados, que avaliarão sua saúde física e emocional, sua relação com a comida, além de sua capacidade de seguir as mudanças exigidas após a cirurgia.

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Avaliação e preparo pré-operatório

Antes da cirurgia, o paciente deve realizar uma série de exames e consultas para garantir que está apto ao procedimento.

ilustração de um intestino sendo desenhado por um médico
Ilustração de um intestino sendo desenhado por um médico (Reprodução: mi_viri/Shutterstock)

Entre os exames mais comuns estão os de sangue, a endoscopia digestiva alta, ultrassonografias e, em alguns casos, exames cardiológicos.

Durante essa fase, o paciente é orientado sobre a dieta que deverá seguir, os riscos do procedimento, os benefícios esperados e a importância da mudança no estilo de vida.

O preparo emocional também é essencial. Muitos pacientes desenvolvem uma relação emocional com a comida, e a cirurgia exige uma nova forma de se alimentar e de lidar com as emoções.

Quais são os tipos de cirurgia bariátrica?

Existem diferentes técnicas de cirurgia bariátrica, cada uma com indicações específicas. As mais comuns são:

Bypass Gástrico (cirurgia de Fobi-Capella)

Considerada o padrão ouro, essa técnica reduz o estômago e desvia parte do intestino, diminuindo a absorção de nutrientes e a ingestão de alimentos. É eficaz para perda de peso e controle de diabetes tipo 2.

Gastrectomia Vertical (Sleeve)

Nesse procedimento, cerca de 70% do estômago é retirado, transformando-o em um tubo fino. A técnica reduz a produção do hormônio grelina, responsável pela fome, promovendo saciedade precoce.

Banda Gástrica Ajustável

Menos comum atualmente, consiste na colocação de um anel inflável ao redor da parte superior do estômago. É ajustável e reversível, mas possui taxa de falhas mais elevada.

Derivação Bileopancreática com Duodenal Switch

Mais complexa, indicada para obesidade extrema. Associa gastrectomia vertical a um desvio intestinal amplo, com alta taxa de eficácia, mas maior risco de deficiência nutricional.

Imagem: Shutterstock/Inside Creative House

Como é feita a cirurgia bariátrica?

Atualmente, a maioria das cirurgias bariátricas é feita por videolaparoscopia, um método minimamente invasivo que utiliza pequenas incisões no abdômen para inserir instrumentos cirúrgicos e uma microcâmera. Isso reduz o tempo de recuperação e diminui o risco de infecção.

O procedimento é realizado sob anestesia geral e pode durar entre duas e quatro horas, dependendo da técnica e da complexidade do caso.

Durante a cirurgia, o cirurgião reduz o tamanho do estômago ou altera o trajeto do alimento pelo sistema digestivo, conforme planejado na avaliação pré-operatória.

Após a operação, o paciente é encaminhado para a sala de recuperação e, em seguida, para o quarto. O tempo de internação costuma variar entre dois e quatro dias.

Pós-operatório e adaptação

A recuperação da cirurgia bariátrica envolve diversas fases e exige comprometimento do paciente. Nos primeiros dias, a dieta é estritamente líquida. Gradualmente, são introduzidos alimentos pastosos e, depois, sólidos, sempre com acompanhamento de um nutricionista.

A suplementação vitamínica é obrigatória em muitos casos, já que algumas técnicas reduzem a absorção de nutrientes. Ferro, cálcio, vitamina B12 e proteínas são os principais nutrientes que devem ser monitorados.

A prática de atividade física leve é recomendada após algumas semanas, contribuindo para a perda de peso e para a manutenção da massa muscular.

O apoio psicológico também é fundamental durante o processo, especialmente para lidar com as mudanças corporais e os desafios emocionais da nova rotina alimentar.

Riscos e complicações

Embora a cirurgia bariátrica seja considerada segura, como qualquer procedimento cirúrgico, ela envolve riscos. Entre as possíveis complicações estão infecções, sangramentos, fístulas, trombose e problemas respiratórios.

Além disso, a má absorção de nutrientes pode levar a deficiências nutricionais severas se não houver acompanhamento adequado.

É importante lembrar que, mesmo após a cirurgia, existe a possibilidade de reganho de peso caso o paciente não siga as orientações alimentares e não mantenha hábitos saudáveis.

Benefícios para a saúde e qualidade de vida

Os benefícios da cirurgia bariátrica vão muito além da estética. Muitos pacientes relatam melhora significativa ou até remissão de doenças crônicas como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, colesterol alto e apneia do sono.

Além disso, a cirurgia pode melhorar a mobilidade, a qualidade do sono, a autoestima e o bem-estar emocional.

A perda de peso progressiva também diminui o risco de doenças cardiovasculares, melhora a fertilidade e pode aumentar a expectativa de vida em até 10 anos, segundo estudos recentes.

A cirurgia bariátrica é um procedimento transformador, mas que exige responsabilidade e acompanhamento contínuo.

Ela não é uma “solução fácil”, mas sim um recurso poderoso quando aliado à mudança de hábitos e ao suporte multidisciplinar. É essencial que o paciente compreenda todas as etapas do processo, esteja preparado para os desafios do pós-operatório e mantenha o foco na saúde a longo prazo.

Com o suporte adequado, a cirurgia bariátrica pode ser o ponto de virada na luta contra a obesidade, proporcionando não só emagrecimento, mas também uma nova chance de viver com mais saúde, mobilidade e autoestima.

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