China tem ferramentas para enfrentar ofensiva de Trump, diz premiê chinês a Von der Leyen

A China tem “instrumentos de política suficientes em reserva” e está “totalmente capacitada para enfrentar choques externos”, afirmou o premiê Li Qiang à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta terça-feira. Foi a primeira manifestação da liderança chinesa desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, deu início a uma nova guerra comercial […] O post China tem ferramentas para enfrentar ofensiva de Trump, diz premiê chinês a Von der Leyen apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 8, 2025 - 17:42
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China tem ferramentas para enfrentar ofensiva de Trump, diz premiê chinês a Von der Leyen

A China tem “instrumentos de política suficientes em reserva” e está “totalmente capacitada para enfrentar choques externos”, afirmou o premiê Li Qiang à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta terça-feira. Foi a primeira manifestação da liderança chinesa desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, deu início a uma nova guerra comercial global na semana passada.

Durante a conversa por telefone, os dois discutiram maneiras de promover “estabilidade e previsibilidade” na economia global após os impactos das tarifas norte-americanas. Segundo Li, as medidas firmes adotadas por Pequim visam proteger a soberania, segurança e interesses de desenvolvimento da China, além de defender as regras do comércio internacional e a justiça global.

O diálogo marcou o primeiro contato entre os dois desde que von der Leyen iniciou seu segundo mandato, em dezembro. Também foi a primeira interação de alto nível entre China e União Europeia após as tarifas generalizadas impostas por Trump, às quais a China respondeu com firmeza, enquanto o bloco europeu ainda prepara sua reação.

Li ressaltou que Pequim já havia considerado “diversos fatores incertos” em sua política macroeconômica para 2025, indicando que o governo chinês não recuará diante da ameaça de Trump de elevar em mais 50% as tarifas sobre produtos chineses.

De acordo com o relato europeu da ligação, ambos concordaram em realizar uma cúpula China-UE em julho, embora não esteja claro se o presidente Xi Jinping participará do encontro. Von der Leyen destacou que a ocasião marcará o 50º aniversário das relações diplomáticas entre as partes.

Apesar de ter apresentado suas queixas comerciais à China, o tom do comunicado europeu indicou interesse em reduzir as tensões com Pequim. Com as economias pressionadas e Trump promovendo instabilidade, cresce a percepção de que estabilizar a relação seria uma saída lógica, ainda que persistam receios europeus quanto ao modelo econômico chinês.

A presidente da Comissão Europeia reforçou a importância da previsibilidade para a economia global e ressaltou a responsabilidade compartilhada entre Europa e China — dois dos maiores mercados do mundo — de sustentar um sistema comercial forte, reformado e baseado em regras justas.

Enquanto Pequim já reagiu duramente às tarifas americanas, a UE ainda está formulando sua resposta. Membros do bloco votam nesta quarta-feira medidas contra as tarifas sobre aço e alumínio, com novas ações previstas para a próxima semana.

Temendo ser arrastada para a disputa entre superpotências, von der Leyen apelou por uma resolução negociada e pela contenção de uma nova escalada. Um sinal de progresso foi a discussão sobre a criação de um mecanismo para monitorar desvios comerciais — uma preocupação europeia diante do risco de que excedentes industriais chineses, impedidos de entrar nos EUA, acabem inundando o mercado europeu.

O premiê Li não mencionou o tema dos desvios comerciais nem a cúpula em seu comunicado, mas destacou o desejo de “reforçar a confiança política mútua”, expandir a cooperação pragmática e resolver diferenças por meio do diálogo.

Li também afirmou que a China está confiante em manter um crescimento econômico “sustentado e saudável” e continuará se abrindo para o mundo.

A questão dos desvios comerciais também esteve na agenda do comissário europeu Maros Sefcovic, que visitou Pequim no mês passado. Nesta segunda-feira, ele anunciou que a Comissão Europeia criará uma força-tarefa específica para enfrentar o problema, com reforço nos sistemas de monitoramento de importações em tempo real.

Sefcovic ainda confirmou que as partes retomarão as negociações sobre os subsídios a veículos elétricos — tema que levou à imposição de tarifas em 2024 — e discutirão investimentos chineses na UE, com foco em transferência de tecnologia, pesquisa e desenvolvimento e valorização da cadeia produtiva local.

Por fim, von der Leyen cobrou que a China intensifique seus esforços pela paz na Ucrânia e expressou otimismo quanto à cooperação em temas climáticos, uma das poucas áreas onde o diálogo entre UE e China tem se mantido produtivo.

Autor: Finbarr Bermingham
Publicado em: 8 de abril de 2025
Fonte: South China Morning Post

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