China realiza experimento de modificação climática com drones e iodeto de prata

A Administração Meteorológica da China (CMA) conduziu recentemente um experimento de modificação climática em Xinjiang, uma região árida no oeste da China, que resultou em um aumento significativo na precipitação local. Utilizando drones de médio porte, o experimento demonstrou o potencial da engenharia climática ao gerar uma quantidade de água equivalente a 30 piscinas olímpicas, […] O post China realiza experimento de modificação climática com drones e iodeto de prata apareceu primeiro em O Cafezinho.

Mai 9, 2025 - 04:08
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China realiza experimento de modificação climática com drones e iodeto de prata

A Administração Meteorológica da China (CMA) conduziu recentemente um experimento de modificação climática em Xinjiang, uma região árida no oeste da China, que resultou em um aumento significativo na precipitação local.

Utilizando drones de médio porte, o experimento demonstrou o potencial da engenharia climática ao gerar uma quantidade de água equivalente a 30 piscinas olímpicas, com o uso de apenas 1 kg de iodeto de prata.

O estudo foi realizado sobre uma área de mais de 8.000 km², um território equivalente à ilha da Córsega. Durante o experimento, os drones semearam nuvens com iodeto de prata, uma substância seis vezes mais densa que a água.

Em quatro voos consecutivos, a uma altitude de 5.500 metros, os drones liberaram o composto em forma de fumaça sobre as pastagens de Bayanbulak. A taxa de dispersão foi de 0,28 gramas por segundo, utilizando barras de chama contendo 125 gramas de iodeto de prata cada.

O resultado da operação foi um aumento de mais de 4% na precipitação da área, o que corresponde a cerca de 78.200 m³ de água adicional.

Este número foi confirmado por simulações computacionais, espectrômetros de gotas, imagens de satélite e análises climáticas de longo prazo.

As gotas de chuva aumentaram de 0,46 mm para 3,22 mm de diâmetro, e as nuvens apresentaram resfriamento de até 10°C, além de um crescimento vertical de 3 km.

Desde 2021, o projeto de modificação climática conta com 24 estações terrestres automatizadas, satélites e drones, formando um sistema de modificação climática tridimensional que funciona durante todo o ano.

Entre os principais benefícios deste sistema estão a precisão nas previsões, a segurança operacional e a capacidade de cobertura em larga escala.

Embora a semeadura de nuvens não seja uma prática inédita na China — tendo sido aplicada em outras regiões como Guizhou, Xangai, Gansu e Sichuan — o experimento realizado em Xinjiang levanta questões sobre os impactos ambientais de longo prazo e a real eficácia dessas intervenções climáticas.

A modificação do clima é vista com otimismo por muitos, principalmente em áreas propensas à seca e desertificação, como a região ao redor dos desertos de Gobi e Taklamakan, onde o derretimento das geleiras ameaça o abastecimento de água para 25 milhões de pessoas.

No entanto, cientistas que participam do estudo ainda reconhecem que muitas questões precisam ser respondidas, como a consistência e a longevidade dos resultados da modificação climática.

Existe também uma preocupação com os possíveis efeitos colaterais dessas técnicas e com o impacto de operações contínuas ao longo do ano.

Este experimento em Xinjiang marca um avanço significativo na busca por soluções artificiais para problemas climáticos, sendo um dos mais ambiciosos realizados até o momento.

A China, com o uso de uma substância simples como o iodeto de prata, demonstrou que, em algumas condições, é possível alterar as condições meteorológicas e gerar chuva em regiões que tradicionalmente enfrentam longos períodos de seca.

Apesar das promessas, a comunidade científica segue monitorando os resultados de tais operações, ciente de que, para se tornar uma solução viável e sustentável, a modificação climática precisará ser cuidadosamente monitorada para entender seus impactos a longo prazo.

O experimento de Xinjiang, enquanto promissor, levanta debates sobre as reais possibilidades de replicar tais soluções em outras regiões afetadas por mudanças climáticas extremas e escassez de água.

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