Chairman da EDP aperta controlo aos investimentos
A elétrica ficou marcada pelo fracasso na Colômbia, que aprofundou os prejuízos de 556 milhões da EDP Renováveis. Lobo Xavier sublinha ao JE que o negócio foi lançado por António Mexia e não pelo atual CEO, Miguel Stilwell. As consequências são sentidas pela atual gestão da empresa.


Prestes a completar um ano no cargo, o chairman da EDP já procedeu a mudanças no seio do Conselho Geral e de Supervisão (CGS). O órgão onde se sentam os acionistas e membros independentes passou a monitorizar os projetos com maior frequência após as pesadas baixas na Colômbia que culminaram com prejuízos de 550 milhões de euros para a EDP Renováveis em 2024. A palavra-chave é mitigar “impactos negativos” numa fase “mais precoce”, segundo o relatório anual do CGS.
Questionado pelo JE, António Lobo Xavier explicou que “no plano específico do CGS, decidiu-se discutir e avaliar o estado dos projectos com uma periodicidade mais estreita”.
O chairman garante que a “EDP dispõe de mecanismos sofisticados de controlo da evolução dos investimentos, e esses controlos são reportados pelo CAE [Conselho de Administração Executivo] ao CGS”.
Sobre o projeto da Colômbia, aponta que foi decidido em 2019, “não foi por este CAE nem por este CGS”, isto é, durante o mandato do CEO António Mexia e do chairman Luís Amado.
No seu relatório anual, o CGS revela que foi chamado pelo CAE a avaliar a saída da Colômbia no final de 2024. “Esta proposta deu origem a uma imparidade considerável relacionada com um grande projeto eólico que tinha sido desenvolvido nesse país. O CGS aprovou a saída deste mercado, mas salientou a necessidade de melhorar o controlo deste tipo de projetos na EDP, de modo que os impactos negativos na empresa sejam mitigados numa fase mais precoce”.