Brasil vê dívida aumentar e custo médio se aproximar de 12%

Tesouro Direto cresce e ultrapassa R$ 164 bilhões, com mais de 3 milhões de investidores ativos no programa O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) encerrou fevereiro em R$ 7,49 trilhões, com alta de R$ 239,33 bilhões (+3,30%) ante janeiro. O resultado foi impulsionado pela emissão líquida de R$ 165,68 bilhões, somada à apropriação de […] O post Brasil vê dívida aumentar e custo médio se aproximar de 12% apareceu primeiro em O Cafezinho.

Mar 30, 2025 - 12:28
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Brasil vê dívida aumentar e custo médio se aproximar de 12%

Tesouro Direto cresce e ultrapassa R$ 164 bilhões, com mais de 3 milhões de investidores ativos no programa


O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) encerrou fevereiro em R$ 7,49 trilhões, com alta de R$ 239,33 bilhões (+3,30%) ante janeiro. O resultado foi impulsionado pela emissão líquida de R$ 165,68 bilhões, somada à apropriação de juros de R$ 73,65 bilhões. Em 2025, os juros acumulados chegam a R$ 120,03 bilhões, conforme o Relatório Mensal da Dívida (RMD) de fevereiro de 2025, divulgado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) nesta última sexta-feira (28), em coletiva virtual.

A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) saltou de R$ 6,95 trilhões para R$ 7,17 trilhões, alta de 3,26%, devido à emissão líquida de R$ 155,95 bilhões e à apropriação de juros de R$ 70,85 bilhões.

Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) subiu 4,15% em relação a janeiro, fechando fevereiro em R$ 314,34 bilhões (US$ 53,75 bilhões), sendo R$ 260,98 bilhões (US$ 44,62 bilhões) em dívida mobiliária e R$ 53,36 bilhões (US$ 9,12 bilhões) em dívida contratual.

Conjuntura

Helano Borges, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, destacou o impacto do adiamento de tarifas pelos EUA, que elevou o apetite por risco em fevereiro. “No mercado local, houve alta na curva de juros, refletindo expectativas de política monetária mais contracionista no Brasil,” afirmou.

As taxas em leilões seguiram a tendência de alta. A LTN de 72 meses subiu de 14,82% em janeiro para 15,30% em fevereiro, enquanto a NTN-B de 5 anos passou de 7,70% para 7,90%.

Emissões e resgates

As emissões totais em fevereiro somaram R$ 204,40 bilhões. “Houve distribuição entre indexadores: 34% em pré-fixados, 30% em índice de preços e 36% em taxas flutuantes, mudando o padrão observado em 2024,” explicou Borges.

Destaque para a emissão externa do Global 2035, com taxa de 6,75% (220 pontos acima do título do Tesouro dos EUA), que captou US$ 2,5 bilhões. “A demanda chegou a US$ 6,5 bilhões, mostrando apetite por nossos papéis,” disse Borges, ressaltando que fevereiro registrou o maior valor nominal de emissões da série histórica.

Os resgates totalizaram R$ 38,72 bilhões, resultando em emissão líquida de R$ 165,68 bilhões (R$ 155,95 bilhões da DPMFi e R$ 9,74 bilhões da DPFe).

Custo e liquidez

O custo médio da DPF subiu de 11,40% para 11,57% em 12 meses. “Isso reflete a incorporação do ciclo de alta da Selic,” explicou Borges. O custo médio de emissão atingiu 11,92%.

O caixa da dívida chegou a R$ 889 bilhões, acima do nível prudencial (R$ 537 bilhões), com liquidez de 6,7 meses, garantindo “tranquilidade para a gestão,” segundo o Tesouro.

Composição

A composição da DPF manteve-se estável: cambial (4,2%), flutuantes (47,8%), índice de preços (27,5%) e pré-fixados (20,5%). A dívida com vencimento em 12 meses caiu de 17,3% para 16,9%, e o prazo médio diminuiu de 4,11 para 4,08 anos.

Borges destacou a melhora na qualidade da dívida, com emissões em prazos acima da média e substituição gradual de flutuantes por títulos indexados e pré-fixados.

Tesouro Direto

Em fevereiro, o Tesouro Direto registrou 656.552 operações (R$ 5,76 bilhões em vendas), abaixo de janeiro, mas com vendas líquidas de R$ 2,5 bilhões. O estoque subiu para R$ 164,02 bilhões, liderado por títulos IPCA e Selic.

56% das compras foram de até R$ 1 mil, e 79% até R$ 5 mil. A base de investidores ativos atingiu 3,03 milhões.

Março

Em março, a expectativa de política monetária nos EUA reduziu o apetite por risco, mas o Brasil performou melhor que os pares, com leve alta nos CDS. A curva de juros doméstica recuou, influenciada por inflação favorável (IPCA-15 de 0,64%) e atividade econômica abaixo do esperado.

Participaram da coletiva Leonardo Martins Canuto Rocha (Controle e Pagamento da Dívida) e Luiz Fernando Alves (Planejamento Estratégico da Dívida).

Com informações da Fazenda*

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