BNDES já utilizou 44% do limite anual de emissões de Letras de Crédito do Desenvolvimento

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiu R$ 4,4 bilhões em emissões de Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCDs) no primeiro trimestre de 2025, o equivalente a 44% do limite total autorizado para o ano. Os dados foram divulgados pela coluna Painel S.A., do jornal Folha de S. Paulo. O instrumento financeiro […] O post BNDES já utilizou 44% do limite anual de emissões de Letras de Crédito do Desenvolvimento apareceu primeiro em O Cafezinho.

Mai 14, 2025 - 18:40
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BNDES já utilizou 44% do limite anual de emissões de Letras de Crédito do Desenvolvimento

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiu R$ 4,4 bilhões em emissões de Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCDs) no primeiro trimestre de 2025, o equivalente a 44% do limite total autorizado para o ano. Os dados foram divulgados pela coluna Painel S.A., do jornal Folha de S. Paulo.

O instrumento financeiro foi instituído por meio de legislação sancionada no final de julho de 2024, permitindo a emissão exclusiva por bancos de desenvolvimento. Desde o início da operação, o BNDES já emitiu R$ 9,8 bilhões em LCDs, com uma média mensal de R$ 1,96 bilhão.

As Letras de Crédito do Desenvolvimento são papéis com prazo de vencimento de até cinco anos e remuneração abaixo da taxa DI, usada como referência em operações interbancárias. A emissão integra a estratégia do banco de ampliar e diversificar suas fontes de financiamento, além de buscar melhores condições para fomentar projetos de longo prazo.

Segundo o BNDES, as LCDs funcionam de forma semelhante a instrumentos tradicionais de captação, como as debêntures, porém com foco direcionado ao desenvolvimento e infraestrutura. Por serem exclusivas de bancos públicos de fomento, as emissões também têm a função de mobilizar recursos para áreas consideradas prioritárias na política econômica.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que o desempenho do instrumento financeiro demonstra o interesse de investidores em iniciativas voltadas ao desenvolvimento nacional. “Essa nova emissão da LDC comprova que o investimento em desenvolvimento e fomento à indústria são atrativos no país”, disse.

Mercadante também destacou o papel das LCDs na política de financiamento de longo prazo conduzida pela instituição. “Com o LCD, estamos diversificando o financiamento [fonte de recursos] do banco e garantindo que o financiamento de longo prazo tenha taxas mais atrativas”, completou.

A legislação que criou as Letras de Crédito do Desenvolvimento foi aprovada no Congresso Nacional em meio a um conjunto de medidas voltadas à modernização do sistema de crédito público.

A proposta teve apoio do governo federal, que busca fortalecer a atuação dos bancos de fomento na indução de investimentos em infraestrutura, transição energética, inovação e industrialização.

As LCDs fazem parte de uma série de iniciativas recentes do BNDES para reformular sua política de captação. Nos últimos anos, a instituição tem reduzido sua dependência de recursos do Tesouro Nacional e buscado alternativas de mercado.

A expectativa é que o instrumento contribua para ampliar a previsibilidade das operações de crédito de longo prazo e permitir maior autonomia financeira ao banco.

O modelo das LCDs tem semelhança com outras práticas já adotadas internacionalmente por bancos de desenvolvimento, como o KfW, da Alemanha, e o BPI, da França. A experiência internacional foi considerada na elaboração do marco normativo que regula o novo instrumento no Brasil.

Segundo o BNDES, a aceitação das LCDs no mercado demonstra um ambiente favorável à captação de recursos voltados ao desenvolvimento. O banco considera que a demanda pelos papéis indica confiança na capacidade de retorno dos projetos financiados e nas garantias institucionais oferecidas.

Além da remuneração inferior à DI, os papéis apresentam outras características atrativas, como isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas, o que amplia a base potencial de investidores. A liquidez e a estrutura de riscos foram também pensadas para compatibilizar os interesses dos investidores com os objetivos de longo prazo das operações do banco.

O volume emitido no primeiro trimestre representa quase metade do limite anual estabelecido, sugerindo um ritmo acelerado de utilização do instrumento.

A continuidade das emissões dependerá da resposta do mercado e da agenda de financiamento em curso, que inclui projetos nos setores de infraestrutura logística, energia, saneamento, mobilidade urbana e industrialização.

O BNDES avalia que o novo mecanismo contribui para reduzir custos de financiamento e ampliar o acesso a crédito de longo prazo por empresas de diferentes portes.

A diversificação da base de investidores é apontada como um dos objetivos centrais da estratégia, com foco em atrair não apenas grandes instituições, mas também fundos e pessoas físicas interessadas em aplicações com impacto econômico.

A agenda do banco para 2025 inclui ainda iniciativas voltadas à sustentabilidade, inclusão produtiva, digitalização e fortalecimento das cadeias produtivas regionais. O uso das LCDs será integrado a esse conjunto de prioridades, segundo a diretoria da instituição.

As metas de emissão para o restante do ano ainda não foram divulgadas. No entanto, a expectativa é que a ferramenta continue a ser utilizada de forma relevante até o limite autorizado, respeitando as condições de mercado e a programação financeira do banco.

Desde a adoção do novo instrumento, o BNDES tem realizado ações para promover o conhecimento sobre as LCDs junto ao mercado financeiro, incluindo apresentações institucionais e relatórios periódicos de desempenho. A instituição afirma que continuará acompanhando a evolução da demanda e ajustando sua política de emissão conforme necessário.

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