Biblioteca vazia alerta para invisibilidade de escritores negros

E se apenas os autores negros ocupassem as prateleiras da biblioteca? Foi com essa provocação que a Amazon.com.br transformou a Biblioteca do Memorial da América Latina, em São Paulo, na manhã desta sexta-feira, 21 de março. Quem visitou o espaço se deparou com prateleiras praticamente vazias, onde restavam apenas obras de escritores negros. A iniciativa, realizada no Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, escancarou a desigualdade na representatividade literária de forma visual e impactante.

A ação também reforça o compromisso da Amazon.com.br com a valorização de escritores negros por meio do Prêmio Kindle Vozes Negras, uma parceria com a editora Companhia das Letras. O prêmio reconhece e impulsiona obras de autores negros independentes publicadas pelo Kindle Direct Publishing, a ferramenta de autopublicação da Amazon. As inscrições estão abertas até 6 de abril, e o grande vencedor será anunciado na cerimônia de premiação prevista para novembro de 2025. Além de um prêmio em dinheiro, a obra vencedora será publicada pela editora, e os finalistas terão suas histórias convertidas em audiobooks pela Audible Brasil.

A representatividade literária segue distante do ideal em um país onde 56% da população se autodeclara negra ou parda (IBGE, 2020). “A presença de escritores negros na literatura é essencial para promover equidade no acesso à cultura. Essa iniciativa convida os leitores a explorarem novas perspectivas e incentiva que mais autores negros tenham suas histórias amplificadas”, afirma Lillian Dakessian, líder de Marca e Comunicação da Amazon Brasil.

“A primeira edição do Prêmio Kindle Vozes Negras reafirma o compromisso de longo prazo da Amazon com o Brasil, com o desenvolvimento da literatura e com a pluralidade de vozes. Estamos orgulhosos por dar visibilidade a diversos talentos negros por meio do Kindle Direct Publishing”, destaca Ricardo Perez, líder do Negócio de Livros da Amazon no Brasil.

Leitura e programação especial

Além do impacto visual da biblioteca esvaziada, o evento contará com um momento literário dedicado à leitura e ao comentário de trechos de obras de autores negros. Os convidados são:

• 14h – Renan Gonçalves da Silva, com a leitura de “A voz que ninguém escutou”
• 15h – Vanessa Passos, com trechos de “A filha primitiva”
• 16h – Samuel Gomes, com apresentação da obra “Guardei no armário”

Renan e Vanessa foram vencedores de edições anteriores do Prêmio Kindle de Literatura, que há nove anos consagra autores independentes. O momento proporcionará um espaço de troca de experiências e fortalecimento da literatura negra no Brasil. A campanha foi idealizada pela Almap.

A ação estará aberta ao público das 10h às 17h, permitindo que os visitantes explorem a seleção de obras e conheçam mais sobre o projeto.

Serviço

• Data: 21 de março (sexta-feira)
• Horário de funcionamento da biblioteca: das 10h às 17h
• Local: Memorial da América Latina – Av. Mário de Andrade, 664, Barra Funda, São Paulo
• Entrada: gratuita

Sobre os autores convidados

• Renan Silva (Rio de Janeiro/RJ) é escritor, historiador, poeta, professor e roteirista. Pós-graduado em Escrita Criativa pelo NESPE, é vencedor da oitava edição do Prêmio Kindle de Literatura (2024) com “A voz que ninguém escutou”.
• Vanessa Passos (Fortaleza/CE) é escritora, professora e tem pós-doutorado em Escrita Criativa. Autora de “A filha primitiva”, vencedor do Prêmio Kindle de Literatura (2024).
• Samuel Gomes (São Paulo/SP) foi eleito Top Voices 2019 pelo LinkedIn. Escritor, palestrante, criador de conteúdo, apresentador e consultor de diversidade. Criou o canal “Guardei no armário” no YouTube, que deu origem ao livro de mesmo nome.

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