BBA vê temporada decepcionante no 4T24, mas destaca 6 ações com momentum positivo

Banco aponta deterioração nas projeções, tom mais neutro nas teleconferências e alta na alavancagem das empresas do Ibovespa, apesar de recuperação pontual esperada The post BBA vê temporada decepcionante no 4T24, mas destaca 6 ações com momentum positivo appeared first on InfoMoney.

Abr 10, 2025 - 23:12
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BBA vê temporada decepcionante no 4T24, mas destaca 6 ações com momentum positivo
Uma mão segurando um celular com uma tela que aparecem investimentos e de fundo um notebook

A temporada do quarto trimestre de 2024 (4T24) das empresas listadas no Ibovespa frustrou parte das expectativas do mercado e, nas últimas semanas, analistas financeiros revisaram para baixo diversas estimativas para os próximos trimestres, principalmente em setores domésticos e ligados a commodities, por causa da deterioração dos preços internacionais e da desaceleração da atividade econômica, segundo o Itaú BBA.

Os estrategistas do banco dizem que o pilar de lucros, dentro da metodologia de quatro pilares para análise do Ibovespa, passou a ser considerado levemente negativo, e, embora o crescimento projetado para os lucros do Ibov em 2025 seja elevado — partindo de uma base de comparação muito baixa —, os sinais mais recentes apontam para riscos relevantes à frente.

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Na análise por setor, os resultados do 4T24 vieram aquém do esperado. O lucro líquido agregado do Ibovespa ficou 12,5% abaixo das estimativas de consenso — 10,9% sem considerar as empresas de commodities.

A receita apresentou ligeiro avanço, superando em 3% o previsto, e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou praticamente estável, com alta marginal de 1,3%.

Em termos de variação, o trimestre teve alta de 9,9% na receita, 5% no Ebitda e queda de 2,2% no lucro líquido. Na comparação anual, os crescimentos foram de 16,8%, 10,5% e 2,4%, respectivamente.

Conforme o banco, o lucro líquido do índice deve apresentar forte crescimento neste ano, especialmente devido à base deprimida registrada em 2024, quando os lucros dos setores de commodities e domésticos caíram 56% e 5%, respectivamente. Essa recuperação, no entanto, não é acompanhada por um movimento equivalente nas projeções futuras.

O relatório mostra ainda que, para este ano, o lucro consolidado do Ibovespa foi revisado para baixo em 3,3%, enquanto para 2026 a queda foi de 4,7%. O recuo é mais acentuado nos setores ligados a commodities, com cortes de 2,2% no último mês e 5,4% nos últimos três meses.

Setores

Os setores domésticos também perderam força: as estimativas para este ano recuaram 8% no acumulado dos últimos três meses. Financeiras e empresas de commodities sofreram cortes menores, mas não escaparam da tendência.

Na análise de dados operacionais, o Itaú BBA cruzou os indicadores de Ebitda e lucro por ação (EPS) para identificar distorções entre a melhora operacional e o resultado final. Segundo os analistas, setores como papel e celulose, construtoras e alimentos e bebidas tiveram revisões positivas nos dois indicadores.

Já shopping centers e empresas de utilidades mostraram melhora operacional, mas queda no lucro por ação. Consumo e varejo, saúde, agronegócio e siderurgia e mineração figuraram na ponta negativa, com revisões para baixo tanto no Ebitda quanto no EPS.

No acompanhamento do índice proprietário de momentum de lucros (Iqem), o Itaú BBA aponta que o setor de utilidades lidera com pontuação de 78,7, seguido por saúde (73,8) e bens de consumo básico (73,4). Na parte inferior da lista estão materiais (27,4) e energia (36,6).

A alavancagem das empresas também merece atenção. Conforme o banco, a relação dívida líquida/Ebitda subiu de 1,5x em 2023 para 1,9x em 2024. O aumento decorre do crescimento da dívida líquida, superior ao avanço no Ebitda. O setor de proteínas foi o único a reduzir seu nível de alavancagem, enquanto os shopping centers tiveram o maior aumento entre os 17 setores analisados.

Outro ponto analisado pelo Itaú BBA é o sentimento dos executivos nas conferências com investidores. Em avaliação consolidada, a média dos escores caiu 0,45 ponto em relação ao trimestre anterior, atingindo 7,32. A maior queda foi observada em bancos (-1,17), seguido por tecnologia, mídia e telecomunicações (-0,88) e shopping centers e imóveis (-0,83). Apenas agronegócio e petróleo e gás mostraram melhora, com alta de 0,11 ponto cada.

O banco também atualizou sua lista de ações com melhor momentum de lucros. Os papéis que mais agradam aos analistas setoriais são Sabesp (SBSP3), Eletrobras (ELET3), Orizon (ORVR3), Rede D’Or (RDOR3), Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3).

O que esperar

Com base no consenso de mercado, o Itaú BBA projeta para este ano um avanço de 11% nas vendas, 15% no Ebitda e 54% no lucro líquido. Essa previsão, porém, esconde uma forte disparidade entre os setores. As estimativas indicam que petróleo e gás, saúde e transporte devem liderar o crescimento de lucro líquido.

No outro extremo estão agronegócio, utilidades e shopping centers. A maior expansão do Ebitda é esperada para construtoras, transporte e novamente petróleo e gás, enquanto agronegócio, utilidades e alimentos e bebidas apresentam as menores projeções.

No lado da receita, os maiores crescimentos são estimados para bens de capital, petróleo e gás e financeiras não bancárias, com shoppings, siderurgia e mineração e utilidades na ponta oposta.

Sentimento das companhias: tom mais neutro nas conferências

O Itaú BBA também analisou o tom das teleconferências de 161 empresas usando inteligência artificial da OpenAI. A média das notas ficou em 7,31 (em uma escala de 0 a 10). Yduqs (YDUQ3), Pague Menos (PGMN3), CVC (CVCB3) e Itaúsa (ITSA4) estão entre os nomes com avaliação mais elevada.

Na parte inferior do ranking, aparecem Banco ABC (ABCB4) e Usiminas (USIM5), com notas até 1,1 ponto abaixo da média.

Os setores com maiores escores foram educação (7,53), consumo e varejo (7,22) e alimentos e bebidas (7,17). Petróleo e gás e tecnologia, mídia e telecomunicações (TMT) ficaram entre os menores, com notas próximas de 6,8.

Comparando com o trimestre anterior, a média geral caiu 0,45 ponto. As maiores quedas foram nos setores de bancos (-1,17), TMT (-0,88) e shoppings (-0,83). Petróleo e gás e agronegócio foram os únicos a manter ou elevar o nível de confiança expressado nas conferências, segundo o relatório do BBA.

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