Basquete: uma potência global

Como a internacionalização da NBA tem fortalecido o basquete ao redor do mundo O post Basquete: uma potência global apareceu primeiro em MKT Esportivo.

Mar 19, 2025 - 11:17
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Basquete: uma potência global

O basquete é frequentemente considerado um esporte dominado pelos norte-americanos. E, de fato, os Estados Unidos são os maiores vencedores de Copas do Mundo e Olimpíadas, tanto no masculino quanto no feminino.

Mas se eu perguntar quem levou o ouro no basquete 3×3 nas Olimpíadas de Paris 2024 (masculino e feminino), você apostaria nos EUA? Pois bem, eles não ficaram nem com o ouro, nem com a prata nesta edição. A competitividade do basquete é realmente absurda. Várias “escolas” ao redor do mundo têm qualidade suficiente para subir a qualquer pódio internacional.

Quando pensamos nas modalidades favoritas nos Estados Unidos, futebol americano, beisebol e basquete são as primeiras que vêm à mente. Mas algo no basquete permitiu que ele se disseminasse globalmente de forma mais ampla que os outros dois. Nas últimas quatro décadas, a excelência americana na modalidade tem sido compartilhada com diversas nacionalidades, transcendendo barreiras geográficas e culturais, tornando-se um dos esportes mais assistidos e praticados no mundo. Grande parte desse fenômeno se deve à NBA, que, através de estratégias ousadas de marketing, se consolidou como uma marca global de referência.

Um dos principais movimentos da NBA para expandir sua presença foi a ampliação das transmissões. Atualmente, seus jogos são exibidos em mais de 200 países e traduzidos para mais de 50 idiomas. Essa iniciativa começou muito antes da internet. Democratizar o acesso por meio dos direitos de transmissão foi uma ação acertada da liga. Estima-se que mais de 2,5 bilhões de pessoas consumam a NBA, seja assistindo aos jogos, acompanhando as redes sociais, participando de programas internacionais da liga ou visitando suas lojas. Na temporada 21/22, por exemplo, a Budweiser, então patrocinadora e detentora dos direitos de transmissão no Brasil, apostou na exibição dos jogos nos canais digitais do streamer Gaules. Além disso, o app League Pass permite que fãs assistam aos jogos ao vivo ou sob demanda, independentemente da localização.

A força do basquete é tão expressiva que, atualmente, mais de 100 jogadores internacionais atuam na NBA. Um detalhe interessante é que, desde 2020, todos os MVPs da temporada são estrangeiros.

Ao pesquisar desde quando a NBA pensa globalmente, descobri que, desde 1990, a liga promove jogos fora dos EUA. Conhecidos como Global Games, esses eventos levam suas estrelas a vários países e entregam o que os fãs esperam: um verdadeiro show de entretenimento. O Brasil já recebeu jogos da NBA, e três equipes do NBB (Flamengo, Bauru e Franca) já enfrentaram times da liga em partidas de pré-temporada nos EUA.

O interesse dos brasileiros pelo basquete é significativo. A página oficial da NBA Brasil tem 3,1 milhões de seguidores, enquanto o Brasileirão de futebol tem 4,7 milhões. Diferente do torcedor de futebol, que costuma seguir mais o perfil do seu time, o fã de NBA no Brasil prefere acompanhar a liga como um todo. Para se conectar melhor com esse público, a NBA criou uma página exclusiva para o Brasil, totalmente em português e adaptada aos interesses locais. Algumas franquias também aderiram à estratégia, sendo o Orlando Magic uma das mais ativas, especialmente por estar em um dos destinos favoritos dos brasileiros nos EUA.

Nosso país ainda tem uma vantagem competitiva para a NBA: o fuso horário similar ao dos EUA, o que facilita o consumo dos jogos ao vivo em relação a outras regiões, como a Europa.

Além da presença digital, a NBA investe fortemente no Brasil com iniciativas físicas. Atualmente, são mais de 30 lojas oficiais no país e mais de 220 unidades do programa NBA School, que utiliza uma metodologia exclusiva para ensinar o esporte. Dessa forma, até escolas sem foco na formação de atletas podem fomentar o basquete e aproximar a NBA das novas gerações.

O objetivo final é ampliar a base de fãs e consumidores, fortalecendo ainda mais a popularidade do esporte no mundo. O basquete já figura entre os cinco esportes mais atrativos globalmente.

Nas Olimpíadas, o maior palco do esporte mundial, vivemos momentos fantásticos em 2024. O Brasil garantiu uma vaga entre os selecionados e a seleção dos EUA chegou com força total. No masculino, times como Sérvia, Alemanha, Canadá e a anfitriã França eram candidatos ao título, contando com muitos jogadores da NBA. No feminino, a final entre França e EUA foi tão disputada que as americanas venceram por apenas um ponto.

Para quem gosta de documentários esportivos, vale assistir Quadra de Ouro, da Netflix, uma superprodução do Olympic Channel que mostra os bastidores da competição e como as outras seleções estão cada vez mais confiantes em desafiar os EUA.

A força do entretenimento e a riqueza de jogadas espetaculares fazem do basquete um dos esportes com maior engajamento digital. O investimento da NBA em redes sociais é massivo, oferecendo destaques, entrevistas e conteúdos interativos para os fãs. Veja alguns números de inscritos no YouTube:

  • Premier League (futebol): 8 milhões
  • FIBA: 2,9 milhões
  • NBA: 22,8 milhões
  • FIFA: 23 milhões

A globalização do basquete, além de já ter entrado nas Olimpíadas desde 1904 (como modalidade de exibição), de ter sido disseminada pela Associação Cristã de Moços (YMCA) e de ser um esporte relativamente fácil de ser praticado em ambientes escolares, é um reflexo das estratégias de marketing bem executadas pela NBA e entidades como a FIBA. Com transmissões internacionais, jogos fora dos EUA, academias de formação, parcerias estratégicas e forte presença digital, a liga ampliou a popularidade do esporte e consolidou sua marca mundialmente. Com inovações constantes, o basquete segue conquistando novos fãs e fortalecendo sua presença global.

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