Atriz trans assume papel de Geni em filme sobre a música de Chico Buarque

Filme é refeito com protagonista trans

A novata Ayla Gabriela foi anunciada como a nova protagonista de “Geni e o Zepelim”, longa dirigido por Anna Muylaert (“Que Horas Ela Volta?”), que vai adaptar a música homônima de Chico Buarque para o cinema.

A atriz trans interpretará Geni, uma prostituta ribeirinha que vive em uma cidade da Amazônia e é desprezada pela elite local, mas acolhida pelos marginalizados. A história toma um rumo inesperado quando um comandante militar, vivido por Seu Jorge (“Marighella”), chega disposto a destruir o vilarejo — e revela estar apaixonado por Geni, colocando o destino da cidade em suas mãos.

Troca de elenco atende críticas sobre representatividade

Ayla Gabriela assume o papel após a saída de Thainá Duarte (“Dom”), que havia sido escalada para viver Geni antes de a personagem ser redefinida como uma mulher trans.

A mudança ocorreu após críticas destacarem que, no espetáculo teatral “Ópera do Malandro”, de onde se originou a música “Geni e o Zepelim”, a personagem é apresentada como travesti. A escolha original de uma atriz cisgênero para interpretar o papel gerou protestos da comunidade LGBTQIA+ nas redes sociais. A produção optou, então, por escalar uma atriz trans e realizar uma nova abordagem.

Ayla Gabriela estreia protagonismo no cinema

“Geni e o Zepelim” será o primeiro longa-metragem com Ayla Gabriela no papel principal. Ela já atuou nos filmes “Santo” (2023) e “Girassóis” (2024), além de protagonizar o curta “Pássaro Memória” (2023), que lhe rendeu prêmios de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Xerém e no Festival de Barra Mansa.

A produção será ambientada na Amazônia e marcará o reencontro do cinema brasileiro com uma das personagens mais emblemáticas da obra de Chico Buarque. Vale lembrar que Geni já apareceu no cinema antes, na adaptação de 1986 de “Ópera do Malandro”, com interpretação de J.C. Violla.