Assista a Trump e Carney se acertando sobre relação EUA-Canadá

Novo primeiro-ministro canadense tem conversa amena com colega norte-americano e afirma que Trump faz um mandato "transformacional"

Mai 11, 2025 - 11:01
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Assista a Trump e Carney se acertando sobre relação EUA-Canadá

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), reuniu-se com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney (Partido Liberal, centro-esquerda), no Salão Oval da Casa Branca na 3ª feira (6.mai.2025). A entrevista conjunta à imprensa, de cerca de 30 minutos, foi amena e pode simbolizar um sinal de reaproximação entre os países vizinhos.

A reunião se deu uma semana depois de Carney vencer as eleições canadenses e substituir definitivamente o ex-premiê Justin Trudeau –do mesmo partido–, com quem Trump tinha uma relação conturbada.

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Desde que Trump retornou ao poder nos EUA, em 20 de janeiro, protagonizou discussões com Trudeau depois de ameaçar novas tarifas sobre produtos do Canadá e falar que pretendia anexar o país e torná-lo o “51º Estado” norte-americano. Apesar disso, o 1º contato com o novo primeiro-ministro foi mais amigável.

Logo no início da conversa, Carney brincou com Trump sobre o fato de estar sentado “na ponta da cadeira”, arrancando risadas dos repórteres e um cumprimento do republicano. A frase foi referência à forma como o presidente norte-americano se senta durante as reuniões com líderes de Estado e de Governo, distante do encosto da poltrona.

Nas considerações iniciais, o líder canadense disse que Trump é um “presidente transformador” e elogiou sua preocupação com temas como economia, segurança nas fronteiras e combate aos opioides, 3 das principais bandeiras do 2º mandato trumpista. Carney disse que foi eleito com objetivos similares e que Canadá e EUA são “mais fortes quando trabalhamos juntos”.

Trump elogiou o discurso do colega canadense e recuou sobre suas declarações sobre a anexação do país vizinho. Segundo o republicano, “quando 1 não quer, 2 não dançam”. Carney respondeu com bom humor que o território não está à venda, assim como a Casa Branca e o Palácio de Buckingham, sede da monarquia britânica. “Nunca estará à venda. Mas a oportunidade está na parceria e no que podemos construir juntos”, complementou.

Apesar do tom mais ameno sobre o tema, o presidente dos EUA disse que ainda defende a compra do Canadá. “Vocês teriam direito ao exército gratuito, um ótimo atendimento médico e outras coisas. Haveria muitas vantagens, e seria um corte enorme de impostos”, declarou o chefe do Executivo norte-americano. “Nunca diga nunca”, brincou.

No encerramento da entrevista, Trump foi questionado por um jornalista se pretende deixar o acordo comercial USMCA, que engloba EUA, México e Canadá. O republicano negou. Disse que o pacto é bom para todos os países envolvidos, mas que haverá “uma negociação nos próximos anos para ajustá-lo ou encerrá-lo”.

Ele afirmou que Trudeau tentou tirar vantagem do tratado e aproveitou para criticar o ex-premiê: “Não direi isso sobre o Mark [Carney], mas não gostei do antecessor dele [Trudeau]. Não gostei da pessoa com quem trabalhei. Era terrível, na verdade. Era uma pessoa terrível. E ela realmente prejudicou muito o acordo porque tentou tirar vantagem dele e não conseguiu. Sabe do que estou falando? Tínhamos um relacionamento ruim por discordarmos da maneira como eles viam o acordo”.

Assista a trechos da conversa e leia a tradução:

Carney: “Obrigado, senhor presidente. Estou na ponta da cadeira, inclusive. Obrigado pela sua hospitalidade e, acima de tudo, pela sua liderança. O senhor é um presidente transformador que olha para a economia, com foco implacável no trabalhador americano, na segurança das fronteiras, no fim do flagelo do fentanil e outros opioides e na segurança do mundo. Fui eleito, com meus colegas aqui –com a ajuda deles, vou distribuir o crédito– para transformar o Canadá com foco similar na economia, na segurança de nossas fronteiras e, novamente, no fentanil. Com foco maior na defesa e segurança do Ártico e no desenvolvimento do Ártico. A história do Canadá e dos EUA mostra que somos mais fortes quando trabalhamos juntos. Há muitas oportunidades de trabalharmos juntos e estou ansioso para abordar alguns dos problemas que temos, mas também encontrar áreas de cooperação mútua para podermos começar a trabalhar.”

Trump: “Isso é ótimo. Muito obrigado. Foi uma declaração muito boa.”