As vítimas das enchentes gaúchas, um ano depois

O fotógrafo Gideon Mendel, de 65 anos, já presenciou inundações em treze países desde que começou a documentar o impacto das mudanças climáticas há quase duas décadas. As milhares de fotos que produziu integram o projeto Drowning world (Mundo afogado). Em maio de 2024, o sul-africano esteve no Rio Grande do Sul para fotografar as cheias que afetaram praticamente todo o estado. A pior catástrofe ambiental da história gaúcha se iniciou no fim de abril, às margens do Rio Pardo, que atravessa boa parte do Pampa. Ao longo de quase um mês, a tragédia matou 183 pessoas e desalojou cerca de 617 mil. O cerne de Drowning world são os Submerged portraits – uma série de retratos de crianças e adultos cujas residências ficaram submersas. As imagens sempre mostram os personagens de frente, em postura altiva e dentro d’água. Durante os quinze dias de trabalho no Sul, Mendel contou com a ajuda da repórter e produtora brasileira Anna Ortega. A dupla registrou os estragos em duas cidades: Porto Alegre e a vizinha Canoas. “Me encarreguei de encontrar desabrigados que topassem participar do projeto. Imaginei que enfrentaria muitas dificuldades para recrutá-los. ‘Quem aceitará tirar fotos numa circunstância tão desfavorável?’, me perguntava. Estava enganada. A maioria dos que abordei queria posar. As vítimas enxergavam os retratos não só como uma prova da situação terrível que amargavam, mas principalmente como expressão de resiliência”, conta Ortega na edição deste mês da piauí.  The post As vítimas das enchentes gaúchas, um ano depois first appeared on revista piauí.

Abr 30, 2025 - 21:37
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As vítimas das enchentes gaúchas, um ano depois

O fotógrafo Gideon Mendel, de 65 anos, já presenciou inundações em treze países desde que começou a documentar o impacto das mudanças climáticas há quase duas décadas. As milhares de fotos que produziu integram o projeto Drowning world (Mundo afogado). Em maio de 2024, o sul-africano esteve no Rio Grande do Sul para fotografar as cheias que afetaram praticamente todo o estado. A pior catástrofe ambiental da história gaúcha se iniciou no fim de abril, às margens do Rio Pardo, que atravessa boa parte do Pampa. Ao longo de quase um mês, a tragédia matou 183 pessoas e desalojou cerca de 617 mil.

O cerne de Drowning world são os Submerged portraits – uma série de retratos de crianças e adultos cujas residências ficaram submersas. As imagens sempre mostram os personagens de frente, em postura altiva e dentro d’água. Durante os quinze dias de trabalho no Sul, Mendel contou com a ajuda da repórter e produtora brasileira Anna Ortega. A dupla registrou os estragos em duas cidades: Porto Alegre e a vizinha Canoas. “Me encarreguei de encontrar desabrigados que topassem participar do projeto. Imaginei que enfrentaria muitas dificuldades para recrutá-los. ‘Quem aceitará tirar fotos numa circunstância tão desfavorável?’, me perguntava. Estava enganada. A maioria dos que abordei queria posar. As vítimas enxergavam os retratos não só como uma prova da situação terrível que amargavam, mas principalmente como expressão de resiliência”, conta Ortega na edição deste mês da piauí

Um ano depois das inundações, a repórter – agora sozinha – reencontrou sete gaúchos fotografados por Mendel. Nenhum se recuperou totalmente do baque. Eles continuam mergulhados em dificuldades materiais, traumas e lembranças ruins. Confira o relato de Anna Ortega e as fotos de Gideon Mendel aqui.

 

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