As empresas de TI por detrás no TikTok Shop no Brasil

O lançamento do TikTok Shop no Brasil, uma novidade que deve chacoalhar o comércio eletrônico no país, contou com o envolvimento de 13 empresas brasileiras de tecnologia, indo desde sistemas de gestão online, gerenciamento de estoques e integração com portais de e-commerce. 

A lista completa foi divulgada por Lucy Ly, responsável por Global Commerce Partnerships no TikTok Shop, agradecendo a ajuda “incrível” desses parceiros. 

A Locaweb aparece bem na fita. A lista inclui a Bling, um sistema de gestão empresarial voltado para micro e pequenas empresas e a plataforma de e-commerce Tray, ambas adquiridas pela empresa. 

Outra empresa da lista é a Olist, uma das maiores startups no nicho de integração de lojistas com marketplaces, dona também de um sistema de ERP, conta digital e PDV.

Entre as empresas especializadas em integração com marketplaces também estão a Any Market Hub, Plugg.To, Magis5 e Weesu Tecnologia. 

Pelo lado de gestão de estoque, o que inclui sistemas, mas também armazenamento físico e envio de produtos (o que se chama no jargão de “fulfillment”) estão na lista a Cubbo Brasil e a Estoca.

O grupo dos softwares de gestão também tem a UpSeller ERP Latinoamérica. 

A lista também tem empresas mais focadas em plataforma de e-commerce, como a Base, Silk Commerce e Precode. 

Neste ponto, vale destacar que todas essas empresas têm soluções que envolvem diversos aspectos do e-commerce, e que certamente a área de marketing de cada uma delas dirá ter a resposta completa para o problema.

(Este repórter, que tem uns anos de estrada, aposta que deve receber 13 comunicados nos próximos dias, nos quais cada uma se apresentará como “a parceira” do TikTokShop).

Por outro lado, o fato do TikTok Shop ter trabalhado com as 13 certamente indica que cada é mais forte em algo, ou tem uma base de clientes maior em um aspecto. 

As empresas devem ter trabalhado rápido. 

A notícia que o TikTok lançaria o seu um marketplace próprio dentro de seu aplicativo no Brasil surgiu no começo de março, tendo como previsão de entrada no ar o mês de maio. 

Lançado originalmente em 2023, nos Estados Unidos, o chamado TikTok Shop já chegou à China, Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Reino Unido, Vietnam, Irlanda, Espanha, e, este ano, ao México.

Segundo o Neofeed, a ideia é ter uma “estreia discreta” no Brasil, com uma equipe de apenas 30 pessoas no país (recentemente, o Baguete revelou uma dessas contratações: Ricardo Geraldini, ex-superintendente de TI da B3). 

Li, a executiva que publicou no Linkedin a lista dos parceiros brasileiros, tem cinco anos de casa e fica baseada em Londres.

Ainda em 2016 ela trabalhava como trainee em grandes bancos baseados na Europa.

O cadastramento de vendedores começará em abril, e, inicialmente, a plataforma não cobrará comissão por intermediar os negócios. 

Quando estabelecida, a taxa deverá ser menor do que a de marketplaces concorrentes, em busca de acelerar a captação de vendedores.

O Santander estima que o modelo do aplicativo de vídeos conquiste até 9% do comércio eletrônico brasileiro dentro dos próximos três anos, considerando que o país é o terceiro maior mercado global da plataforma, com mais de 100 milhões de usuários.

Isso significa que a plataforma teria que processar um total de pagamentos de R$ 39 bilhões por ano, o que colocaria o TikTok Shop entre os top 5 players do setor.

No marketplace, os clientes encontram desde produtos de skincare até limpeza, decoração, petshop, roupas e acessórios.

Globalmente, a plataforma conta com mais de 15 milhões de vendedores ativos, responsáveis por fazer com que o TikTok atingisse US$ 32 bilhões em volume bruto de mercadorias ao final do ano passado.

Apenas nos Estados Unidos, 33 milhões de usuários gastam cerca de US$ 7 milhões por dia no comércio eletrônico da marca.

Em 2022, um estudo revelou que 58% dos usuários descobriram novas marcas na plataforma e 44% compraram os produtos imediatamente depois de vê-los no aplicativo.

A chave do sucesso do TikTok Shop é trabalhar com a impulsividade do comprador. 

O usuário vê um vídeo ou uma live, se interessa pelo produto e compra diretamente no app, um processo que pode ser fechado em menos de 7 minutos, segundo estudos Santander e Itaú BBA.

"O TikTok Shop elimina atritos na jornada de compra, une entretenimento com conversão. É a combinação perfeita entre impulso e conveniência", afirma Rafael Kiso, fundador e CMO da mLabs, maior plataforma de gestão de mídias sociais da América Latina.