Arqueólogos acham privada 1.300 anos com sistema de descarga
Além de revelar uma preocupação com saneamento, a descoberta da privada também destaca os privilégios de classe na Coreia. The post Arqueólogos acham privada 1.300 anos com sistema de descarga appeared first on Giz Brasil.

Arqueólogos escavaram as ruínas do palácio real Donggung no Parque Nacional de Gyeongju, na Coreia do Sul, e descobriram uma privada de 1.300 anos com sistema de descarga.
Atualmente, o palácio é um ponto turístico da Coreia, sendo parte de uma lagoa artificial próxima ao complexo de palácios do reino que unificou o país há 1.365 anos. O palácio Donggung foi construído pelo rei Munmu em 674 d.C., próximo ao palácio de Wolseong, principal sede do reino da Silla e, posteriormente, da dinastia da Silla Unificada.
Segundo os arqueólogos, a privada pertencia ao governante da dinastia Silla e possui até sistema de descarga.
Apesar de não ser muito higiênico para os padrões atuais, o sistema de descarga era revolucionário para o período. Além disso, a descarga da privada real de 1.300 anos é uma evidência da importância do saneamento para a dinastia Silla.
Aliás, os arqueólogos tiveram trabalho para achar a privada real, pois ninguém sabia onde ficavam as ruínas do palácio.
O local servia como residência principal dos reis da Silla Unificada e as recentes escavações são um trabalho de 10 anos que conseguiu descobrir o local do antigo palácio.
Só o rei sentava no trono: como funcionava a privada real
Gyeong-Yeol Kim, arqueólogo do Serviço do Patrimônio Cultural da Coreia do Sul e chefe das escavações, detalhou como funcionava a descarga da privada real de 1.300 anos.
De acordo com Kim, a descarga, obviamente, não funcionava como os sistemas atuais.
“Alguém, possivelmente um serviçal, precisava jogar água na privada para poder dar descarga. A água empurrava os dejetos para um ralo, esvaziando a privada”, diz o arqueólogo.

Ralo do sistema de descarga da privada de 1.300 anos. Imagem: Serviço do Patrimônio Cultural da Coreia do Sul/Divulgação
Contudo, o sistema de descarga da privada real de 1.300 anos não liberava na lagoa artificial visitada por milhares de pessoas. Segundo os arqueólogos, a descarga do “trono” jogava os tesouros reais em um riacho próximo ao riacho de Nachman, tributário do rio Hyeongsan, que fluía pela muralha ao sul da fortaleza.
Apenas o herdeiro do rei e algumas moças da corte podiam “sentar no trono”. Os arqueólogos acreditam que a privada pertencia ao príncipe Sinmun, filho de Munmu, porque “Donggung” significa “príncipe herdeiro”.
“Inferno Joseon” há 1.300 anos
Além do trono real nas ruínas do próprio palácio, os arqueólogos encontraram outras privadas em estruturas próximas, que também datam de 1.300 anos atrás.

Imagem: Serviço do Patrimônio Cultural da Coreia do Sul/Divulgação
Contudo, segundo os arqueólogos, essas privadas fora do palácio armazenavam dejetos humanos, assim como uma latrina. Ou seja, a privada real tinha um significado hierárquico na Coreia.
A diferença entre a privada real e as latrinas do palácio mostram que a Coreia já tinha posições em relação à classe e a privilégios.
A propósito, os arqueólogos querem descobrir informações sobre o estilo de vida e a dieta da família real. Para isso, eles vão realizar análises microbianas das obras que ficaram nas latrinas.
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