AO VIVO: Warren Buffett sobre tarifas de Trump: ‘Comércio não deveria ser uma arma’

Em uma resposta que lembra o provérbio, Buffett aconselha uma jovem investidora a caminhar ao lado de pessoas que admira. “Você nem sempre vai acertar nessas decisões, mas terá a vida progredindo no caminho certo se andar com quem admira e que te façam querer ser uma pessoa melhor”.

Buffett comenta a possibilidade de investir na Mongólia e diz que o país precisa criar uma reputação de ser amigável para os negócios e consciente no câmbio.

Buffett mostra mais de sua filosofia de investimentos de longo prazo ao comentar a recente desvalorização do dólar: “não tomamos decisões com base no impacto trimestral ou anual, o que conta é onde estaremos daqui a cinco anos”. 

Diante do que alguns classificam como uma crise na economia americana, Buffett reiterou sua confiança na resiliência dos Estados Unidos. Ele disse que o país já passou por várias mudanças, citando a grande recessão e o desenvolvimento da bomba atômica, e seguirá se transformando. “Estruturamos nossa sociedade em cima de promessas que sempre entregamos. O dia em que mais tive sorte na minha vida foi quando eu nasci, porque nasci nos Estados Unidos”.

Ajit Jain, vice-presidente de seguros da Berkshire Hathaway, diz que a holding espera o melhor momento para investir pesado na nova tecnologia. “Não queremos ser os primeiros ou os mais rápidos a se movimentar, queremos ter um ponto de vista melhor sobre os riscos”.

Um investidor perguntou ao “Oráculo de Ohama” o motivo por trás da compra de ações em detrimento de imóveis. Ele, então, respondeu dizendo que “o tempo que um negócio no mercado imobiliário nos toma comparado a fazer algo melhor com ações não tem comparação. Comprar um imóvel é uma decisão enorme e as negociações são demoradas, se você quer comprar ou vender uma ação, faz isto em cinco segundos. É um jogo totalmente diferente e requer habilidades diferentes para entender as alegrias desse jogo”.

A gestora fechou 2024 com uma caixa recorde de US$ 334 bilhões. Buffett explica que
“estamos em um negócio extremamente oportunista, seria legal se todos os dias tivéssemos pelo menos quatro oportunidades, mas isto não acontece. Daqui a pouco seremos bombardeados por oportunidades, mas é muito improvável que isto aconteça amanhã, da mesma forma que não deve demorar 50 anos”.

Frases de Warren Buffett ao responder pergunta sobre o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a outros países:

“O comércio não deveria ser uma arma”

“Não acho boa ideia um mundo em que alguns países dizem ‘hahaha nós ganhamos'”

Buffett disse que as tarifas podem ser usadas como um ato de guerra e deixou clara sua posição sobre a política de Trump: “o comércio não deveria ser uma arma”. Ele manifestou preocupação com as tensões criadas com outros países: “não acho uma boa ideia um mundo em que alguns países dizem ‘nós ganhamos’ enquanto alguns têm com armas nucleares. Queremos um mundo próspero, e isto não acontecerá às nossas custas”.

A Berkshire está vendendo alguns volumes da edição limitada do livro feito por Carrie Sova para comemorar as seis décadas desde que Buffett assumiu o que era uma empresa do setor têxtil. Ele agradeceu e elogiou a autora e aproveitou para brincar: “isto virou um espaço para propaganda (do livro)”.

O megainvestidor começou o evento recebendo os aplausos dos milhares de participantes reunidos em Omaha. Neste sábado, a holding reportou lucro operacional de US$ 9,64 bilhões no primeiro trimestre deste ano, uma queda de 14,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. O conglomerado foi afetado pelo negócio de seguros, que sofreu com os incêndios em Los Angeles.

O CEO Warren Buffett, Ajit Jain, vice-presidente de seguros, e Greg Abel, presidente da Berkshire Hathaway Energy, respondem às perguntas dos investidores. Abel foi apontado por Buffett como seu sucessor na presidência da gestora, o que adiciona interesse em seus posicionamentos. 

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A abertura dos portões da convenção anual de Warren Buffett teve como trilha sonora no HCI Health Center a música “Money”, de Pink Floyd. A canção ecoava nas caixas de som do centro de convenções enquanto investidores da Berkshire Hathaway disputavam um assento para assistir, logo mais, a fala do milionário. Relembre esse clássico do rock:

Assim que abriram os portões do centro de convenções onde logo mais Warren Buffett vai falar a investidores, começou uma correria para garantir o melhor assento no amplo auditório em que acontece o evento. Os acionistas da Bershike Hathaway foram liberados para entrar às 7h do horário local (9h de Brasília).

Ao som de “Money”, de Pink Floyd, as pessoas tentavam não só conseguir uma cadeira para si, mas também reservar fileiras de assentos. A reportagem do InfoMoney presenciou um homem deitando em várias cadeiras para bloqueá-las e uma mulher brigando com pessoas que sentaram em assentos que ela tinha “reservado” segundos antes com casacos e mochilas.

(Mariana Segala, de Omaha)

A canadense Krysten MacEachern, de 30 anos, levou a filha Evelyn, de 7, para participar da convenção anual da Bershike Hathaway. As duas ouvirão juntas os conselhos do megainvestidor Warren Buffett. Krysten viajou com a família toda da pequena Smithers, cidade de 5 mil habitantes onde vive, para Omaha, no Nebraska, Estados Unidos. Foram três voos.

Krysten considera a conferência uma experiência importante para a filha. Ela e o marido têm o plano de longo prazo de adquirirem uma ação classe A da empresa de Buffet para cada uma das quatro filhas. O ativo custa cerca de US$ 800 mil. Hoje, a família tem uma ação classe A.

(Mariana Segala, de Omaha)

Em frente ao centro de convenções onde logo mais Warren Buffett vai comandar a reunião anual de acionistas da Berkshire Hathaway, um pequeno grupo de pessoas fazem um protesto em prol da Palestina. Os manifestantes gritam: “Libertem a Palestina”, “Buffett apoia Israel” e “Apoiar o 1% não vai fazer sua vida melhor”. O protesto não altera o funcionamento do evento. Logo mais, devem abrir as portas para que os credenciados entrem no local da convenção.

(Mariana Segala, de Omaha)

Hoje é dia de descobrir o que Warren Buffett pensa sobre as novas tarifas de importação dos Estados Unidos. Pelo menos é o que investidores esperam em Omaha. O megainvestidor ainda não se pronunciou sobre as medidas de Donald Trump, mas já foi envolvido em uma polêmica com o tema.

O republicano compartilhou, no início de abril, um vídeo que defendia que o republicano estava, sim, levando o mercado de ações a afundar por causa das tarifas, mas o fazia com um propósito – e com o endosso de ninguém menos do que Warren Buffett, o mais aclamado investidor do mundo. A Berkshire Hathaway veio a público no mesmo dia para desmentir as alegações do vídeo.

Portanto, o mercado ainda não sabe o que Buffett pensa sobre as tarifas de Trump ou como vem reagindo a elas. Este é um dos tópicos mais aguardados do dia em Omaha. Até agora, os investidores se apegam a pistas deixadas por Buffett. Saiba mais: O que Buffett pensa sobre tarifas? Os investidores esperam descobrir no sábado

O estudante de Economia brasileiro Yhago da Costa, de 20 anos, é um dos primeiros da fila em frente ao centro de convenções onde, dentro de algumas horas, Warren Buffett vai responder perguntas de investidores. Yhago viajou até Omaha, no Nebraska, Estados Unidos, e, nesta madrugada, perdeu o sono. Decidiu então ir para a fila. Chegou lá às 2h30 no horário local.

(Mariana Segala, de Omaha)

A Berkshire Hathaway chegou a ter 51% do seu patrimônio investido em ações da Apple. No ano passado, porém, Warren Buffett começou a diminuir a participação na empresa de tecnologia e o volume de ações caiu para um terço do pico alcançado em 2023.

Um dos motivos que podem ter levado o megainvestidor a vender ações da Apple é o preço, dizem analistas. Guilherme Novello, sócio e especialista em ações de tecnologia da gestora WHG, diz que os papéis da empresa de Tim Cook, “estão num preço bem acima do que deveria ser negociado”.

Saiba mais sobre o assunto: Oráculo previu o futuro? Por que Buffett vendeu Apple antes de tarifas de Trump

O InfoMoney ouviu alguns participantes da disputada conferência de acionistas da Berkshire Hathaway. Entre eles, o professor universitário Nishad Kapadia, que deixa claro que a filosofia do lendário investidor é a tônica do interesse de quem se deslocou até o meio dos Estados Unidos. “Toda a ideia de olhar para o valor e a disciplina com a que se investe. A visão de onde está, paciência e pensar no horizonte de longo prazo”, disse o professor universitário.

Não são raros os casos de investidores que possuem apenas uma ação da Berkshire, justamente para assegurar um ingresso. “Espero ouvir muitos comentários inteligentes e o que ele nos dirá sobre seu sentimento quanto ao mercado”, disse um investidor chinês – que adotou essa estratégia para participar do evento – ao InfoMoney.

Veja mais sobre a expectativa dos participantes: Investidores de todos os cantos vão a Omaha em busca de respostas de Warren Buffett

O interesse do “Oráculo de Ohama” pelo Japão vem crescendo desde a pandemia de Covid-19. Em 2020, a Berkshire revelou ter comprado participações de cerca de 5% em cada uma das cinco principais empresas japonesas. Ao investir em companhias como Itochu, Marubeni, Mitsubishi, Mitsui e Sumitomo, ele adiciona ao portfólio exposição aos setores de energia, tecnologia, manufatura e até criação de salmão.

Além disto, a estratégia de Buffett no país inclui a emissão de títulos denominados em ienes para se proteger contra riscos cambiais. Assim, Buffett está essencialmente pedindo dinheiro emprestado no Japão a uma taxa de juros muito mais baixa do que estaria disponível nos EUA.

Os detalhes das alocações japonesas estão aqui: Buffett pode até odiar sushi, mas seu apetite pelo Japão é voraz

A casa de Warren Buffett em Omaha é um ponto turístico e passou a quinta-feira (1) inteira sendo visitada por investidores de diversos países. A menos de 1 quilômetro dali, manifestantes se reuniram para demonstrar discordância e insatisfação com as medidas adotadas por Donald Trump nos seus primeiros 100 dias de governo.

Os protestos foram realizados no bojo do movimento “50501” – uma referência a 50 protestos, 50 estados e 1 movimento – que afirma apoiar a luta pela defesa da Constituição e pelo fim dos exageros do Poder Executivo.

Veja os detalhes na reportagem: Protestos contra Trump tomam EUA de costa a costa e chegam à Omaha de Warren Buffett

Além de abrigar a casa onde Warren Buffett mora desde quando tinha menos de 30 anos, a pacata Omaha é a capital do estado do Nebraska e sede da Berkshire Hathaway. Na gastronomia, o destaque vai para o sanduíche Ruben, um lanche feito com pão de centeio quente, carne enlatada, chucrute, queijo, picles de pepino e molho.

Veja 5 curiosidades sobre Omaha, a cidade onde Warren Buffet nasceu

A agitação em torno de Buffett é justificada: ele é um dos investidores mais importantes do mercado financeiro global e uma das pessoas mais ricas do planeta, com fortuna avaliada em US$ 153,5 bilhões, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg. O patrimônio foi construído através dos investimentos.

Warren Buffett é presidente e principal acionista da Berkshire Hathaway. Seu retorno médio de mais de 20% ao ano nas últimas cinco décadas e suas lições de vida lhe renderam o apelido de “Oráculo de Omaha”, em referência à cidade do meio-oeste americano onde ele vive.

Conheça os detalhes da história de Buffett: A trajetória e as lições do maior investidor de todos os tempos

Começa daqui a pouco a conferência de acionistas da empresa de Warren Buffett. É por ela que o bilionário americano faz seus investimentos. Mas nem sempre foi assim. A Berkshire Hathaway nasceu no setor têxtil, mas foi transformada em um veículo de investimentos por Buffett, que comprou o controle da companhia em 1969.

O portfólio da empresa tem ações de gigantes como Apple (AAPL34), Coca-Cola (COCA34) e American Express (AXPB34), mas também conta com companhias das quais Buffett possui o controle – são 189 com pelo menos 80% de participação acionária.

Hoje, a Berkshire Hathaway é uma das empresas mais valiosas do mundo, atrás apenas das chamadas Sete Magníficas (à exceção da Tesla), grupo que reúne as maiores empresas de tecnologia do mundo, e da petroleira Saudi Aramco.

Veja a matéria que conta os detalhes da história da companhia: Berkshire Hathaway, a empresa de Warren Buffett que vale mais de US$ 1 trilhão