Antônio Barros, compositor de “Homem com H”, morre aos 95 anos

Autor de mais de 700 músicas, ele foi referência no forró e teve canções gravadas por Luiz Gonzaga, Elba Ramalho e Ney Matogrosso

Abr 7, 2025 - 00:08

Antônio Barros, compositor de “Homem com H”, morre aos 95 anos

Morte ocorreu em João Pessoa após complicações do Parkinson

O cantor e compositor Antônio Barros morreu na manhã deste domingo (6/4), aos 95 anos, em João Pessoa. Internado em um hospital particular da capital paraibana, ele enfrentava complicações da doença de Parkinson, que afetava sua alimentação e mobilidade. A notícia foi confirmada pela família em publicação nas redes sociais.

Natural de Queimadas, na Paraíba, Barros foi autor de mais de 700 músicas em parceria com a esposa, Cecéu. Juntos, se tornaram uma das duplas mais prolíficas da música nordestina, com obras que atravessaram gerações e foram gravadas por artistas como Luiz Gonzaga, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Elba Ramalho, Fagner e Alcione.

Parceria com Cecéu marcou o forró nordestino

Barros iniciou a carreira de compositor na década de 1950. Vinte anos depois, já morando em Campina Grande, conheceu Mary Maciel Ribeiro, que adotaria o nome artístico de Cecéu. O casal se mudou para o Rio de Janeiro com apoio de Jackson do Pandeiro e começou a trajetória conjunta na música.

Inicialmente, gravaram um disco de música romântica sob os nomes Tony e Mary, mas foi no forró que conquistaram reconhecimento nacional. Entre os maiores sucessos estão “Homem com H” (primeiramente hit com o Trio Nordestino e depois popularizada por Ney Matogrosso), “Bate Coração” (com Elba Ramalho), “Procurando Tu” (com Trio Nordestino) e “Por Debaixo dos Panos”.

Obra reconhecida como patrimônio cultural

Em 2021, a Assembleia Legislativa da Paraíba aprovou uma lei de autoria da deputada estadual Estela Bezerra que declarou a obra de Antônio Barros e Cecéu como patrimônio cultural imaterial do estado. Na ocasião, a parlamentar afirmou: “São a própria essência do povo nordestino. Suas composições atravessam as gerações como a melhor expressão da nossa gente, da nossa terra e do nosso espírito paraibano e nordestino.”