Análise | Fatal Fury: City of Wolves
Se tem um gênero que, felizmente, está em alta novamente, é o dos jogos de luta, popularmente chamados de fighting games. Estamos vivenciando uma nova era de ouro, com grandes franquias lançando títulos de sucesso e outras séries emblemáticas marcando seu retorno. Esse é o caso de Fatal Fury – ou Garou Densetsu, como é conhecido no Japão, ou simplesmente Garou – que, após 26 anos, retorna com um novo título principal da série. Mas será que toda essa espera valeu a pena? É isso que vamos debater nesta análise.HistóriaPode ser que muitos nem fossem nascidos na época, mas antes de The King of Fighters se tornar o grande sucesso da SNK nos arcades, jogos como Art of Fighting e Fatal Fury foram as primeiras apostas da empresa no gênero.O primeiro Fatal Fury, chamado Fatal Fury: King of Fighters e lançado em 1991, foi uma resposta da SNK ao sucesso de Street Fighter 1, inclusive contando com o mesmo produtor. Apesar de ter chegado após o lendário Street Fighter II — o que fez com que fosse considerado atrasado em relação ao rival — o jogo trouxe novidades para o gênero, personagens carismáticos, belos cenários e uma jogabilidade simples, mas divertida. O sucesso garantiu sequências e consolidou Fatal Fury como uma das franquias mais amadas e importantes do gênero.Em City of Wolves, acompanhamos a história dividida por personagens. Cada um tem seu próprio modo história, que cobre seus arcos narrativos 25 anos após os eventos de Garou: Mark of the Wolves.IMAGEaHR0cHM6Ly93d3cuZ2FtZXZpY2lvLmNvbS9zdGF0aWMvaW1hZ2Vuc191cC9iaWcvMTI0LzEyMzMxOS53ZWJwO modo “Episódios de South Town” funciona da seguinte forma: você escolhe um dos 16 personagens disponíveis (Cristiano Ronaldo não está disponível neste modo e nem no modo Arcade) e explora os locais icônicos da cidade de South Town. A exploração é simples — você navega por um mapa fixo com pontos pré-determinados, escolhe onde ir, e ali acontece uma luta. O modo tem um leve toque de RPG: cada local tem um nível de desafio, e é ideal que seu personagem esteja no mesmo nível.Slide https://www.gamevicio.com/static/imagens_up/big/124/123320.webp;;;https://www.gamevicio.com/static/imagens_up/big/124/123322.webp;;;https://www.gamevicio.com/static/imagens_up/big/124/123323.webpAo começar, sua barra de vida está bastante reduzida, mas ela aumenta conforme você sobe de nível, desbloqueando também funcionalidades do personagem, como o sistema S.P.G (que falaremos mais adiante). Esse modo é legal por trazer a história de cada personagem, remetendo aos jogos clássicos, mas ainda é bastante simples se comparado a títulos como Street Fighter ou Tekken. Claro, estamos falando de orçamentos diferentes, mas acompanhar a história em quadros completamente estáticos, sem animação ou dublagem, pode ser frustrante para quem acompanha o gênero de forma mais casual ou tem interesse em narrativas.Slide https://www.gamevicio.com/static/imagens_up/big/124/123324.webp;;;https://www.gamevicio.com/static/imagens_up/big/124/123325.webp;;;https://www.gamevicio.com/static/imagens_up/big/124/123326.webpAlém disso, os inimigos são bastante repetitivos, sempre um conjunto dos mesmos personagens com variações de cor. Ainda assim, esse modo ajuda a estender o conteúdo single player, com cada campanha levando de 30 minutos a 1 hora para ser concluída, dependendo da sua habilidade.Esse modo também traz o Catálogo — uma coletânea com artes de outros jogos da franquia, artes conceituais, diálogos entre personagens etc. — e o Minijogo, onde você precisa apertar sequências de botões dentro de um tempo limite para quebrar garrafas. O Catálogo, em especial, é uma bela dose de nostalgia para os fãs antigos.Além disso, o jogo conta com o modo Arcade, no qual você escolhe um personagem, vê uma introdução em quadros estáticos, enfrenta sete lutadores e depois assiste ao desfecho da pequena história. É rápido e segue bem o estilo clássico dos arcades.No total, o jogo conta com um casting inicial de 17 personagens, o que considero um número até bom. Porém, sinto que os personagens convidados não combinam com este mundo, sendo até esquisitos, dando a impressão de que fazem parte de outro jogo. Cristiano Ronaldo possui uma gameplay até interessante, mas seus visuais não combinam com o universo de Garou, e sua aparência e voz passam uma sensação de estranheza. Ainda assim, por ser uma das figuras mais famosas do mundo, consigo entender perfeitamente sua presença no jogo. Inclusive, em termos de marketing, essa foi uma sacada genial — o que faz com que, apesar de fora de lugar, ele não seja uma adição ruim. Já o DJ Salvatore é um caso ainda mais estranho. Além de não combinar com o universo do jogo, ele não é conhecido o suficiente para justificar sua inclusão. Seria muito melhor ver o retorno de algum personagem clássico no lugar dele, ou até mesmo uma colaboração com outra franquia.Slide https://www.gamevicio.com/static/imagens_up/big/124/123328.webp;;;https://www.gamevicio.com/static/imagens_up/big/124/123329.webpO Season Pass 1

Se tem um gênero que, felizmente, está em alta novamente, é o dos jogos de luta, popularmente chamados de fighting games. Estamos vivenciando uma nova era de ouro, com grandes franquias lançando títulos de sucesso e outras séries emblemáticas marcando seu retorno. Esse é o caso de Fatal Fury – ou Garou Densetsu, como é conhecido no Japão, ou simplesmente Garou – que, após 26 anos, retorna com um novo título principal da série. Mas será que toda essa espera valeu a pena? É isso que vamos debater nesta análise.
História
Pode ser que muitos nem fossem nascidos na época, mas antes de The King of Fighters se tornar o grande sucesso da SNK nos arcades, jogos como Art of Fighting e Fatal Fury foram as primeiras apostas da empresa no gênero.
O primeiro Fatal Fury, chamado Fatal Fury: King of Fighters e lançado em 1991, foi uma resposta da SNK ao sucesso de Street Fighter 1, inclusive contando com o mesmo produtor. Apesar de ter chegado após o lendário Street Fighter II — o que fez com que fosse considerado atrasado em relação ao rival — o jogo trouxe novidades para o gênero, personagens carismáticos, belos cenários e uma jogabilidade simples, mas divertida. O sucesso garantiu sequências e consolidou Fatal Fury como uma das franquias mais amadas e importantes do gênero.
Em City of Wolves, acompanhamos a história dividida por personagens. Cada um tem seu próprio modo história, que cobre seus arcos narrativos 25 anos após os eventos de Garou: Mark of the Wolves.
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O modo “Episódios de South Town” funciona da seguinte forma: você escolhe um dos 16 personagens disponíveis (Cristiano Ronaldo não está disponível neste modo e nem no modo Arcade) e explora os locais icônicos da cidade de South Town. A exploração é simples — você navega por um mapa fixo com pontos pré-determinados, escolhe onde ir, e ali acontece uma luta. O modo tem um leve toque de RPG: cada local tem um nível de desafio, e é ideal que seu personagem esteja no mesmo nível.
Ao começar, sua barra de vida está bastante reduzida, mas ela aumenta conforme você sobe de nível, desbloqueando também funcionalidades do personagem, como o sistema S.P.G (que falaremos mais adiante). Esse modo é legal por trazer a história de cada personagem, remetendo aos jogos clássicos, mas ainda é bastante simples se comparado a títulos como Street Fighter ou Tekken. Claro, estamos falando de orçamentos diferentes, mas acompanhar a história em quadros completamente estáticos, sem animação ou dublagem, pode ser frustrante para quem acompanha o gênero de forma mais casual ou tem interesse em narrativas.
Além disso, os inimigos são bastante repetitivos, sempre um conjunto dos mesmos personagens com variações de cor. Ainda assim, esse modo ajuda a estender o conteúdo single player, com cada campanha levando de 30 minutos a 1 hora para ser concluída, dependendo da sua habilidade.
Esse modo também traz o Catálogo — uma coletânea com artes de outros jogos da franquia, artes conceituais, diálogos entre personagens etc. — e o Minijogo, onde você precisa apertar sequências de botões dentro de um tempo limite para quebrar garrafas. O Catálogo, em especial, é uma bela dose de nostalgia para os fãs antigos.
Além disso, o jogo conta com o modo Arcade, no qual você escolhe um personagem, vê uma introdução em quadros estáticos, enfrenta sete lutadores e depois assiste ao desfecho da pequena história. É rápido e segue bem o estilo clássico dos arcades.
No total, o jogo conta com um casting inicial de 17 personagens, o que considero um número até bom. Porém, sinto que os personagens convidados não combinam com este mundo, sendo até esquisitos, dando a impressão de que fazem parte de outro jogo. Cristiano Ronaldo possui uma gameplay até interessante, mas seus visuais não combinam com o universo de Garou, e sua aparência e voz passam uma sensação de estranheza. Ainda assim, por ser uma das figuras mais famosas do mundo, consigo entender perfeitamente sua presença no jogo. Inclusive, em termos de marketing, essa foi uma sacada genial — o que faz com que, apesar de fora de lugar, ele não seja uma adição ruim. Já o DJ Salvatore é um caso ainda mais estranho. Além de não combinar com o universo do jogo, ele não é conhecido o suficiente para justificar sua inclusão. Seria muito melhor ver o retorno de algum personagem clássico no lugar dele, ou até mesmo uma colaboração com outra franquia.
O Season Pass 1 trará, além dos já revelados Ken e Chun-Li da série Street Fighter, rostos conhecidos como Andy Bogard e Joe Higashi. Por fim, Mr. Big, personagem vindo de Art of Fighting, se junta para fechar o time que chegará às ruas de South Town entre 2025 e 2026. O Season Pass 1 é vendido em conjunto com o jogo base e já está disponível para pré-compra.
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No conteúdo single player, também estão disponíveis o modo Treinamento e o 1 vs 1. Há ainda uma Galeria, onde é possível ver ilustrações, vídeos etc, além da Jukebox, que permite ouvir músicas clássicas de diversos títulos, montar playlists e configurar diversas opções relacionadas a trilha sonora.
Para quem busca uma experiência robusta no single player, Fatal Fury: City of the Wolves não entrega algo muito profundo ou marcante — o conteúdo pode ser esgotado relativamente rápido. Isso é comum em jogos de luta, mas aqui fica ainda mais evidente.
Gameplay e Aspectos Técnicos
É aqui que o jogo realmente brilha. A gameplay do novo Fatal Fury é, de longe, seu ponto mais forte. A SNK vem numa crescente com seus títulos — como The King of Fighters XV e Samurai Shodown — e aqui não foi diferente. O jogo traz elementos modernos, mas sem abrir mão de sistemas clássicos da franquia.
Por exemplo, o sistema de luta em dois planos (onde você muda a posição do personagem no cenário) está de volta, algo que lembra bastante os beat ‘em ups. Também está presente o sistema S.P.G. (Selective Potential Gear), onde você escolhe em que ponto da sua barra de vida quer posicionar um indicador (início, meio ou fim). Ao atingi-lo durante a luta, seu personagem desbloqueia vantagens como novos especiais, combos expandidos, maior dano na defesa do oponente, entre outros.
Sistemas de parry, defesa no momento exato, reverses, cancelamento de animações e quebra de combos também estão presentes, tornando City of the Wolves um jogo fácil de jogar, mas complexo de dominar. Para um jogo de luta 2D, ele é surpreendentemente técnico, cheio de nuances e, na minha opinião, um dos mais desafiadores para se jogar em alto nível.
Como em KOF, a SNK não teve medo de incluir muitos sistemas diferentes. Ao concluir os desafios do tutorial, você já percebe a quantidade de opções ofensivas e defensivas à sua disposição. Isso é ótimo para jogadores dedicados, mas pode intimidar novatos ou quem não tem tanto tempo para se aprofundar.
Vale destacar que o jogo oferece dois modos de controle: Arcade e Prático (Smart). O modo Arcade é a experiência clássica, onde você executa todos os comandos manualmente, enquanto o modo Prático traz habilidades pré-configuradas nos botões, sendo uma excelente opção para iniciantes ou pessoas com mobilidade reduzida. Essa acessibilidade vem se tornando padrão no gênero, e é uma adição muito bem-vinda.
Os gráficos estão lindos. A direção de arte dos personagens está excelente — estilos, trajes e animações belíssimas. Os cenários também são um destaque à parte, com aquele capricho que sempre foi marca registrada da SNK. O jogo conta com cenários urbanos detalhados e cheios de vida, com identidade própria. Joguei no PS5 e não presenciei bugs visuais, travamentos ou quedas de FPS.
A trilha sonora é outro show à parte: envolvente e empolgante, combina muito bem com o ritmo das lutas. Os menus são bem simples — até demais, na minha opinião — mas funcionam bem. Há diversas opções de configuração, customização de personagens e a já mencionada galeria de artes, que é um presente para os fãs.
Sobre o multiplayer, infelizmente não consegui testar muito devido ao acesso antecipado, onde pelas poucas pessoas jogando torna difícil encontrar partidas. O que foi visto no beta é que existiam alguns problemas de lag eventuais, mas que no geral a qualidade foi satisfatória, e que aqui é esperado que funcione de forma que não apresente problemas. É válido destacar que o jogo conta com modo cross play, isto é, você poderá enfrentar jogadores de outras plataformas diferentes da sua.
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Conclusões
Fatal Fury: City of the Wolves marca o retorno de uma franquia clássica com muita personalidade. A SNK conseguiu entregar uma gameplay rica, divertida e cheia de possibilidades, equilibrando bem o novo com o clássico. O conteúdo single player é simples e até repetitivo em alguns pontos, mas cumpre bem o papel de entreter e trazer aquele gostinho de nostalgia. Visualmente o jogo está lindo, e as lutas são o grande destaque. No fim das contas, é um título que empolga tanto quem já é fã de longa data quanto quem está chegando agora.
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