Volvo lança o primeiro anúncio com recurso a inteligência artificial… mas não convence
A Volvo lançou o primeiro anúncio da marca feito exclusivamente com recurso a inteligência artificial. O lançamento até pode ser assinalado como um marco na história de marketing da marca, mas o problema é que... não convenceu.


A Volvo lançou o primeiro anúncio da marca feito exclusivamente com recurso a inteligência artificial. O lançamento, que foi ao ar recentemente na Arábia Saudita para assinalar o regresso da marca a este mercado, até pode ser assinalado como um marco na história de marketing da marca, mas o problema é que… não convenceu.
Produzido pela Lion Creative, com sede em Dubai, para a Divisão Europa, Oriente Médio e África da Volvo e pela Electromin, distribuidora saudita da marca, o anúncio é notável não apenas pelo risco criativo que assume, mas pela tecnologia que (não) esconde.
Com 44 segundos, o anúncio flutua por uma paisagem visualmente deslumbrante de belas paisagens e das pessoas que a habitam. Veem-se atletas a correr por um deserto ao pôr do sol; uma multidão de mulheres a comemorar; um mergulho em câmera lenta na piscina e um jovem impressionante a olhar por baixo de um keffiyeh vermelho. Tudo isto, gerado por inteligência artificial e sem um único carro (apesar de ser um anúncio para promover uma marca de carros).
Lion usou o programa MidJourney para criar os visuais, finalizando o efeito com o software de produção Runway. Quanto ao guião narrado, embora uma mente humana tenha originado a cópia, o ChatGPT desempenhou um papel central.
Narrado em árabe (embora exista uma versão em inglês), o anúncio é uma mistura de “renderizações tecnicamente precisas e culturalmente ressonantes para a Arábia Saudita”, disse o fundador e diretor executivo de criação do Lion, Osama Saddiq, à ADWEEK.
“A IA hoje raramente é humanizada – a maioria das execuções são táticas, com pouco foco na narrativa da marca”, acrescentou.
No caso deste anúncio, o diretor executivo de criação do Lion afirma que “a abordagem foi diferente”: “Começamos por elaborar uma narrativa estrategicamente alinhada com o retorno da Volvo na região.”
De acordo com a Fast Company, o anúncio não foi bem conseguido: “A física está toda errada, com cabelos, areia e objetos indo na direção errada na hora errada. Os humanos parecem feitos de plástico. As suas emoções são forçadas, as suas expressões deformadas, os sorrisos são tudo menos calorosos.”
O problema em incluir um carro num anúncio criado por inteligência artificial, seria mesmo a execução uma vez que, atualmente, ainda não existe nenhum gerador de vídeo que possa recriar objetos de forma confiável.