Veja o que acontece se o STF tornar Bolsonaro e aliados réus nesta quarta

Se a denúncia for aceita pela maioria dos ministros da Turma, os acusados passarão oficialmente à condição de réus e responderão a uma ação penal no STF. A partir daí, um processo se desenrola. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (26) o julgamento que pode transformar o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete de seus aliados em réus por participação na tentativa de golpe de Estado em 2022. A decisão será tomada com base na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que atribui ao grupo a formação do “núcleo crucial” de uma organização criminosa voltada à ruptura institucional. Se a denúncia for aceita pela maioria dos ministros da Turma, os acusados passarão oficialmente à condição de réus e responderão a uma ação penal no STF. Veja abaixo o que pode acontecer a partir daí: 1. Bolsonaro e aliados se tornam réus A principal consequência imediata do julgamento é que Bolsonaro e os outros sete denunciados — entre eles ex-ministros e militares de alta patente — deixam a condição de investigados ou denunciados e passam a ser réus formais em um processo criminal. Isso significa que o Supremo entenderá que há indícios suficientes para iniciar a instrução do caso, colhendo provas, ouvindo testemunhas e debatendo as teses das defesas e da acusação. 2. STF dá início à fase processual Com o recebimento da denúncia, tem início a chamada fase de instrução da ação penal. É neste momento que o Ministério Público e as defesas poderão apresentar provas, pedir diligências, convocar testemunhas e realizar todos os atos processuais previstos na legislação. Ao final dessa etapa, o STF fará o julgamento do mérito: decidirá se os réus devem ser condenados ou absolvidos. 3. Baixo risco de prisão ao longo do processo Embora a aceitação da denúncia não implique, por si só, em medidas cautelares, como a prisão preventiva, o STF pode vir a adotar esse tipo de decisão durante o andamento do processo, caso entenda que há risco à ordem pública, à instrução processual ou de fuga. A depender da evolução do caso e do comportamento dos réus, novas medidas podem ser discutidas. Julgamento da denúncia do golpe: Bolsonaro ficou muito sério a maior parte do tempo 4. Julgamento sem data prevista Após a aceitação da denúncia, corre o trâmite da ação penal. A data de julgamento depende da quantidade de diligências, oitivas e recursos apresentados. Caso sejam condenados, os réus poderão ter penas de prisão que variam, a depender do crime imputado — como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e dano qualificado. O que diz a denúncia A denúncia foi apresentada pela PGR em fevereiro deste ano e é baseada em investigações da Polícia Federal. Segundo a acusação, Bolsonaro liderou uma organização criminosa que, entre julho de 2021 e janeiro de 2023, promoveu atos voltados à derrubada da democracia. O grupo teria atuado com divisão de tarefas, produzindo e disseminando desinformação, pressionando as Forças Armadas e instigando a invasão de prédios públicos. Bolsonaro foi ao STF acompanhar o julgamento Gustavo Moreno/STF São denunciados junto com Bolsonaro: Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin); Anderson Torres (ex-ministro da Justiça); Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa); Almir Garnier (ex-comandante da Marinha); Paulo Sérgio Nogueira (ex-comandante do Exército) Augusto Heleno (ex-ministro do GSI); Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro). A sessão desta quarta-feira marca a etapa final do julgamento iniciado na terça (25), quando os ministros rejeitaram os pedidos das defesas para anular o processo.

Mar 26, 2025 - 06:31
 0
Veja o que acontece se o STF tornar Bolsonaro e aliados réus nesta quarta

Se a denúncia for aceita pela maioria dos ministros da Turma, os acusados passarão oficialmente à condição de réus e responderão a uma ação penal no STF. A partir daí, um processo se desenrola. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (26) o julgamento que pode transformar o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete de seus aliados em réus por participação na tentativa de golpe de Estado em 2022. A decisão será tomada com base na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que atribui ao grupo a formação do “núcleo crucial” de uma organização criminosa voltada à ruptura institucional. Se a denúncia for aceita pela maioria dos ministros da Turma, os acusados passarão oficialmente à condição de réus e responderão a uma ação penal no STF. Veja abaixo o que pode acontecer a partir daí: 1. Bolsonaro e aliados se tornam réus A principal consequência imediata do julgamento é que Bolsonaro e os outros sete denunciados — entre eles ex-ministros e militares de alta patente — deixam a condição de investigados ou denunciados e passam a ser réus formais em um processo criminal. Isso significa que o Supremo entenderá que há indícios suficientes para iniciar a instrução do caso, colhendo provas, ouvindo testemunhas e debatendo as teses das defesas e da acusação. 2. STF dá início à fase processual Com o recebimento da denúncia, tem início a chamada fase de instrução da ação penal. É neste momento que o Ministério Público e as defesas poderão apresentar provas, pedir diligências, convocar testemunhas e realizar todos os atos processuais previstos na legislação. Ao final dessa etapa, o STF fará o julgamento do mérito: decidirá se os réus devem ser condenados ou absolvidos. 3. Baixo risco de prisão ao longo do processo Embora a aceitação da denúncia não implique, por si só, em medidas cautelares, como a prisão preventiva, o STF pode vir a adotar esse tipo de decisão durante o andamento do processo, caso entenda que há risco à ordem pública, à instrução processual ou de fuga. A depender da evolução do caso e do comportamento dos réus, novas medidas podem ser discutidas. Julgamento da denúncia do golpe: Bolsonaro ficou muito sério a maior parte do tempo 4. Julgamento sem data prevista Após a aceitação da denúncia, corre o trâmite da ação penal. A data de julgamento depende da quantidade de diligências, oitivas e recursos apresentados. Caso sejam condenados, os réus poderão ter penas de prisão que variam, a depender do crime imputado — como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e dano qualificado. O que diz a denúncia A denúncia foi apresentada pela PGR em fevereiro deste ano e é baseada em investigações da Polícia Federal. Segundo a acusação, Bolsonaro liderou uma organização criminosa que, entre julho de 2021 e janeiro de 2023, promoveu atos voltados à derrubada da democracia. O grupo teria atuado com divisão de tarefas, produzindo e disseminando desinformação, pressionando as Forças Armadas e instigando a invasão de prédios públicos. Bolsonaro foi ao STF acompanhar o julgamento Gustavo Moreno/STF São denunciados junto com Bolsonaro: Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin); Anderson Torres (ex-ministro da Justiça); Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa); Almir Garnier (ex-comandante da Marinha); Paulo Sérgio Nogueira (ex-comandante do Exército) Augusto Heleno (ex-ministro do GSI); Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro). A sessão desta quarta-feira marca a etapa final do julgamento iniciado na terça (25), quando os ministros rejeitaram os pedidos das defesas para anular o processo.