Vale a pena assinar plataformas como o Onlyfans e o Privacy?
Ah, a internet… Era só para abrigar gatinhos fofos e joguinhos inócuos, mas não demorou para se transformar em um verdadeiro circo de horrores, com direito a palhaços macabros, trapezistas suicidas e feras famintas. E a última aberração dessa fauna digital é a proliferação de...

Ah, a internet… Era só para abrigar gatinhos fofos e joguinhos inócuos, mas não demorou para se transformar em um verdadeiro circo de horrores, com direito a palhaços macabros, trapezistas suicidas e feras famintas. E a última aberração dessa fauna digital é a proliferação de plataformas de conteúdo íntimo por assinatura, como o OnlyFans e o Privacy.
Sim, meus caros, agora qualquer um com um smartphone e um mínimo de autoestima pode se tornar um exibicionista virtual, vendendo fotos e vídeos picantes para uma legião de voyeurs solitários. É a democratização da nudez, dirão alguns. A degradação da moral, rebaterão outros. E eu, como um observador social calejado e um tanto cínico, fico observando esse espetáculo com um misto de fascinação e perplexidade.
De um lado, me impressiona a criatividade e a ousadia desses novos empreendedores do corpo. Inventam fantasias mirabolantes, poses acrobáticas e até roteiros dignos de novela mexicana para atrair seus assinantes. E os nomes dos seus canais? Uma cacofonia de “Deusa da Luxúria”, “Gatinha Assanhada” e “Fada Safada” que faria Shakespeare corar de vergonha.
Do outro lado, me preocupa a banalização da intimidade e a mercantilização do sexo. O que antes era um ato sagrado, reservado para a cumplicidade de um casal, agora se transforma em um produto a ser consumido como um hambúrguer ou uma camiseta. E o que dizer do impacto psicológico desses “artistas” em constante busca pela aprovação virtual, por likes e comentários elogiosos?
Mas, sejamos honestos, essa onda de exibicionismo digital não é novidade. Já nos tempos das cavernas, nossos ancestrais rabiscavam cenas de caça e acasalamentos nas paredes das grutas. A diferença é que agora a tela do celular se tornou a nossa caverna particular, onde podemos exibir nossos troféus (ou vergonhas) para o mundo inteiro.
E o que o futuro reserva para essa indústria da nudez virtual? Será que vamos chegar a um ponto em que todos teremos nossos próprios OnlyFans, vendendo selfies e vídeos íntimos para pagar as contas? Ou será que essa moda passageira vai logo cair no esquecimento, como tantas outras que já povoaram a internet?
Só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: a era da nudez virtual já chegou. E cabe a cada um de nós decidir se vai assistir ao espetáculo da plateia ou subir no palco para mostrar seus próprios talentos… ou defeitos.