União e Eletrobras formalizam acordo que amplia influência do governo no Conselho de Administração da empresa

Companhia foi privatizada em 2022 no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Acordo amplia de 1 para 3 o número de cadeiras da União no conselho, que tem 10 assentos. Logo da Eletrobras, em prédio da estatal no Rio de Janeiro Pilar Olivares/Reuters O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a Eletrobras formalizaram um acordo sobre o poder de voto da União na companhia, privatizada em 2022. O documento foi assinado na quarta-feira (26), mas só passou a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta (27). Para se tornar efetivo, falta o Supremo homologar o acordo. O compromisso foi firmado após mais de dois anos de negociações e foi anunciado em fevereiro deste ano, depois de o governo contestar na Justiça a privatização e buscar mais espaço de influência na empresa. Lula ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal nos primeiros meses de governo, em 2023 (leia mais abaixo). O acordo formalizado amplia a influência do governo na empresa já que inclui, em seus termos, o aumento do número de cadeiras da União no Conselho de Administração da companhia — três dos dez assentos. Antes, o governo tinha direito a um representante no colegiado, que contava com nove cadeiras. Em fevereiro, a Eletrobras aprovou a ampliação do número de assentos do conselho para dez. Eletrobras diz que pipa atingiu subestação de energia e causou apagão em parte de São Paulo e de Guarulhos Mesmo com a privatização, o governo continua com cerca de 40% de participação na Eletrobras. Mas o modelo de desestatização limita o poder de voto dos acionistas nas assembleias a até 10%. O governo Lula havia questionado justamente o poder de voto na Eletrobras. O objetivo era aumentar a influência na assembleia de acordo com a quantidade de ações ainda detidas pela União. Contudo, durante as negociações, o governo abriu mão do pleito e aceitou a ampliação das cadeiras no Conselho de Administração.

Mar 27, 2025 - 22:23
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União e Eletrobras formalizam acordo que amplia influência do governo no Conselho de Administração da empresa

Companhia foi privatizada em 2022 no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Acordo amplia de 1 para 3 o número de cadeiras da União no conselho, que tem 10 assentos. Logo da Eletrobras, em prédio da estatal no Rio de Janeiro Pilar Olivares/Reuters O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a Eletrobras formalizaram um acordo sobre o poder de voto da União na companhia, privatizada em 2022. O documento foi assinado na quarta-feira (26), mas só passou a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta (27). Para se tornar efetivo, falta o Supremo homologar o acordo. O compromisso foi firmado após mais de dois anos de negociações e foi anunciado em fevereiro deste ano, depois de o governo contestar na Justiça a privatização e buscar mais espaço de influência na empresa. Lula ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal nos primeiros meses de governo, em 2023 (leia mais abaixo). O acordo formalizado amplia a influência do governo na empresa já que inclui, em seus termos, o aumento do número de cadeiras da União no Conselho de Administração da companhia — três dos dez assentos. Antes, o governo tinha direito a um representante no colegiado, que contava com nove cadeiras. Em fevereiro, a Eletrobras aprovou a ampliação do número de assentos do conselho para dez. Eletrobras diz que pipa atingiu subestação de energia e causou apagão em parte de São Paulo e de Guarulhos Mesmo com a privatização, o governo continua com cerca de 40% de participação na Eletrobras. Mas o modelo de desestatização limita o poder de voto dos acionistas nas assembleias a até 10%. O governo Lula havia questionado justamente o poder de voto na Eletrobras. O objetivo era aumentar a influência na assembleia de acordo com a quantidade de ações ainda detidas pela União. Contudo, durante as negociações, o governo abriu mão do pleito e aceitou a ampliação das cadeiras no Conselho de Administração.