The Last of Us entrega a morte mais devastadora do game no 2º episódio, mas faz cinco mudanças chocantes
Mudanças narrativas foram feitas e deixaram tudo mais doloroso para os fãs. O post The Last of Us entrega a morte mais devastadora do game no 2º episódio, mas faz cinco mudanças chocantes apareceu primeiro em Observatório do Cinema.


A segunda temporada de The Last of Us chegou sem cerimônias e já deixou claro que não vai poupar corações. Logo em seu segundo episódio, a série da HBO adaptou o momento mais doloroso de todo o jogo: a morte de Joel Miller.
Com uma abordagem que mistura fidelidade narrativa e liberdade criativa, resultando em um dos episódios mais emblemáticos de toda a série, a cena central trouxe choques, provocação e alterações que prometem repercussão para o restante da temporada.
Embora os jogadores já soubessem o que esperar, a forma como a cena se desenrolou na televisão chocou mesmo àqueles que já passaram por esse trauma mais de uma vez. Intitulado “Through the Valley”, o episódio alterna entre o caos de Jackson, tomado por uma horda de infectados, e os momentos finais de Joel, capturado por Abby.
A invasão na cidade não apenas trouxe mais riqueza narrativa e uma sequência inédita memorável, como também foi útil para a construção emocional do episódio. O clima de urgência nas ruas da cidade funcionou como uma distração eficiente, retardando a percepção do público sobre o que realmente estava prestes a acontecer.
Abby revela sua intenção antes de agir
Diferente do game, em que Abby executa seu plano de forma mais rápida e silenciosa, a série opta por uma abordagem mais lenta e verbal. Antes de partir para a violência, a personagem confronta Joel com um monólogo que explica sua motivação.
Ela detalha cada dor acumulada ao longo de cinco anos, deixando claro que não pretende agir de forma impulsiva. Esse momento remove parte do mistério da personagem, mas também a humaniza e faz uma ligação necessária para o grande público que, até então, não sabia nada sobre sua história.
A construção emocional entre Ellie e Joel
Um dos aspectos mais dolorosos dessa sequência está na relação não resolvida entre Ellie e Joel. No primeiro episódio da temporada, os dois estavam brigados, carregando feridas não cicatrizadas do passado.
No entanto, no início do segundo episódio, Ellie dá sinais de que estava pronta para deixar a raiva de lado. Ela procura Joel para fazerem juntos a patrulha, “como pai e filha”, numa tentativa de reaproximação.
Joel, por outro lado, decide deixá-la dormindo, talvez por cuidado ou para poupá-la. Essa decisão, no entanto, sela o destino de ambos, pois seu próximo encontro acontece quando Joel já está à beira da morte.
Essa construção emocional se torna devastadora e consegue deixar esse momento ainda mais triste. Joel, no final, morre sem saber que Ellie estava disposta a perdoá-lo e a relação deles é selada sem uma resolução definitiva.
Dina substitui Tommy no momento final
Outra mudança importante é a presença de Dina, substituindo o papel que no game era de Tommy. A escolha não altera diretamente a dor do irmão do protagonista, mas impacta a forma como Dina reage aos eventos.
Ao estreitar sua relação com Joel antes de sua morte, a personagem ganha um motivo próprio para embarcar em uma jornada de vingança, fortalecendo sua participação e evitando que seja vista apenas como coadjuvante no arco de Ellie.
Essa troca de personagens também serve para mostrar o lado mais suave e paternal de Joel, que havia se tornado uma figura aberta emocionalmente. O vínculo com Dina torna sua ausência ainda mais sentida dentro do grupo e deve refletir nas escolhas dela nos próximos episódios.
A tortura é explícita
No jogo, após levar um tiro na perna, Joel é rapidamente nocauteado. Quando a câmera retorna à cena, ele já está visivelmente machucado, o que sugere que os momentos de tortura aconteceram off-câmera.
A escolha de montagem poupa os jogadores de cenas gráficas, mostrando apenas o momento da morte – que acontece com a Abby amassando o crânio de Joel com um taco de golfe, diferente do que foi no recente episódio.
Na série, o flagelo é apresentado explicitamente. Durante longos minutos os espectadores são forçados a acompanhar Abby, de forma brutal e sádica, torturando o personagem até o último respiro.
Isso poderá refletir diretamente na relação do público com a personagem. Um dos grandes trunfos do jogo é que, após horas de narrativa pelo ponto de vista de Abby, é possível criar uma afeição e, até certo ponto, entender que suas atitudes foram justificadas.
The Last of Us 2 (o jogo) acaba por entregar uma narrativa sem heróis ou vilões e mostra que, em um mundo onde a sobrevivência está acima de tudo, as atitudes não são preto no branco. A moral dessa história será muito mais díficil de atingir agora, com essa cena brutal gravada na mente dos espectadores.
Ellie continua acordada
Talvez a mudança mais simbólica esteja no ponto de vista de Ellie. Ao contrário do jogo, onde a personagem é nocauteada após a morte de Joel, na série ela permanece acordada.
Isso altera significativamente a forma como a dor se manifesta. No game, não existem acontecimentos diretos após a morte do personagem. Isso não imapcta diretamente no peso da cena, mas utiliza de abordagens diferentes para atingir o espectador.
Quando Joel morre durante a gameplay, o que vem à seguir é apenas uma tela preta – e eu pergunto: quem não ficou encarando aquela escuridão com lágrimas nos olhos tentando entender o que havia acabado de acontecer? O peso vem do silêncio que se segue após o caos.
Na série, no entanto, a aposta é em uma abordagem mais emocional. Quando finalmente consegue se mover, Ellie rasteja até o corpo de Joel e o abraça, num gesto silencioso e devastador.
Após isso, podemos ver Jesse chegando a cabana e, o que se segue, é, talvez, a cena mais emblemáticas da série: Ellie sem forças sendo carregada em cima do cavalo e o corpo de Joel sendo arrastado no caminho de volta a cidade.
O que esperar depois do trauma
Com a decisão de condensar o evento mais controverso da história logo no segundo episódio, The Last of Us estabelece um ritmo ousado para a temporada. As mudanças estruturais conseguiram aprofundar ainda mais o impacto da cena e suas consequências. A expectativa agora gira em torno de como esses elementos vão se desdobrar.
A adaptação da HBO não parece interessada em repetir o jogo cena por cena, mas sim em reinterpretar os eventos com nova profundidade e expandir a narrativa a fim de trazer ainda mais riqueza para o universo.
Se seguir nesse ritmo, a temporada tem potencial para se tornar ainda melhor que a primeira e se consagrar, de uma vez por todas, uma das melhores produções da HBO e, sem dúvidas, a melhor adaptação de game já feita.
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