Tentando driblar tarifas, americanos apelam ao comércio direto com a China via e-commerce
Plataformas de e-commerce da China ganham popularidade global e expõem o apelo do “Made in China”. “Obrigado, fornecedores chineses – amamos vocês! Por favor, deixem os links de suas fábricas ou negócios nos comentários.” Foi essa a mensagem publicada por Courtney Ferguson, uma consumidora de Nova York, na rede social chinesa RedNote, no dia 14 […] O post Tentando driblar tarifas, americanos apelam ao comércio direto com a China via e-commerce apareceu primeiro em O Cafezinho.

Plataformas de e-commerce da China ganham popularidade global e expõem o apelo do “Made in China”.
“Obrigado, fornecedores chineses – amamos vocês! Por favor, deixem os links de suas fábricas ou negócios nos comentários.” Foi essa a mensagem publicada por Courtney Ferguson, uma consumidora de Nova York, na rede social chinesa RedNote, no dia 14 de abril. A postagem viralizou, gerando cerca de 1.300 curtidas, compartilhamentos e comentários.
Sob a publicação, fornecedores e fabricantes chineses apresentaram seus produtos diretamente, enquanto usuários americanos trocavam dicas sobre como comprar mercadorias chinesas de forma direta e econômica. A frase “As tarifas não afastaram os consumidores americanos dos produtos chineses; elas eliminaram os intermediários” viralizou nas redes.
Desde que as tarifas impostas pelos EUA causaram aumentos de preços entre três e cinco vezes no varejo, consumidores e vendedores têm recorrido ao comércio transfronteiriço direto. Fabricantes chineses estão promovendo seus produtos em inglês em plataformas como RedNote e TikTok, alcançando compradores que buscam variedade, confiabilidade e preços acessíveis.
Dados da Qimai Data mostram que aplicativos como DHgate, Taobao, Alibaba International e Shein estão entre os mais baixados na App Store dos EUA. Ferguson afirmou que os aumentos de preços afetaram suas finanças e que passou a comprar diretamente da China para escapar dos altos preços de intermediários como Amazon.
Outros consumidores compartilham dessa visão. Um vídeo no TikTok, com mais de 16,5 milhões de visualizações, critica as margens de lucro de empresas americanas e elogia o acesso direto a produtos chineses. Postagens em inglês promovendo móveis, roupas e eletrodomésticos chineses têm atingido mais de 500 mil visualizações.
Tutoriais como “Como comprar no Taobao” se popularizaram, com influenciadores internacionais mostrando o passo a passo das compras. Para Ferguson, as boas avaliações e a garantia de entrega por transportadora confiável foram decisivas.
A consultora Liu Zichang, de Yiwu, contou que começou a produzir vídeos para atacadistas estrangeiros, mas acabou atraindo consumidores americanos interessados em comprar diretamente da China. Ela explicou que produtos como unhas postiças, vendidos a US$ 1 na fábrica, chegam aos EUA custando até US$ 12 após tarifas.
Segundo Liu, o crescimento do e-commerce chinês no exterior reflete a interdependência econômica entre China e EUA. Mesmo com os atritos comerciais desde 2018, o comércio bilateral segue intenso. Algumas fábricas, diante do anúncio das tarifas de 125% pela administração Trump, receberam pedidos imediatos de empresas americanas ansiosas por garantir estoque e aumentar margens de lucro.
Liu destacou que a reação das fábricas às tarifas varia conforme o setor, produto e posição na cadeia. Empresas maiores, com estruturas complexas de logística e marketing, conseguem absorver melhor os custos adicionais.
Para Wang Peng, pesquisador da Academia de Ciências Sociais de Pequim, a popularidade das plataformas reflete a força do setor manufatureiro chinês. A China oferece produtos de qualidade a preços competitivos, com uma cadeia de suprimentos sólida e políticas governamentais favoráveis ao e-commerce transfronteiriço.
O Conselho de Estado chinês reconheceu, em março, o e-commerce como pilar do comércio exterior e anunciou a ampliação de zonas-piloto para impulsionar o setor. Pequenas empresas nos EUA, sem cadeias de suprimentos locais robustas, sofrem com os custos crescentes e se veem forçadas a continuar importando.
Segundo Wang, empresas chinesas estão reduzindo custos e diversificando mercados, transformando o modelo de dependência única em um ecossistema mais variado. A expectativa é que, no futuro, as plataformas chinesas entreguem produtos e serviços de melhor qualidade ao mundo.
Ferguson espera que os EUA encontrem uma solução: “Essa guerra tarifária afeta empresas, o mercado e a vida de todos. Espero que pare logo e que se chegue a um acordo.”
Lin Xiaoyi, Hu Yuwei e Shen Sheng
Sem biografia disponível
23 de abril de 2025
Global Times
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