Tarifas de Trump podem impactar investimentos da Audi no esporte

A Audi interrompeu temporariamente suas exportações de carros para os EUA, em resposta às políticas tarifárias recém-lançadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Em um memorando interno, a marca declarou que a decisão se aplica a todos os veículos entregues aos portos estadunidenses após 2 de abril, quando as tarifas de 25% entraram em vigor.

Como consequência, as taxações podem gerar um efeito cascata nos investimentos da montadora no esporte, já que o grupo tenta mitigar os custos, incluindo a revisão de seus acordos de patrocínio nos Estados Unidos.

Nos últimos anos, a Audi vem realizando diversos investimentos na indústria e detém várias parcerias em vigor, principalmente no território norte-americano. Atualmente, a marca é patrocinadora máster dos playoffs da MLS, é detentora do naming rights do Audi Field, casa do DC United, e é parceira automotiva de diversos clubes da liga, incluindo o Inter Miami, Orlando City, Sporting Kansas City, New York Red Bulls e San Jose Earthquakes.

Além disso, no mês passado, a Audi renovou sua parceria com o New York Yankees, da MLB, marcando presença em diversos setores do ballpark da franquia, o Yankee Stadium.

Fora do mercado estadunidense, a montadora realizará empreitada histórica ao entrar no grid da Fórmula 1 a partir da temporada 2026 e atuar como uma das fornecedoras de unidades de potência da categoria. Além do controle da marca, a equipe contará com apoio financeiro do Fundo Soberano do Catar.

“A suspensão de remessas de carros para os EUA pela Audi em resposta às tarifas impostas pelos governantes do país é uma ameaça direta a vários patrocínios que a Audi tem no mercado. No geral, a marca comprometeu US$ 28,99 milhões anualmente para o setor esportivo dos EUA e, as tarifas podem gerar a revisitação ou a rescisão desses acertos”, disse Conrad Wiacek, chefe de análise da GlobalData Sport.

“O impacto mais amplo na indústria automotiva ainda não foi sentido quando se trata de patrocínios, mas a indústria compromete pouco menos de US$ 2 bilhões em termos de acordos de patrocínio ativos, então, à medida que essa crise se aprofunda, esses acordos podem estar ameaçados. Além disso, empresas como Kia, Hyundai, Toyota e BMW contribuem com somas significativas para a NBA, NFL e MLB. Acordos que podem estar ameaçados daqui para frente”, concluiu.

Apesar da preocupação de analistas e da própria empresa, ainda não se pode mensurar o real impacto da nova política comercial nas vendas da Audi. Apesar disso, é notório que a marca deverá optar por uma nova estratégia para minimizar possíveis prejuízos.

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